segunda-feira, 11 de julho de 2016

ÚLTIMAS MENSAGENS POSTADAS 11 07 2016

EDUCAÇÃO NEUTRALIDADE POLÍTICA, IDEOLÓGICA E RELIGIOSA DA EDUCAÇÃO NA ESCOLA
EDUCAÇÃO ONDE HÁ PROJETOS DE LEI INSPIRADOS NA ESCOLA SEM PARTIDO
EDUCAÇÃO PROFESSORES E DOUTRINADORES MARXISTAS DA RECEBEM AULA DE DEMOCRACIA
AGRICULTURA BIODINÂMICA
AGRICULTURA SINTROPIA  SOMOS PARTE DE UM SISTEMA INTELIGENTE
BURACO NA CAMADA DE OZÔNIO SOBRE A ANTÁRTIDA ESTÁ DIMINUINDO
GASES DE EFEITO ESTUFA TRANSFORMANDO C02 EM PEDRA

INSTITUTOS SENAI DE TECNOLOGIA

PROFESSORES E DOUTRINADORES MARXISTAS RECEBEM AULA DE DEMOCRACIA

Deputado Rogério Marinho



Enfrenta professores militantes profissionais do PT PSOL e PCdoB e diz que a Ideologia Comunista tem que ser jogada no lixo. Desmascara professores contrários ao projeto 'Escola Sem Partido' durante a Comissão de Educação que discute a Base Nacional Comum Curricular. Professores de esquerda recebem aula de democracia na Comissão de Educação

ONDE HÁ PROJETOS DE LEI INSPIRADOS NA ESCOLA SEM PARTIDO


Projetos: Aprovado* Em tramitação Arquivado

No fim de maio, o tema ganhou visibilidade, quando o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), recebeu em seu gabinete o ator Alexandre Frota e membros do grupo Revoltados Online. Uma das reivindicações levadas a Mendonça, segundo os ativistas, foi o fim da “doutrinação” em sala de aula. 

Questionado pelo GLOBO sobre a posição da pasta em relação ao Escola Sem Partido, o ministério ressaltou em nota que esse é um debate travado pela sociedade e em discussão no Congresso. O MEC diz que, na educação, “mais importante do que discutir rótulos e slogans é debater e executar políticas públicas focadas na equidade social, na qualidade do ensino e na pluralidade de ideias” e que “vai atuar sempre na busca de diálogo e de consenso para políticas públicas seguindo esses princípios”.

O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) convocou uma audiência pública na Comissão de Educação do Senado, antes mesmo de o projeto de lei chegar à Casa. Para ele, o Escola Sem Partido pode ser uma brecha para a censura.

— Não posso apoiar um projeto que quer fazer uma escola fora do mundo. No Brasil, a gente vê a escola aberta a todas as maneiras de pensar. Não acredito em doutrinação — afirma o senador.

O coordenador do Fórum Nacional de Educação, Heleno Araújo Filho, fala em onda conservadora no país. Alerta para o risco de a escola se tornar menos acolhedora à diferença; e de se ampliarem a evasão e a manutenção de desigualdades educacionais e socioeconômicas.

— Avançamos na sociedade brasileira, e esse tipo de projeto inicia um processo de perseguição. Pode-se ampliar a violência. Não existe neutralidade nenhuma. A ideia é manter as ações de quem é hegemônico — diz.

NEUTRALIDADE POLÍTICA IDEOLÓGICA E RELIGIOSA DA EDUCAÇÃO NA ESCOLA

Projeto acirra debate sobre neutralidade política na escola
 
Propostas em tramitação na Câmara e em sete estados pregam fim da 'doutrinação ideológica' nas salas de aula
 
Nas aulas do Colégio Pedro II, no Rio, o conteúdo extrapola equações e orações subordinadas. Nas salas e nos corredores, alunos e professores abordam, sem restrições, os rumos de política, feminismo, homofobia e outros temas que ganham destaque na agenda do país. Para educadores ouvidos pelo GLOBO, no entanto, esse debate, corriqueiro no Pedro II, pode se tornar inviável nas escolas brasileiras, se avançarem projetos de lei inspirados no movimento Escola Sem Partido.
 
