quinta-feira, 20 de maio de 2010

SQUANTO

"MITAKUYE OYASIN"
Somos todos irmãos


Squanto ... um nome estranho e desconhecido para a maioria das pessoas, mas nos EUA e vários lugares da Europa, este nome é tema para estudos em escolas secundárias e faculdades.

Um nome escolhido como qualquer outro, por pais amorosos que não imaginavam que um dia atravessaria fronteiras e séculos, por sua bravura, dignidade e amor pelo próximo além da cor da pele...

Squanto ou Tisquantum foi um nativo norte americano, da tribo Patuxet (hoje Plymouth) e que pertenceu a confederação da tribo Wampanoag nos idos de 1600.
Tinha uma forte compleição física, cabelos longos e era muito belo.

Em 1605 foi capturado por um capitão inglês, para quem os nativos não passavam de reles animais a serem domesticados. Vendido na inglaterra, viveu inúmeros maltratos sendo obrigado a lutar em gaiolas para satisfazer o sadismo dos expectadores e fazer trabalho escravo. Mas lá também conheceu pessoas boas e aprendeu rápidamente o inglês, logo se destacando por sua inteligência e sabedoria ante os problemas cotidianos.

Tornou-se útil e foi "usado" em muitas expedições, servindo como guia, salvando vidas e matando a fome de seus opressores, com seus conhecimentos sobre a terra e cura indígena.

Sem sucesso, empreendeu diversas tentativas de fugas, reconhecidas em sua coragem e valentia, várias delas auxiliadas por amigos que fizera, incluindo padres e pastores.

Até que em 1619 finalmente conseguiu retornar à sua terra, apenas para se deparar com a maior de todas as tragédias: ele era o último que restara de sua tribo, dizimada dois anos antes pela "doença dos brancos".

Perdera pai, mãe e esposa... e não era bem quisto pelas tribos vizinhas, dada a sua complacência com os brancos, aos quais ele aprendera a respeitar, reconhecendo que em seu meio também haviam os valorosos.

Isolado em sua dor, vagava pelas tão amadas terras, sem referencial... Nesse ínterim, nova comunidade de colonos desembarcou nos arredores: crianças, jovens, mulheres, homens e soldados. Tratavam-se dos "Pilgrins" - como ficaram conhecidos - um grupo separatista inglês .

As tribos restantes, carregando em seu seio sofrimento e dores recentes devido a aproximação dos brancos, preparavam-se para o ataque aos Pilgrins. A guerra era eminente. Um confronto sangrento os espreitava.

De um lado, Squanto viu seus irmãos vermelhos arriscando-se ao desaparecimento completo, sobretudo pelas ameaçadoras doenças que poderiam contrair, e de outro, seus irmãos brancos buscando a sobrevivência como ele próprio buscava.

Mesmo temporariamente dividido, sentindo ainda a dor da perda dos seus e desafiado por todos os lados, Squanto sabia que o "Grande Espírito" era presente em todas as raças e embora fosse um valente guerreiro, acreditava na possibilidade da paz.

Foi assim que seu nome acabou por entrar para a história, ao usar sua sabedoria e evitar o confronto sangrento dos nativos com os Pilgrins: ao serem lançadas as primeiras flechas, disparados os primeiros tiros, seu grito de paz foi ouvido pelos dois lados antagônicos, e seu conhecimento permitiu usar recursos dos brancos e nativos para salvar os poucos feridos que resultaram do primeiro conflito - entre eles o filho de um capitão e o chefe de uma das tribos.

Desfeita a guerra, Squanto estabeleceu uma aliança militar em que um apoiaria o outro em caso em caso de ataque; ensinou os Pilgrins a caçar, a cultivar a terra, construir casas aquecidas (um método explorado posteriormente por construtores nas grandes cidades); os modos nativos de alimentação saudavel, além da natural devoção dos indios pela Mãe Terra.

Vermelhos e brancos realizaram juntos pela primeira vez, um ritual nativo antiquíssimo de agradecimento à colheita, que permanece até hoje em festividades americanas - conhecido como Ação de Graças.

Os Pilgrins prosperavam, suas crianças nasciam auxiliadas por mulheres indígenas, e reinava a paz entre vermelhos e brancos - que somavam harmoniosamente as duas culturas.

Squanto passou a atuar como porta-voz da paz junto à outras nações indígenas. Mas em 1622 - no auge de sua vitalidade - durante uma expedição de concílio com os indios Massachusetts, Squanto contraiu uma forte febre e veio a falecer em poucos dias. Sua viagem ao encontro do "Grande Espírito" foi lamentada por todos que o conheciam e mesmo pelos que desejavam empunhar armas.

Seu tratado de paz perdurou ainda por 75 anos. Depois disso, as tribos americanas foram dizimadas, pela ambição do branco por terra... Mas os feitos de Squanto permanecem até hoje na memória de muitos povos e no sangue das gerações brancas que sobreviveram graças à sua atuação direta na paz.

Um grande exemplo de como deve ser - não o branco, o índio - mas o ser humano além da diferença da pele e cultura...

wikipedia.org

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