sábado, 29 de outubro de 2011

BALEIAS AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO TÊM AUMENTO POPULACIONAL


Cientistas da Califórnia (EUA) têm uma boa notícia. De acordo com uma estimativa, publicada na revista científica Marine Mammal Science, o número de baleias-jubarte, espécie ameaçada de extinção, vem crescendo.

Os pesquisadores fizeram um mapeamento da população dos mamíferos no Oceano Pacífico Norte, descobrindo que há cerca de 21 mil indivíduos da espécie hoje, comparado com os 20 mil que existiam em 2008. O aumento é considerado um grande avanço frente à população de apenas 1,4 mil jubartes em 1966, ano que marcou o fim – legal – do comércio de produtos derivados das baleias.

“Esses números são encorajadores, especialmente depois que nós reduzimos a maioria dos preconceitos inerentes a qualquer modelo estatístico”, disse Jay Barlow, biólogo do Centro de Ciência da Pesca em La Jolla, Califórnia. “Nós acreditamos que o número seja ainda maior, uma vez que o aumento deve ter ocorrido também em outras regiões do oceano”.

Portal Terra

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

BESOURO DO DESERTO INSPIRA COLETOR DE UMIDADE DE AR

Pesquisadores do MIT, nos Estados Unidos, realizaram um objetivo longamente sonhado pelos moradores de regiões áridas e desérticas: um coletor de umidade do ar de alta eficiência.

"O componente técnico da pesquisa está feito," afirma Shreerang Chhatre, ressaltando que agora só falta apoio financeiro e o suporte administrativo para que sua invenção chegue ao mercado.

O coletor de umidade do ar, ou coletor de neblina, consiste em uma malha que atrai as gotículas de água suspensas no ar.

Na extremidade, a malha é conectada a pequenos receptáculos, por onde a água pode fluir e ser depositada em recipientes.

Engenharia da natureza
Embora pareça ser uma solução simples, a realização tecnológica só foi possível depois que biólogos estudaram em detalhes o besouro da Namíbia (Stenocara gracilipes).

Vivendo em áreas desérticas, durante a madrugada, o pequeno besouro coleta o sereno em suas costas, em uma estrutura extremamente eficiente, formada por microcanais feito por materiais hidrofóbicos e hidrofílicos.

As microgotículas fluem pelo seu corpo, unindo-se até formar gotas grandes, que chegam até a boca do animal, que pode então beber em um lugar onde simplesmente não há cursos d'água e nem chuva.

Um princípio básico do coletor de umidade é que, como no animal, ele deve ser construído com uma combinação de superfícies que atraem e que repelem água.

A casca do besouro da Namíbia possui saliências que atraem água, ao lado de canais que a repelem. Desta forma, as gotas são coletadas nas saliências e escorrem pelos canais, até chegarem ao seu destino: a boca do besouro.

Malha coletora de umidade
Para reproduzir esse comportamento em escala humana, os pesquisadores acharam mais eficiente usar telas, em vez de uma superfície sólida, como a casca do besouro, porque um objeto totalmente impermeável cria correntes de vento que desviam as gotículas de água presentes no ar.

"Nós tentamos reproduzir a estrutura que o besouro tem, mas descobrimos que esse tipo de superfície permeável aberta é melhor," explicou Chhatre. "O besouro precisa beber apenas uns poucos microlitros de água. Nós queremos capturar tanta água quanto possível."

Nos testes de campo, a malha coletora de neblina capturou um litro de água por metro quadrado, por dia.

Site Inovação Tecnológica

BIOCOMBUSTÍVEIS FONTES INUSITADAS


Em 2009, pesquisadores do Departamento de Engenharia da Universidade de Nevada, em Reno, nos EUA, mostraram ao mundo que é possível produzir um combustível biodiesel a partir de penas de galinha. O trabalho científico, publicado no The Journal of Agricultural and Food Chemistry (JAFC), mostra que é possível obter entre 7% e 11% de biodiesel da gordura das penas através de fervuras e processos químicos específicos.

Atualmente, devido ao seu alto teor proteico, as penas de frango são transformadas em farinha para ração animal, ou em fertilizante, em função da concentração de hidrogênio. Segundo o estudo, a quantidade de farinha gerada pela indústria avícola anualmente seria suficiente para a produção de 580 milhões de litros de biodiesel nos EUA e 2,2 bilhões litros no mundo. Coisa do futuro? Que nada, o biocombustível já está sendo usado experimentalmente pela agência espacial americana, Nasa.
Assim como as penas de galinha, a gordura de jacaré é um subproduto do processamento da carne deste animal para a indústria alimentícia e de couro. Mas diferentemente do primeiro caso, ela comumente vai parar no lixo. No entanto, pesquisadores da Universidade de Luisiana, nos EUA, querem dar uma nova destinação para cerca de 15 mil toneladas de gordura jogadas fora todos os anos pelas fazendas do estado, que criam os animais em cativeiro.

Os cientistas acreditam que este subproduto pode ser um excelente candidato para produção de biodiesel. Para testar essa hipótese, eles obtiveram algumas amostras de gordura de jacaré congelada de produtores locais. Resultado: depois de aquecer o produto no microondas e usar solventes químicos, eles chegaram a um óleo de ácido graxo que preenche todos os requisitos de alta qualidade do biodiesel.

Algave, é este o nome da planta, que destilada, produz uma das bebidas mexicanas mais famosas, a tequila. Agora, esta espécie que cresce em áreas inóspitas e praticamente desérticas, está ganhando popularidade no meio científico por ser uma fonte alternativa potencial de biocombustível .

A descoberta, feita por pesquisadores da Universidade de Oxford, indica que a algave possui alta concentração de açúcar, além de ser capaz de suportar condições extremas, como temperaturas elevadas, longos períodos de estiagem. O biodiesel é obtido através da queima da biomassa coletada das folhas, pelo processo chamado pirólise rápida. E através da fermentação dos açúcares do caule, também é possível obter álcool. É energia em dose dupla!