Além de uma proposta na Câmara, cuja análise aguarda a indicação de integrantes para uma comissão especial, municípios de todas as regiões e ao menos sete estados, entre eles Rio e São Paulo, além do Distrito Federal, atualmente têm leis em tramitação que defendem a inclusão da “neutralidade política, ideológica e religiosa” na Educação, o que significa, para seus apoiadores, combater o que chamam de “doutrinação ideológica” por professores.
 
No Paraná e em Goiás, as propostas foram arquivadas. Em Alagoas, uma iniciativa similar, intitulada Escola Livre, foi aprovada pela Assembleia Legislativa do estado. Alegando inconstitucionalidade, o governador Renan Filho (PMDB) chegou a barrar o projeto, mas teve seu veto derrubado, e agora tenta impedi-lo na Justiça.
 
Marlen Couto
10/07/2016 4:30 / Atualizado 10/07/2016 16:24
 

sábado, 9 de julho de 2016

INSTITUTOS SENAI DE TECNOLOGIA

 
Os Institutos SENAI de Tecnologia (IST) são unidades do SENAI com infraestrutura física e pessoas qualificadas para a prestação de serviços técnicos especializados, de metrologia e consultoria, com o objetivo de aumentar a competitividade de indústrias de todos os portes. Os institutos desenvolvem soluções com base nas tecnologias existentes para criar novos processos e novos produtos.
 
Até o fim de 2015, 42 institutos já estavam em operação, com uma equipe total de 1.168 especialistas e consultores atuando. O número total de institutos será de 57 até 2017. As unidades estão localizados em regiões de grande densidade industrial e alinham-se entre si, compartilhando competências, portfólio, laboratórios e especialistas, para atender demandas de todo o Brasil.
 
Em 2015, os Institutos SENAI de Inovação executaram mais de 92 mil serviços, atentendendo a mais de 14 mil empresas e gerando mais de R$ 112 milhões.;
 
Com a missão de atuar em transferência de tecnologia e inovação para aumentar a
competitividade da indústria brasileira, o SENAI pretende ser reconhecido como a maior rede
privada de prestação de serviços em tecnologia e inovação no Brasil, agregando valor aos processos e produtos das industrias, das micro e pequenas empresas e dos microempreendedores individuais.
 

BURACO NA CAMADA DE OZÔNIO SOBRE A ANTÁRTIDA ESTÁ DIMINUINDO

Descoberta é de cientistas da Universidade de Leeds, liderados pelo professor Susan Solomon, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (Foto: Nasa);

O buraco na camada de ozônio sobre a Antártida está diminuindo, disseram pesquisadores nesta quinta-feira (30). Um estudo revelou que o tamanho foi reduzido em cerca de quatro milhões de quilômetros quadrados - uma área do tamanho da Índia - desde 2000.

Essa é uma boa notícia para o meio ambiente, quase 30 anos após o Protocolo de Montreal ser assinado para eliminar progressivamente a emissão de certos poluentes (CFCs), como retificaram os mesmos cientistas.
"É uma grande surpresa", disse a autora principal, Susan Solomon, uma química atmosférica no Massachusetts Institute of Technology (MIT), em uma entrevista à revista científica americana "Science". "Eu não achei que isso iria acontecer tão cedo", acrescentou.

O estudo atribuiu a recuperação da camada de ozônio ao "declínio contínuo do cloro atmosférico proveniente de clorofluorcarbonetos (CFCs)", ou componentes químicos que eram emitidos por limpeza a seco, geladeiras, spray de cabelos e outros aerossóis.

"Agora, podemos estar confiantes de que as coisas que fizemos colocaram o planeta no caminho para a recuperação", disse Solomon.
A coautora Anja Schmidt, pesquisadora em impactos vulcânicos na Universidade de Leeds, concordou e descreveu o Protocolo de Montreal como "uma verdadeira história de sucesso que proporcionou uma solução para um problema ambiental global".

O buraco na camada de ozônio foi descoberto na década de 1950, e alcançou um tamanho recorde em outubro de 2015. Solomon e seus colegas afirmam que o episódio aconteceu devido à erupção do vulcão chileno Calbuco naquele mesmo ano.

O vulcão atrasou ligeiramente a recuperação do ozônio, que é sensível ao cloro, à temperatura e à luz do sol. "Injeções vulcânicas de partículas causam uma destruição maior que o normal no ozônio", disse Schmidt.
"Essas erupções são uma fonte esporádica de minúsculas partículas no ar que fornecem as condições químicas necessárias para que o cloro dos CFCs introduzido na atmosfera reaja eficientemente com o ozônio na atmosfera sobre a Antártida", completou.

O ozônio passa por um ciclo regular a cada ano, com sua redução começando em agosto, no final do inverno escuro da Antártida. O buraco normalmente atinge seu tamanho máximo em outubro.

A tendência geral em direção à recuperação se tornou evidente quando os cientistas estudaram as medições feitas por satélites, instrumentos terrestres e balões meteorológicos no mês de setembro, em vez de outubro.

"Eu acho que as pessoas, eu inclusive, estiveram focadas demais em outubro, porque é quando o buraco de ozônio é enorme", disse Solomon, ressaltando que o mês está, porém, sujeito a outras variáveis, como pequenas alterações meteorológicas.

O coautor Ryan Neely, professor de ciência atmosférica em Leeds, disse que o escopo do estudo permitiu à equipe "quantificar os impactos separados de poluentes emitidos pelo homem, de mudanças na temperatura e nos ventos, e de vulcões no tamanho e na magnitude do buraco de ozônio da Antártida".

"Observações e modelos de computador concordam. A cura do ozônio da Antártida começou", completou.

30/06/2016 20h40 - Atualizado em 30/06/2016 20h42
g1.globo.com/.../buraco-na-camada-de-ozonio-sobre-antartida-esta-diminuindo

SINTROPIA SISTEMA INTELIGENTE

Modelo de sistema agroflorestal, a “Sintropia” ou Agricultura Sintrópica de Ernst Götsch, em Piraí do Norte, Baixo Sul da Bahia, está há 40 anos produzindo vida: percebendo a inteligência da floresta, a sucessão vegetativa e incluindo a produção de alimentos dentro da dinâmica florestal.

Ernst Götsch, 68, agricultor e pesquisador suíço, desenvolveu seus primeiros estudos sobre sistemas complexos de plantio na Suíça e na Alemanha, na década de 1970, trabalhando com consórcio entre espécies e experimentação de associações não tradicionais na época. Assim, dos clássicos milho com feijão, surgiram trigo com ervilha, com framboesa, com maçã e com cereja.

Do sucesso dos seus experimentos e da percepção sobre a organicidade e cooperação entre as espécies dos cultivares, assim como Catie e Capra, desenvolveu os princípios do pensamento da Sintropia em cima da abordagem sistêmica e dos Sistemas Agroflorestais Sucessionais.

Depois de realizar trabalhos de recuperação de solos com implantação de Sistemas Agroflorestais produtivos na Costa Rica, Ernst migrou para o Brasil no começo da década de 1980, estabelecendo-se na Microrregião do Baixo Sul da Bahia.

Em Piraí do Norte, adquiriu 500 hectares de terras degradadas, a Fazenda Fugidos da Terra Seca. Eram terras improdutivas pelas práticas de corte de madeira, formação de pastagens pelo fogo, ciclos repetidos de cultivo de mandioca em encostas e criação de suínos nas baixadas.

Hoje, 40 anos depois da utilização de técnicas de recuperação de solos com métodos de plantio que imitam a regeneração natural de florestas, a “Fazenda Olhos d’Água”, como se chama atualmente, é um modelo de viabilidade da produção de alimentos integrada à dinâmica das florestas.

Partindo dos sistemas mais simples aos mais complexos, este conjunto de princípios e técnicas constitui a Agricultura Sintrópica de Götsch.
As técnicas promoveram a recomposição de 410 hectares de Floresta Atlântica, dos quais, 350 hectares foram transformados numa Reserva Particular do Patrimônio Natural e 120 hectares em Reserva Legal.