Esta delícia milenar altamente energética serviu como combustível para uma empreitada fora do comum realizada pela empresa inglesa Ecote, em 2009. A fim de promover sua mais nova invenção – o biodiesel de chocolate – a companhia montou uma equipe para atravessar o deserto do Saara a bordo de um caminhão movido por uma mistura de óleo de cozinha, soda cáustica e etanol, feito a partir de restos de chocolate. Para a expedição foram levados ao todo 1,5 mil litros do combustível feito a partir de três mil quilos de chocolate. Haja energia!
O que de um lado é solução para toda mãe, de outro é um verdadeiro problemão moderno, a ponto de vários países instalarem usinas de reciclagem específicas para as fraldas descartáveis. Algumas empresas estão indo mais longe na tentativa de reaproveitar ao máximo esse produto. É o caso do grupo de engenharia britânico Amec, que estuda a possibilidade usar fraldas descartáveis e outros plásticos para produzir uma espécie de diesel sintético. A empreitada pode ajudar a reduzir o lixo gerado nas grandes cidades, além de evitar o uso de outras fontes fósseis. Cerca de 7 quilos de fraldas podem gerar 1 litro de biogás.

Só nos EUA, mais de 300 mil toneladas de melancia são descartadas anualmente por varejistas e supermercados por apresentar alguma imperfeição. Mas um estudo do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos mostra que é possível gerar biocombustível a partir do açúcar dessa fruta. Segundo cálculos, seria possível obter quase nove bilhões de biocombustível por ano da parcela rejeitada de melancias. A solução “energética” também seria uma forma de agregar valor à colheita nas fazendas e evitar desperdícios.

Revista Exame

ÓLEO EXTRAIDO DA BORRA DE CAFÉ MATÉRIA-PRIMA PARA A PRODUÇÃO DE BIODIESEL

Uma pesquisa aponta o óleo extraído da borra de café como uma matéria-prima para a produção de biodiesel. O trabalho surgiu a partir de um estudo iniciado como experimento em sala de aula para crianças e se tornou uma dissertação de mestrado da professora de química, Denise Moreira dos Santos.

O combustível é obtido da mesma forma como acontece com outras matérias-primas. O óleo essencial é extraído da borra de café por meio do uso de etanol como solvente. Após a extração, o material é posto em contato com um catalisador alcalino, que realiza uma reação de transesterificação com a qual se obtém o biodiesel.

Segundo a professora (atualmente, ministrado o curso técnico de Química no Centro Paula Souza, entidade que administra Etecs e Fatecs em São Paulo), a pesquisa tinha por objetivo mostrar aos alunos que era possível aproveitar um resíduo descartado no ambiente para a produção de energia. “É possível ainda utilizar a energia solar para secar a borra, no lugar de fornos e estufas”, diz ela.

Com o alto consumo de café no país, há uma grande quantidade de resíduos descartados no meio ambiente, o que é prejudicial ao meio ambiente. A professora alerta que o descarte da borra do café e o uso do material como fertilizante contaminam o solo.

Ela sugere a utilização do resíduo na produção do biodiesel em pequenas comunidades agrícolas para o abastecimento de tratores e máquinas.

http://www.caffesociety.co.uk/.
Revista Exame

COMBUSTÍVEL DE GORDURA DE GALINHA



Gordura de galinha é um item que se espera encontrar em uma receita culinária, e não no check-list da agência espacial americana. Mas, por incrível que pareça, a Nasa está testando o ingrediente em seu II Experimento de Combustíveis de Aviação Alternativos

Cientistas dos Centros de Pesquisa Langley e Dryden, ambos da Nasa, estão usando gordura de galinha como biocombustível num avião a jato DC-8. O objetivo é medir seu desempenho e a quantidade de emissões de carbono. O ingrediente foi doado pela Força Aérea americana, que comprou milhares de galões e forneceu 30.283 litros à NASA para o experimento.

Estão sendo testadas três fórmulas: a primeira é o biocombustível puro; a segunda é uma mistura em partes iguais de biocombustível e de querosene de aviação. A terceira é o teste com o combustível normal puro, para comparação. O experimento irá fornecer dados de emissões de gases e partículas, além de performance do motor e sistemas do DC-8.

Revista Exame

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

BIODIESEL ALGAS MARINHAS QUÍMICA VERDE

O etanol é um substituto eficiente do petróleo tanto em termos ecológicos quanto energéticos. Mas isto não significa que ele possa substituir todo o
petróleo usado no mundo.

O setor de transportes consome cerca de metade da produção da indústria petrolífera - a outra metade abastece a indústria química, que produz todo tipo de material sintético, dos plásticos e solventes até os gases industriais, como o hidrogênio.

Mas pode haver saídas também para a criação de uma química verde: as microalgas e as pequenas plantas aquáticas da família das Lemnaceaes podem ser usadas para a obtenção de combustível em forma de óleo.

Esta proposta foi defendida pelo norte-americano Richard Sayre, durante o 2º Congresso Pan-Americano sobre Plantas e Bioenergia, que terminou ontem em São Pedro (SP).

Para Sayre, as algas são uma opção sustentável, têm estruturas mais simples e se reproduzem em velocidades muito maiores do que as dos outros vegetais e têm grande capacidade de absorver dióxido de carbono (CO2).

"A gasolina pode ser substituída por etanol, porém outros combustíveis e produtos derivados de petróleo dependem de matérias-primas baseadas em óleo", afirmou ele, ressaltando que o óleo tem o dobro da densidade energética do etanol.

Na comparação entre as fontes de biodiesel, as algas também apresentam uma produtividade 10 vezes superior à das demais matérias-primas - são 58.700 litros de óleo por hectare cultivado, contra 5.950 litros de óleo de palma, a segunda colocada.