Sintropia: a vida não conhece tempo, conhece fluxo
Com alta produtividade em grande variedade de espécies vegetais, especialmente o cacau e a banana, a pupunha e o açaí, a recuperação da mata com todas as características de flora e fauna, cerca de 14 nascentes e 7 córregos, a área influencia o clima da Microrregião e o ambiente do entorno.

Além da recuperação de áreas degradadas e dos estudos de sistemas de produção em unidades agroflorestais, a Agricultura Sintrópica envolve técnicas de implantação e manejo mecanizado, produção de hortifrutigranjeiros e grãos, prática da pecuária e produção de madeira com baixos insumos.

Um dos princípios da Sintropia é a utilização das podas como combustível das transformações, colocando o metabolismo do sistema para funcionar no máximo da eficiência, num aumento constante de recursos, água e solo. E é justamente o que a diferencia dos manejos convencionais, incluindo as produções orgânicas.
“Vida em Sintropia” é um curta do Agenda Gotsch. Edição feita para apresentações da COP21 em Paris, é um compilado de experiências expressivas em Agricultura Sintrópica, com imagens e entrevistas inéditas.

gmc-creative.com.br/sintropia-somos-parte-de-um-sistema-inteligente

sexta-feira, 8 de julho de 2016

AGRICULTURA BIODINÂMICA

Rudolf Steiner (1861-1925), fundador da Antroposofia, colocou, durante o Congresso de Pentecostes, em 1924, a pedra fundamentalespiritual do Movimento Biodinâmico, em forma de um ciclo de 8 palestras para agricultores (*). Esse congresso teve lugar no castelo Koberwitz perto de Wroclaw/Breslau, que hoje abriga a prefeitura de Kobierzyce, Polônia.

O impulso da Agricultura Biodinâmica, sendo uno com a Antroposofia, tem como conseqüência natural da renovação do manejo agrícola, o sanar do meio ambiente e a produção de alimentos realmente condignos ao ser humano.

Esse impulso quer devolver à agricultura sua força original criadora e fomentadora cultural e social, força que ela perdeu no caminho da industrialização direcionada à monocultura e da criação em massa de animais fora do seu ambiente natural.

A Agricultura Biodinâmica quer ajudar aqueles que lidam no campo a vencer a unilateralidade materialista na concepção da natureza, para que eles possam, cada um por si mesmo, achar uma relação espiritual/ética com o solo, com as plantas e os animais e com os coirmãos humanos.

A Biodinâmica quer lembrar todos os seres humanos que "A agricultura é o fundamento de toda cultura, ela tem algo a ver com todos"

O ponto central da Agricultura Biodinâmica é o ser humano que conclui a criação a partir de suas intenções espirituais baseadas numa verdadeira cognição da natureza. 

Ele quer transformar sua fazenda ou sítio em um organismo em si, concluso e maximamente diversificado; um organismo do qual a partir de si mesmo for capaz de produzir uma renovação. O sítio natural deve ser elevado a umaespécie de individualidade agrícola".

O fundamento para tal é a integração de todos os elementos ambientais agrícolas, 
tais como culturas do campo e da horta, pastos, fruticulturas e outras culturas permanentes, florestas, sebes e capões arbustivos, mananciais hídricas e várzeas etc.. Caso o organismo agrícola ordene-se em torno desses elementos, nasce uma fertilidade permanente e atinge-se a saúde do solo, das plantas, dos animais e dos seres humanos.

A partida e a continuidade desse desenvolvimento ascendente da totalidade do organismo/empresa é assegurado pelo manejo biodinâmico dos tratos culturais agrícolas e do uso de preparados apresentados pela primeira vez por Rudolf Steiner durante o Congresso de Pentecostes. 

Trata-se de preparados que incrementam e dinamizam a capacidade intrínseca da planta a ser produtora de nutrientes, seja por mobilização química, transmutação ou transubstanciação do mineral morto ou por harmonização e adequação na reciclagem das sobras da biomassa produzida. Esses preparados apóiam a planta a ser transmissor, receptor e acumulador do intercâmbio da Terra com o Cosmo.