"Essa é uma estimativa modesta, que considera a extração de 30% de óleo da biomassa, mas podemos extrair até 70% elevando a produtividade para 136.900 litros de óleo por hectare", afirmou.

Além disso, as algas não possuem tecidos heterogêneos, como folhas, galhos e raízes, o que elimina um dos maiores obstáculos para a obtenção dos biocombustíveis de plantas: a quebra da parede celular.

Outra vantagem apontada pelo pesquisador é o alto teor de óleo das células das algas, que podem apresentar até 50% de lipídios não polares, mais fáceis de serem quebrados, e possuem de 10% a 45% mais energia do que as matérias-primas obtidas de carboidratos.

O desafio da equipe de Sayre está em desenvolver melhorias genéticas a fim de aprimorar a conversão de energia solar no interior das células. Essa conversão depende do tamanho de estruturas chamadas de complexo LHCII. Por serem muito grandes, essas estruturas recebem mais energia do que conseguem processar e o excedente (cerca de 60%) acaba sendo desperdiçado.

A viabilidade econômica da produção de biodiesel de algas foi conquistada ao longo dos anos graças aos avanços obtidos em pesquisa. "Hoje, conseguimos produzir biodiesel de algas ao custo de US$ 2 por galão, sem subsídio algum do governo. Há três anos, esse mesmo galão custava US$ 100", comparou.

O especialista norte-americano propõe também que as algas sejam aplicadas na solução de outro problema das grandes cidades: o tratamento de esgoto. Algas capazes de decompor matéria orgânica poderiam ser cultivadas em estações de tratamento. Além da limpeza da água, o cultivo produziria biodiesel e absorveria uma boa parte do CO2 da atmosfera.

No exemplo de Sayre, o tratamento de esgoto de uma cidade como Nova Iorque produziria 10 milhões de litros de biodiesel de algas por ano e absorveria 40% do CO2 emitido por uma termelétrica de 200 MWh movida a carvão. "Também haveria ganhos adicionais com a produção de metano e de produtos para ração animal", completou.

A menor planta do mundo capaz de produzir flores é outra fonte promissora de biocombustível, de acordo com o professor Eric Lam, do Departamento de Biologia e Patologia Vegetal da Universidade do Estado de Nova Jersey - Rutgers, nos Estados Unidos.

Conhecidas no Brasil como lentilhas d'água, as plantas da família Lemnaceae são capazes de se reproduzir sobre água doce ou salobra. São cinco gêneros e 40 espécies conhecidas que se espalham em regime perene por praticamente todo o planeta, com exceção das regiões desérticas e polares.

Nos Estados Unidos, elas são chamadas de duckweeds ("erva de pato"), por servirem de alimento às aves aquáticas, que aproveitam as estruturas ricas em gordura, proteínas e amido da planta.

Assim como as algas, as lentilhas d'água se reproduzem com velocidade muito maior do que a dos demais vegetais. "Os exemplares da espécie Wolffia microscopica dobram de quantidade a cada 30 horas", disse Lam.

Essa proliferação se deve ao fato de as Lemnaceaes se propagarem principalmente de maneira assexuada, produzindo clones genéticos. Outra diferença é que essas plantas aquáticas são extremamente pobres em lignina, macromolécula responsável pela defesa imunológica, pelo transporte de água e nutrientes e, especialmente, pela estrutura física da planta, conferindo-lhe suporte mecânico.

Lam especula que a pouca concentração de lignina nas lentilhas d'água seria um fruto da adaptação desses vegetais ao habitat aquático, no qual não seria necessária igual rigidez.

A baixa presença de lignina é uma vantagem importante na fabricação de biocombustível porque quebrar essa molécula tem sido um dos maiores desafios da pesquisa em combustíveis de origem vegetal.

Recuperação de águas contaminadas
De maneira similar às algas, as Lemnaceaes têm a capacidade de recuperar águas contaminadas, uma vez que reduzem coliformes, absorvem metais pesados e consomem parcelas consideráveis de nitrogênio e fósforo. Elas também têm um papel importante no ecossistema ao estimular a presença de anfíbios e de outros animais aquáticos.

Em uma experiência realizada em uma fazenda de porcos nos Estados Unidos, o professor Jay Cheng, da Universidade do Estado da Carolina do Norte, conseguiu em 12 dias eliminar completamente altas concentrações de nitrogênio e potássio que a criação emitia no lago da fazenda apenas com aplicação de lentilhas d'água.

O mesmo experimento utilizou as plantas na produção de combustível e obteve uma produtividade cinco vezes maior por unidade de área cultivada em comparação com o etanol obtido do milho.

A planta ainda pode ser obtida em regiões em que ela se prolifera como invasora. Lam apresentou dois exemplos, um no lago Maracaibo, na Venezuela, e outro em Nova Jersey, nos Estados Unidos. Em ambos, as Lemnaceaes ocuparam quase toda a superfície dos lagos, prejudicando o ecossistema.

"As autoridades locais vão adorar se você se dispuser a retirar essas plantas dos lagos. É uma fonte abundante e gratuita para o produtor de biocombustível", disse Lam.

Segundo ele, algas e Lemnaceaes são fontes por excelência de biocombustível, pois, além de recuperar águas contaminadas e absorver CO2, elas não competem por terras agriculturáveis nem com a produção de alimentos como milho e soja.

Agência Fapesp

TRATAMENTO DE ÁGUA NÃO USA ENERGIA SOLAR


O estudante de engenharia elétrica da Universidade Federal de Goiás (campus de Jatai) Leonardo Lira, 20, inventou um sistema para tratamento de água que não usa energia elétrica, não emite gás carbônico e retira material que pode poluir o meio ambiente. De baixo custo, o sistema pode ser utilizado por comunidades carentes sem acesso a saneamento básico.