Adubar na biodinâmica significa, portanto, aviventar ou vivificar o solo e não simplesmente fornecer nutrientes para as plantas. A grande preocupação que devemos ter é o que fazer para que isso aconteça. Nesse caso é possível abster-se de muito do que hoje em dia parece ser imprescindível. 

Na Agricultura Biodinâmica não se usam adubos nitrogenados minerais, pesticidas sintéticos, herbicidas, hormônios de crescimento, etc. A concepção do melhoramento biodinâmico dos cultivares ou das raças está em irrestrita oposição à tecnologia transgênica. A ração para os animais é produzida no próprio sítio ou fazenda e a quantidade dos animais mantidos está em relação com a capacidade natural da área ocupada.

O agricultor biodinâmico está empenhado em fazer somente aquilo pelo qual ele mesmo pode responsabilizar-se, a saber, o que serve ao desenvolvimento duradouro da "individualidade agrícola". Isso inclui o cultivo e a seleção das suas próprias sementes, como também a adaptação e a seleção própria de raças de animais. Além disso, significa uma orientação renovada na pesquisa, consultoria e formação profissional.

O agricultor biodinâmico aprende, dentro do processo de trabalho, a ser ele mesmo um pesquisador, aprende a participar e transmitir sua experiência a outros e a estabelecer dentro do seu estabelecimento um local de formação profissionalizante para gerações vindouras.

Uma renovação desta natureza desperta o interesse das pessoas que vivem nas cidades. Elas ligam-se com esta ou aquela fazenda ou sítio, apoiam e ajudam como podem, tornando-se fieis fregueses. Elas colaboram na formação de mercados regionais tornando-se associados solidários mútuos. Há iniciativas novas de importância fundamental em toda parte para que a agricultura possa enfrentar com sua autonomia regional a globalização do mercado mundial. Agricultura não é somente profissão para ganhar dinheiro, mas é principalmente encargo de vida, é vocação.

Em mais de 50 países a Agricultura Biodinâmica é praticada ao serviço do cultivo do meio ambiente e alimentação saudável do ser humano. No mundo inteiro os produtos biodinâmicos são uniformemente comercializados sob a marca DEMÉTER. A marca DEMÉTER garante uma cultura agrícola baseada em medidas novas nos campos culturais/espirituais, políticos/legais, econômicos e ecológicos.

Para o desenvolvimento da agricultura e da cultura em geral no Brasil será de maior significação, achar personalidades suficientes que tenham a coragem e a força de iniciativa de se colocar ao serviço dessa renovação da agricultura.

(*) Steiner, R. Fundamentos da Agricultura Biodinâmica. 8 palestras dadas en Korberwitz, 7-16/6/1924, GA (Gesamtausgabe, catálogo geral) 327. Trad. Gerard Bannwart. São Paulo: Editora Antroposófica, 1993.
Bernardo Thomas Sixel. (Original de 2003; última revisão de V.W.Setzer em 13/3/10)

www.sab.org.br/portal/agricultura-biodinamica/45-o-que-e-a-agricultura-biodinamica

GASES DE EFEITO ESTUFA TRANSFORMANDO C02 EM PEDRA

Cientistas acreditam ter encontrado uma maneira inteligente de reduzir as emissões de dióxido de carbono - apenas transformando-as em pedra.

Pesquisadores relataram um experimento na Islândia em que injetaram gás carbônico e água no interior de rochas vulcânicas.

Reações com os minerais nas camadas profundas de basalto converteram o dióxido de carbono em um sólido estável, com consistência de giz.

Outro resultado animador, como descreveu o grupo em artigo na revista "Science", foi a velocidade do processo: questão de meses.

"De 220 toneladas de gás carbônico injetado, 95% foi convertido em pedra calcária em menos de dois anos", afirma o coordenador da pesquisa, Juerg Matter, da Universidade de Southampton, no Reino Unido.

"Foi uma grande surpresa para todos os cientistas envolvidos no projeto, e pensamos: 'Uau, isso é realmente rápido!", lembrou Matter em entrevista ao programa de rádio Science In Action (Ciência em Ação), da BBC.
Com o aumento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera, e o consequente aquecimento do planeta, pesquisadores estão ansiosos para investigar as chamadas soluções de sequestro e conservação de carbono.