Com cinco tábuas de compensado revestidas de papel alumínio, Leonardo fez uma caixa sem tampa de aproximadamente um metro quadrado com as paredes abertas e inclinadas, uma espécie de concentrador que recebe luz do sol.

No interior da caixa, o estudante depositou quatro garrafas PET transparentes com capacidade para dois litros, cada, onde armazena a água para tratamento por três a seis horas.

A água chega a atingir uma temperatura de 70ºC (30 graus a menos do que a temperatura de fervura) e, aquecida, elimina bactérias, vírus e substâncias que fazem mal à saúde humana.

Para testar o concentrador solar, Leonardo fez três séries de amostras de água de cinco residências que não recebem água encanada e tratada.

O líquido foi pré-analisado pela Saneamento de Goiás S/A (companhia de saneamento do estado), que descreveu as impurezas e quantificou em tabela a ocorrência de coliformes fecais e de organismos como o rotavírus.

Nos testes, após três horas no concentrador, eles foram eliminados. A água pôde ser bebida depois de esfriar naturalmente em jarra própria.

"Nosso foco era gastar o mínimo de energia possível sem passar por fervura, e, assim, não precisar de gás e evitar a emissão de poluentes", comemora o futuro engenheiro que apresenta o seu trabalho na Expotec, a feira de ciência, tecnologia e inovação que está aberta durante a 63ª Reunião da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), que ocorre em Goiânia (GO).

Agência Brasil 

AÇÃO PARA PROTEÇÃO DAS NASCENTES

O Ministério do Meio Ambiente prepara novas medidas para a proteção das 33 nascentes do Rio São Francisco. A divulgação das ações será feita em eventos que serão realizados nas principais cidades da bacia hidrográfica, em outubro, mês em que se celebra a memória do santo, considerado o padroeiro da ecologia.

Uma oficina no MMA, em setembro, com a participação de técnicos de sete ministérios, definirá as estratégias e uma agenda comum de trabalho. Entre os assuntos da pauta estão o zoneamento ecológico-econômico da bacia do São Francisco, ações de fiscalização por parte do Ibama, monitoramento da qualidade da água, pela Agência Nacional de Águas, estruturação do Centro Integrado de Revitalização (construído em parceria entre MMA e Universidade Federal de Alagoas), ações de educação ambiental, plano para a criação de pontos de cultura, além de estudos de fauna e projetos para novas unidades de conservação. Questões relacionadas à saúde também estão entre as prioridades.

No encontro estarão reunidos os ministérios do Meio Ambiente, Planejamento, Integração, Cultura, Desenvolvimento Agrário, Desenvolvimento Social e Cidades. Além de órgãos a eles vinculados e instituições da sociedade civil.

“Uma nascente sem vegetação é uma nascente que morre”, enfatiza o diretor de Revitalização de Bacias, do MMA, Renato Ferreira. Ele explica que a proteção de 33 nascentes, entre elas a histórica e mais importante, que se origina no Parque Nacional da Serra da Canastra (MG), será prioridade do Ministério do Meio Ambiente. Mas haverá ainda outras ações, como saneamento, que será carro-chefe do Ministério das Cidades.

No dia em que forem divulgadas as novas iniciativas, serão realizados eventos comemorativos – dentro de uma programação que será denominada “São Francisco Vive” – que vai contar com apresentações culturais e um abraço ao rio. Na oportunidade, o MMA vai divulgar o balanço de iniciativas já realizadas na bacia hidrográfica, que começaram em 2004.

O principal objetivo será promover a articulação, mobilização e integração entre instituições de governo e comunidades. Os eventos deverão ser realizados especialmente em São Roque de Minas (MG), no alto São Francisco; Paulo Afonso (BA), Juazeiro e Petrolina, no submédio; além de Penedo, na região baixa do rio. Também haverá palestras, plantio simbólico de árvores e soltura de alevinos.

A bacia do São Francisco banha 503 municípios onde vivem cerca de 18 milhões de habitantes, em Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pernambuco, Sergipe, Alagoas e Distrito Federal. Tem extensão de 2.863 Km, em biomas Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Zona Costeira. É constituída de 32 sub-bacias, com 168 afluentes.

Cristina Ávila/ MMA

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

SISTEMA DESSALINIZA ÁGUA DO MAR USANDO ENERGIA RENOVÁVEL


Um sistema mecânico capaz de transformar a água do mar em água potável utilizando energia renovável acaba de ser desenvolvido na Escola Politécnica (Poli) da USP.

O equipamento poderá atender a necessidade de países como Cabo Verde, na África, onde a água potável não é um recurso tão abundante.

O projeto é de autoria do engenheiro Juvenal Rocha Dias, cidadão caboverdiano, que efetuou os cálculos e medições para o trabalho durante suas pesquisas de mestrado e doutorado na Poli. A ideia surgiu justamente pela observação das necessidades de seu país de origem.

Segundo Dias, já é possível que os governos de países menos desenvolvidos pensem numa alternativa menos custosa que a técnica mais comum de dessalinização, que funciona com energia elétrica obtida a partir da queima de combustível fóssil, como o diesel.

A nova alternativa propõe ser menos nociva ao meio ambiente e pode custar menos ao poder público, no que diz respeito aos gastos com a compra de combustíveis derivados do petróleo.

O sistema denominado "coluna de dessalinização" funciona basicamente como um filtro, utilizando energia eólica - fornecida pelos ventos - provinda de cata-ventos ou turbinas eólicas, e energia potencial gravitacional, que existe por conta da força da gravidade, relacionada à massa dos corpos e à altura da qual se encontram.

Dias explica que o processo de dessalinização se inicia com o bombeamento de água salgada para a parte superior de uma coluna, em formato cilíndrico, onde há um reservatório.

O peso dessa água impulsiona um êmbolo que pressiona o ar contido em uma câmara inferior do sistema. Esse ar exerce uma força sobre outro reservatório. A água contida nele é pressionada e passa por uma espécie de membrana.

A membrana é o filtro do sistema, que compõe o método conhecido como "osmose reversa". Assim, a água, antes salgada, passa pela coluna, é filtrada e transformada em água potável.

Segundo o pesquisador, a dimensão da coluna a ser construída depende do consumo de água potável desejado. Por exemplo, para a produção de 5 mil metros cúbicos (m3) de água, o que equivale, em média, à água utilizada por 10 pessoas ao longo de um dia, o sistema deve possuir cerca de 25 metros (m) de altura.

De acordo com os cálculos realizados, o consumo específico de energia no processo equivale a 2,8 kWh/m3 de água potável produzida, bem abaixo do consumo específico de energia de sistemas convencionais, que apresentam valores em torno 10 kWh/m3 de água potável produzida a partir da dessalinização da água do mar.

A professora Eliane Fadigas, orientadora do estudo, diz que os possíveis gastos com a construção e instalação do sistema podem ser caros. Porém, a longo prazo, o investimento pode valer a pena, principalmente para países na situação econômica como a de Cabo Verde.

"O governo vai poder redirecionar o dinheiro que era utilizado com a compra de Diesel para outras necessidades, ligadas também à população. É evidente que tudo isso depende da vontade política", explica Eliane.

"Além de servir para transformar a água do mar em água potável, a coluna também pode ser adaptada e reprojetada para outros fins. Por exemplo, a partir do uso de filtros apropriados, o sistema pode ser utilizado para a despoluição de riachos e lagos, ou mesmo como fonte de água para uso na agricultura ou produção de energia elétrica", acrescenta a professora Eliane. "Ao idealizar o sistema, pensamos não só na questão dos gases poluentes, mas também onde poderíamos depositar o sal retirado da água. Esse 'resto' pode ser, por exemplo, devolvido para o mar de uma forma controlada", completa o engenheiro.

Durante o estudo na Poli, o pesquisador construiu um protótipo da coluna, utilizando materiais diversos para teste, como baldes, papelão e concreto, e obteve sucesso nos testes. Segundo a pesquisa, os modelos reais terão como principal material o aço. Ainda será testado um protótipo da coluna mais próximo do real, por meio do qual será possível medir, por exemplo, as perdas por atrito, o que pretende aprimorar o modelo.

Segundo o engenheiro, há algumas limitações no funcionamento do sistema. "Uma vez que é movido à energia eólica, ele depende das condições dos ventos, e até mesmo dos requisitos dos cata-ventos, que, por sua vez, devem ser instalados próximos ao mar ou a fontes de água. Isso não acontece caso a fonte de energia seja a turbina eólica, de mecanismo diferente do cata-vento. Há portanto a limitação de espaço, já que quanto mais cata-vento, mais potência", aponta Dias.

Mas já imaginando possibilidades de compensar essas limitações, a pesquisa também sugere utilização da chamada bomba clark, que serve como reaproveitadora das energias "perdidas" durante os processos do sistema.

Glenda Almeida Agência USP

SUPER AREIA DEIXA ÁGUA CINCO VEZES MAIS PURA

Cientistas desenvolveram uma técnica para transformar a areia comum - o material filtrante mais usado em todo o mundo para purificar a água potável - em uma "super areia".

A super areia tem uma capacidade de filtragem cinco vezes superior à da areia regular.

Mainak Majumder e seus colegas da Universidade Rice, nos Estados Unidos, lembram que a areia tem sido usada para purificar a água há mais de 6.000 anos - a areia ou cascalho de filtração de água é endossada pela Organização Mundial de Saúde.

A transformação da areia em super areia começou com um nanomaterial chamado óxido de grafite.

Os pesquisadores usaram um método simples para recobrir os grãos de areia com as nanopartículas de óxido de grafite.

O novo material filtrante conseguiu remover inclusive o metal pesado mercúrio, além das moléculas de corantes diluídas na água.

No teste com o mercúrio, a areia comum ficou saturada em 10 minutos de filtração, enquanto a super areia absorveu o metal pesado por mais de 50 minutos.

Segundo os cientistas, "o desempenho da filtragem é comparável a alguns filtros de carbono ativado disponíveis comercialmente." - com a vantagem de que a super areia deverá ser um material muito mais barato.

"Estamos agora pesquisando estratégias que nos permitirão montar as partículas funcionalizadas de óxido de grafite sobre os grãos de areia de forma a aumentar ainda mais a eficiência de remoção de contaminantes," escrevem eles.

A mesma equipe já havia desenvolvido um nanofiltro usando nanotubos de carbono, capaz de remover vírus e bactérias da água. A dificuldade de processamentos dos nanotubos de carbono, contudo, tornam aquele nanofiltro menos custo-efetivo.

Site Inovação Tecnológica

ÁRVORES COM ANTENAS ETIQUETAS RFID MONITORAMENTO SEM FIO

Pesquisadores alemães criaram um novo tipo de monitoramento sem fios, usando ondas de rádio, perfeitamente adaptado para a identificação e o rastreamento de árvores, estejam elas de pé na floresta ou já na forma de toras sendo levadas para a indústria.

Os engenheiros adaptaram a tecnologia de rastreamento sem fios - as chamadas etiquetas RFID - criando uma nova etiqueta inteligente feita inteiramente de papel e celulose.

Desta forma, o microtransmissor de rádio pode ser fixado na árvore e lá permanecer, inclusive entrando no processo produtivo da madeira sem representar um corpo estranho que atrapalhe o processo industrial.

Monitorar a origem e a rota seguida por uma árvore extraída de uma floresta é algo essencial tanto para a indústria madeireira legalizada, que precisa monitorar e otimizar seus recursos e para organizações responsáveis pelo manejo sustentável de áreas florestais, quanto para o poder público, que deve fiscalizar e coibir a extração de madeira ilegal.