Experimentos anteriores injetaram gás carbônico puro em arenito, ou aquíferos profundos de água salgada.

As locações escolhidas - que incluíram poços desativados de petróleo e gás - se valiam de camadas impermeáveis de rochas resistentes para conter o dióxido de carbono. Mas o temor era que o gás sempre encontraria um jeito de voltar à atmosfera.

O chamado Projeto Carbfix na Islândia, por outro lado, busca solidificar o carbono indesejado.

Trabalhando com a usina geotérmica de Hellisheidi, no entorno de Reykjavik, a iniciativa combinou gás carbônico e água para produzir um líquido levemente ácido, injetado centenas de metros até as rochas basálticas que compõem grande parte dessa ilha do Norte do Atlântico.

A água de baixo pH (3.2) serviu para dissolver os íons de cálcio e magnésio nas camadas de basalto, que reagiram com o dióxido de carbono para gerar os carbonatos de cálcio e magnésio. Tubos inseridos no local dos testes coletaram pedras com os característicos carbonatos brancos ocupando os poros das rochas.
Os pesquisadores também "marcaram" o CO2 com carbono-14, uma forma radioativa do elemento. Desta maneira puderam verificar se parte do CO2 injetado estava voltando à superfície ou escoando por algum curso d'água. Nenhum vazamento foi detectado.

"Isso significa que podemos bombear grandes quantidades de CO2 e armazená-lo de maneira bem segura e em um curto período de tempo", disse o coautor do estudo Martin Stute, do Observatório Terrestre de Lamont-Doherty, da Universidade de Columbia, nos EUA.

"No futuro, podemos imaginar o uso disso em usinas de energia em locais com muito basalto - e há muitos locais assim."
Matter acrescentou: "Você pode encontrar basaltos em todo continente, e certamente em alto-mar, porque a crosta oceânica, abaixo do leito oceânico, é todo de rocha basáltica. Não há problemas em termos de disponibilidade de basalto para dar conta das emissões globais de CO2."
No gráfico à esquerda, experimentos que injetaram CO2 puro em rochas sedimentares, onde o gás fica preso abaixo de uma camada de rochas impermeáveis. No CarbFix (à direita), o CO2 é dissolvido em água e reações químicas no subsolo asseguram que nada volte à superfície (Foto: P.HUEY/SCIENCE/AAAS)

Ainda há, no entanto, o problema do custo. Capturar CO2 em usinas e outros complexos industriais é caro - sem incentivos, o processo estaria condenado ao prejuízo. Outro ponto a ser considerado é a infraestrutura necessária para bombear gás até o local em questão.

No caso do Projeto Carbfix, há necessidade de um volume significativo de água. Apenas 5% da massa bombeada terra abaixo é CO2.

Christopher Rochelle é um especialista em sequestro e conservação de carbono no Serviço Geológico Britânico, e não se envolveu com o experimento na Islândia.

Para ele, o Projeto Carbfix destaca a importância de ir além dos modelos e estudos de laboratório. Apenas com demonstrações reais, afirma, é possível verificar se a tecnologia é aplicável.
A usina geotérmica de Hellisheidi continua a bombear CO2 nas 
profundezas da Islândia (Foto: Lamont-Doherty Earth Observatory)

Precisamos de mais testes como esse da Islândia para entender melhor os tipos de processos que estão em curso e quão rápido eles atuam", afirmou Rochelle.

"Aqui eles injetaram (CO2) em rochas reativas e os minerais se precipitaram de maneira relativamente rápida, e não puderam mais se mover a lugar algum. Isso é ótimo, mas as rochas abaixo da Islândia são diferentes daquelas abaixo do Mar do Norte, por exemplo. Então o enfoque dependerá de onde você estiver. Precisaremos de um portfólio de técnicas."

A usina geotérmica de Hellisheidi agora já avançou para além do experimento descrito na revista Science, e está injetando CO2 rotineiramente no subsolo, e em grandes volumes.