Cada etiqueta inteligente possui em sua memória um identificador único, uma espécie de número de identidade de cada árvore. Para verificar quais árvores foram cortadas, ou para fiscalizar a carga de um caminhão de madeira, tudo o que é necessário fazer é passar com o caminhão sob um portal de leitura.

O portal é na verdade uma grande antena, que lê os números de cada etiqueta, sem a necessidade do descarregamento de nenhuma tora da carga.

Isto facilita e acelera o processo produtivo, mantendo o ritmo necessário de transporte e descarregamento para a indústria, e permite que a fiscalização verifique toda a carga, inibindo o conhecido truque de colocar toras de madeira de lei, cuja extração normalmente é proibida, por debaixo de toras de madeira com extração autorizada.

As etiquetas RFID propriamente ditas foram fabricadas inteiramente de papel e de lignina, uma parte integrante das plantas.

Isto é importante para reduzir o custo das etiquetas e para não interferir no processamento da madeira industrial, que é triturada e transformada em pasta para a fabricação de papel ou placas de madeira pré-moldadas.

A etiqueta RFID não precisa de bateria para funcionar: ela recebe do leitor a energia necessária para que a etiqueta transmita seu número de identificação.

Na verdade, esta antena é a única parte da etiqueta que é feita de metal, mas na forma de uma película flexível e tão fina que, segundo os engenheiros, não ultrapassa os níveis típicos de impurezas encontradas na superfície da madeira.

Quando é grudada na árvore, a etiqueta recebe o seu número individual. Ao mesmo tempo, uma base de dados compartilhada entre indústria e autoridades de fiscalização é atualizada, ligando aquele número a todas as informações sobre a árvore, incluindo espécie, coordenadas geográficas de localização, ano de plantio, autorização para corte etc.

Site Inovação Tecnológica

sábado, 15 de outubro de 2011

NASA APRESENTA MAPA DO CARBONO ARMAZENADO NAS FLORESTAS TROPICAIS


Uma equipe de pesquisadores coordenados pela NASA usou dados de vários satélites para criar uma espécie de mapa-múndi do carbono.

O objetivo é criar uma base de dados para o monitoramento de carbono - sobretudo, para o gerenciamento do dióxido de carbono em escala planetária. O mapa, contudo, é bem dirigido: ele retrata os dados de 75 países tropicais e suas florestas.

De forma nada surpreendente, a maior parte do carbono, segundo a pesquisa, está armazenado na Floresta Amazônica, que se estende por vários países da América Latina.

Apesar dos extensos esforços para controle das emissões de gases de efeito estufa pelos países, em diversos acordos e tratados internacionais, ainda não há uma base científica para monitorar essas emissões. Métodos de monitoramento do CO2 são inadequados para um tratado internacional do clima.

"Este é um mapa de referência, que poderá ser usado como uma base de comparação no futuro, quando a cobertura florestal e seu estoque de carbono variarem," propõe Sassan Saatchi, do Laboratório de Propulsão a Jato, da NASA, líder da pesquisa. "O mapa mostra não apenas a quantidade de carbono armazenado na floresta, mas também a precisão da estimativa."

Estima-se que o desmatamento e a degradação florestal contribuam com algo entre 15 e 20 por cento das emissões globais de carbono.

As florestas tropicais armazenam grandes quantidades de carbono na madeira e nas raízes de suas árvores. Quando as árvores são cortadas e se decompõem ou são queimados, o carbono é liberado para a atmosfera.

No ciclo de vida da floresta, contudo, ainda há controvérsias sobre os volumes da absorção e das emissões.

Depois do fracasso no lançamento de dois satélites artificiais voltados para o monitoramento do ciclo do carbono na Terra, os pesquisadores resolveram usar o chamado satélite do gelo, o ICESat, o mesmo que já havia servido para construir o mapa-múndi da altura das florestas.

Com a ajuda de dados de campo, amostrados diretamente no solo, eles calcularam a quantidade de biomassa acima do solo e, assim, a quantidade de carbono contido.

A equipe então extrapolou esses dados para a toda a variedade de terrenos e relevos ao redor do globo.

O mapa revela que, no início dos anos 2000, as florestas nos 75 países tropicais estudados continham 247 bilhões de toneladas de carbono - para comparação, são liberados anualmente para a atmosfera cerca de 10 bilhões de toneladas de carbono pela queima de combustíveis fósseis e pela agricultura.

Segundo o mapa, as florestas da América Latina contêm 49 por cento do carbono de todas as florestas tropicais do mundo. Por exemplo, o estoque de carbono do Brasil sozinho, com 61 bilhões de toneladas, é quase igual a todo o estoque de carbono na África Subsaariana, de 62 bilhões de toneladas.

Esses números sobre o carbono, juntamente com informações sobre a incerteza das medições, são importantes para os países que pretendem participar do Programa REDD+ (Reducing Emissions from Deforestation and Degradation - Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação).

O REDD+ é um esforço internacional para criar um valor financeiro para o carbono armazenado nas florestas. Ele oferece incentivos para os países preservarem suas florestas, reduzindo as emissões de carbono e investindo em rotas de desenvolvimento de baixa emissão de carbono.

Site Inovação Tecnológica

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS PROFISSIONAIS DE SUSTENTABILIDADE



Além de proporcionar a troca de conhecimento e capacitar pessoas, um dos primeiros projetos é fazer o levantamento de cargos e níveis salariais dos profissionais, em parceria com uma grande consultoria.

Com o objetivo de representar, conectar e fortalecer a atuação do profissional de sustentabilidade, responsabilidade social corporativa, cidadania corporativa, investimento social privado, entre outras denominações, acaba de nascer a Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade.

“A entidade vai levar sempre em conta a articulação intersetorial que promova a troca de experiências entre os profissionais, a contribuição na formação do profissional e a disseminação de conhecimento sobre a área, na área ou em áreas afins”, diz Marcus Nakagawa, consultor em educação para sustentabilidade e gestão para o terceiro setor que, com os inputs de seus colegas, idealizou da Associação.

Com base nessas premissas, a Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade tem como visão ser referência como um movimento de pessoas que influenciam decisivamente na promoção de condições justas, inclusivas e sustentáveis nas relações dos seres humanos com o meio em que estão inseridos, sempre baseados na ética, respeito, coerência, comprometimento e equilíbrio, complementa o grupo.

Hoje a Associação possui um grupo gestor de 20 pessoas que voluntariamente desenvolvem atividades compartilhadas. Dentro deste, há outros três Grupos de Trabalho. O Grupo de Trabalho de estruturação e planejamento organizacional facilitou a criação da missão, visão e objetivos da Associação. Este grupo também está trabalhando na estruturação funcional da organização.

O Grupo de Trabalho focado em Gestão do Conhecimento desenvolverá ações visando o compartilhamento e a produção de conhecimento entre os profissionais. O conhecimento será organizado, sistematizado e divulgado entre as pessoas. O evento de lançamento da Associação por meio do debate, por exemplo, já é uma iniciativa que visa compartilhar e estimular a troca e desenvolvimento de conhecimento que, mais adiante, deve ser disponibilizado para todos os associados. Outro projeto deste grupo é uma pesquisa salarial dos profissionais que será realizada em parceria com uma grande consultoria.

Já o Grupo de Trabalho de Comunicação visa à mobilização e o trabalho em redes dos associados. Hoje, a Associação tem um grupo no Linkedin, com o Título Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade http://migre.me/3StSs

De acordo com os integrantes da Associação, o setor ainda não está bem estruturado. Os grupos organizacionais estão experimentando um momento intenso de mudanças que, dependendo da cultura, valoriza mais ou menos o profissional que atua em sustentabilidade. Hoje, muitas empresas que contratam executivos desta área têm dificuldades de nomenclatura e descrição de cargos e os valores dos salários são muito desiguais e sem base comparativa. Dessa forma, a Associação vem ao encontro dos interesses desses profissionais, que poderão fortalecer ainda mais o mercado em que atuam.

Paula X, enviou esta Mensagem

ECO-CIDADE OTIMIZA TECNOLOGIA DE PROJETO AEROESPACIAL

Portugal deverá ter sua própria eco-cidade já em 2015. E com um diferencial absolutamente futurístico: a cidade terá não apenas um cérebro eletrônico, mas também seu próprio sistema nervoso, capaz de "sentir" e controlar tudo, do uso da água ao consumo de energia.

A cidade ecológica vai se chamar PlanIT Valley, e será construída nas cercanias de Paredes, no nordeste de Portugal. Ela deverá ser a primeira cidade ecológica a ficar pronta.

A eco-cidade de Masdar, que está sendo construída nos Emirados Árabes, já começou a receber seus primeiros habitantes, mas só deverá estar concluída por volta de 2020.

Já a versão de eco-cidade da China, Dongtan, próxima a Xangai, ainda não saiu do papel, e o projeto está enfrentando sérias dificuldades políticas e de orçamento.

Os portugueses pretendem que PlanIT Valley esteja totalmente pronta em 2015, graças a técnicas de construção pré-fabricada otimizada com uma tecnologia de projeto aeroespacial.

Como as outras eco-cidades, PlanIT Valley irá usar apenas energias renováveis, vai reciclar seu lixo, tratar seus esgotos e os telhados serão cobertos com plantas, que ajudarão a controlar a temperatura no interior dos edifícios e residências, absorver a água da chuva e assimilar poluentes.

Mas, a partir daí começam as diferenças. A cidade ecológica portuguesa terá uma rede de sensores, imitando um sistema nervoso, ligados a um computador central, que funcionará como um cérebro.

Segundo Steven Lewis, gerente do projeto, o sistema criará um "metabolismo urbano" inédito, permitindo o controle dos processos de reciclagem e tratamento de água e dejetos e de consumo energético.

Toda essa tecnologia já está disponível, mas é cara. Os criadores da eco-cidade contrabalançaram esse custo usando técnicas de construção mais baratas. "Como nós reduzimos o custo das construções, poderemos gastar um pouco mais em tecnologia," disse Lewis à revista New Scientist.

O projeto arquitetônico foi criado com os mesmos softwares utilizados no projeto de carros e aviões. Todos os prédios terão formato hexagonal, escolhido por permitir um melhor uso do espaço.

Todos os prédios serão pré-fabricados. É graças a isso que os criadores acreditam ser possível construir uma cidade inteira em apenas dois anos e a um custo relativamente baixo.

Sensores instalados em cada construção vão monitorar a ocupação - se tem alguém em casa -, a temperatura, umidade e consumo de energia. Essas informações vão alimentar um computador central - o cérebro eletrônico da cidade - juntamente com dados sobre a geração de energia de painéis solares e turbinas eólicas, o consumo de água e o lixo produzido.

O cérebro da cidade poderá então usar essas informações para controlar cada aspecto da vida urbana. Por exemplo, se os sensores mostrarem que o nível da caixa d'água de um edifício está baixo demais, ele poderá retirar água de outro prédio que esteja com um reservatório além de suas necessidades.

E serão muitos dados - algo como 5 petabytes por dia. Para lidar com eventuais problemas no cérebro central, cada casa será equipada com um poder computacional suficiente para fazê-la funcionar de forma autônoma. O calor gerado pelo data-center da cidade será usado para aquecer outros prédios.

Haverá um cuidado especial com o reúso da água. Apenas 3% da água consumida em uma cidade é usada para consumo. Assim, por exemplo, a água usada nas cozinhas será filtrada e utilizada nos banheiros.

Uma série de lagos no parque central da cidade usará plantas para filtrar a água, tornando-a adequada para uso em banheiros e em irrigação.

O lixo orgânico produzido na cidade será usado para gerar eletricidade. Um biodigestor anaeróbico usará enzimas para estimular micróbios a digerirem o lixo, produzindo compostos químicos que poderão ser fermentados e destilados em biocombustíveis.

Esses biocombustíveis poderão alimentar os carros ou serem queimados para produzir eletricidade. O processo gera subprodutos, como aminoácidos e vitamina B12, que poderão ser vendidos para a indústria farmacêutica.

Os pais que morarem em PlanIt Valley também terão uma ajudinha extra para cuidar dos filhos. Um aplicativo, chamado "Ache meu Filho" permitirá que os pais localizem instantaneamente seus filhos, na rua ou dentro de um shopping center.

New Scientist

LIXO TRANSFORMADO EM MATERIAL DE CONSTRUÇÃO

A competição Moradia Ideal – Colaboração para Cidades Mais Inclusivas e Sustentáveis (Sustainable Urban Housing – Collaborating For Liveable And Inclusive Cities), da Ashoka Changemarkers, organização mundial que trabalha com inovação e apoio a empreendedores sociais, recebeu inscrições de 48 países, totalizando 289 projetos.

De 11 finalistas, três foram premiados – um deles, brasileiro: Lixo Zero, Arquitetura Sustentável, Energia Renovável, dos arquitetos Márcia Macul e Sérgio Prado, fundadores da ONG Curadores da Terra.

A proposta é ambiciosa: reaproveitar todo tipo de lixo gerado nas cidades em Usinas Limpas, que processam resíduos orgânicos, plásticos e minerais (incluindo lodo e esgoto dos córregos e rios) e dão origem a materiais de construção, fertilizantes e energia.
As usinas podem ser feitas para todas as quantidades de lixo, variando de tamanho de acordo com o número de habitantes da comunidade ou cidade em que é implantada. “Cada unidade é feita individualmente para atender a estes quantitativos”, explica Márcia.

O lixo orgânico e seco é transformado em “biomassa bioestabilizada” (em um processo que dura de 30 a 55 horas) e pode ser aproveitada como fertilizante para florestas e piscicultura, materiais de construção e na geração de energia elétrica (em usinas com capacidade para mais de 12 toneladas/dia).

“Esta biomassa é agrupada com todos os outros resíduos, amalgamados com poliuretano vegetal biodegradável (que vem da soja ou mamona) dando origem a blocos, pisos, paredes, telhas, etc.” A resina formada substitui o cimento, que “cola apenas produtos minerais e hoje representa 8% do aquecimento da atmosfera”, segundo a arquiteta.
Em SP, o Lixo Zero, Arquitetura Sustentável, Energia Renovável já faz parte de projeto de lei. “Isso abre significativo espaço para a implantação de até 660 Cidades Verdes Sustentáveis.” Nos EUA, também fez sucesso.

Onze equipes que participaram do evento de premiação se interessaram pela iniciativa, além de três importantes secretarias norte-americanas: HUD (US Department os Housing and Urban Development), EPA (Environmental Protection Agency) e a USAID (US Agency for Internacional Development). “Elas agora estudam novas formas de implantação para todos os países da América do Sul e América Central”, diz Márcia.

A premiação aconteceu na última semana em Washington DC, nos EUA. O projeto brasileiro recebeu 10 mil dólares, que serão investivos na divulgação, com vídeo em 3D sobre o funcionamento das usinas.

O projeto propõe soluções que vão muito além do reaproveitamento de lixo. Ele promove mudanças de aspecto social, com a construção de casas acessíveis e feitas com material “limpo”. “As usinas ganham pelo depósito de lixo, venda de energia e adubo e têm muito lucro com isso. Nossa ideia é que os elementos construtivos sejam usados para a edificação de creches, escolas e casas populares, beneficiando sempre a comunidade.”

A competição teve o apoio do Rockefeller Foundation, Departamento de Housing e Desenvolvimento Urbano e Departamento de Estado dos EUA e o Ministério da Cidades do Brasil. Os outros dois projetos premiados são da Argentina e EUA.

Revista Super interessante

TELHADOS COBERTURA VEGETAL SOBRE LAJES E TELHAS



Na tentativa de tornar o concreto das cidades mais agradável, construções com telhados verdes se multiplicam pelo país.

São 120 mil metros quadrados de telhados verdes, segundo o GBC Brasil (conselho de construção sustentável).

A cobertura vegetal sobre lajes e telhas embeleza, reduz o risco de enchentes na cidade e beneficia o morador.

"O usuário se beneficia com a melhoria do conforto termoacústico e com a redução do estresse urbano", diz Roberto Lamberts, membro do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável.

Apesar de mais comuns em edifícios comerciais, sistemas de fácil aplicação permitem o uso em residenciais.

Há modelos montados em camadas sobre o telhado e outros de estrutura modular, como peças de encaixe.

Os sistemas podem ser colocados sobre coberturas ou em varandas de apartamento. Nos jardins suspensos, usam-se mudas variadas, de grama a plantas ornamentais, ao gosto do morador.

Tanto coberturas de laje como de telhas cerâmicas podem receber plantas. É importante consultar um engenheiro para garantir que a estrutura suportará o peso da vegetação somado ao de uma pessoa responsável por sua manutenção.  O custo médio de instalação é de R$ 125 por metro quadrado (com mão de obra).

A manutenção é parecida com a de um jardim comum. Os cuidados dependem da vegetação escolhida, mas é preciso assegurar o acesso fácil aos telhados para poda e irrigação, quando necessárias.

Quem tiver interesse deve aproveitar o inverno, período de poucas chuvas, para implantar a novidade. "Os telhados vivos valorizam o imóvel e aumentam a durabilidade da impermeabilização, reduzindo o risco de infiltração", cita Marcos Casado, gerente técnico do GBC Brasil.

Jornal Folha de São Paulo

TELEFONE CELULAR LIGADO TRANSFORMA MILHO EM PIPOCA