A companhia também está enterrado sulfeto de hidrogênio - outro subproduto da usina. Isso ajuda moradores que tiveram que conviver com o eventual cheiro de ovo podre invadindo suas propriedades.

www.bbc.com

quinta-feira, 19 de maio de 2016

ÁRVORE MILAGROSA MORINGA OLEÍFERA

A Moringa Oleífera (Moringaceae), planta originária da Índia é considerada por botânicos e biólogos, um milagre da natureza. Uma esperança para o combate da fome no mundo. Rica em vitaminas e sais minerais, ela tem:

. 07 vezes mais vitamina C que a laranja;
. 04 vezes mais cálcio que o leite;
. 04 vezes mais vitamina A que a cenoura;
. 03 vezes mais potássio que a banana;
. 02 vezes mais proteína que o leite 
  (cerca de 27% de proteína, equivalente à   carne do boi);
. Mais ferro que o espinafre;
. Vitaminas presentes: A, B (tiamina, riboflavina, niacina), C, E, e beta caroteno;
. Minerais presentes: Fósforo, Ferro, Selênio e Zinco.

Estudos demonstraram sua eficiência em dezenas de doenças: anti-diarréica, anti-inflamatória, anti-microbiana, anti-espasmódica, anti-diabética, diurética, vermífuga (flores e sementes).

SEMENTES 
Se extrai um óleo similar em qualidade ao azeite de oliva. Por ser a única planta conhecida que floresce todo o ano, é considerada melífera, própria para criação 
de abelhas. Seu mel é considerado medicinal e alcança elevado valor no mercado europeu. Pela produção intensiva de flores e sementes, estudos recentes recomendam seu plantio para extração de biodiesel. As sementes verdes podem 
ser cozidas, igual a feijão branco, soja, etc., e servidas na forma de salada.

FOLHAS 
Suas folhas e flores são comestíveis para humanos e animais. Podem, ser utilizadas em chás para uso continuo. Vem sendo utilizadas para alimentação de ovinos, caprinos, galinhas caipiras, coelhos e vacas leiteiras. A Associação Brasileira de Caprinocultores a recomenda.

FLORES 
Das flores se faz um prato apreciado na Indonésia e Timor Leste chamado 
makansufa, As flores são fritas em óleo de coco, e imersas em leite de coco, sendo comidas com arroz ou milho. As folhas e flores podem, também, ser consumidas em vitaminas ou sucos com outros legumes, como beterraba, cenoura, ou frutas como a laranja, maçã, melão, mamão, caju, abacaxi. etc. Também, podem ser utilizadas em chás para uso continuo.

As flores também poderão ser utilizada em um chá medicinal, recomendado para resfriados, de uso popular em vários países.O suco das flores ou folhas, pode compor caldos ou molhos, na sua forma natural para preservar vitaminas e sais minerais. É excelente no tratamento para redução de peso, e por ser rica em nutrientes, facilita uma reeducação alimentar sem agressão ao corpo e ao metabolismo.

As suas flores são muito utilizadas para alimentação de abelhas tipo Europa (Apis) ou as nativas sem ferrão. Produzem muito néctar para a alimentação das abelhas, florescendo o ano todo. De suas folhas, flores ou sementes, se pode extrair um produto, utilizado como decantador no tratamento de água para consumo humano, similar aos produtos aos químicos utilizados pelas companhias de tratamento de água.  As folhas maceradas em poças de água barrenta provocam rápida limpeza. Se não estiver contaminada, fica própria para o consumo. No Nordeste brasileiro esta planta já está sendo utilizada para este fim.

VAGENS 
As vagens novas podem ser cozidas, iguala aspargos ou vagens de feijão. E bastante utilizada desta forma no Haiti.

CASCAS 
De suas cascas se faz artesanato, pois são muito maleáveis e próprias para moldar e fazer cestos, trançados, etc.. Pode ser processada para extrair uma fibra, para produzir tapetes. Sua seiva tem gosto adocicado.  A casca e a resina tem tanino, que é utilizado para o curtimento de couros para a fabricação de calçados, bolsas, vestuário, etc.

BATATAS 
Pode-se plantá-la em canteiros, como uma hortaliça, e quando a planta atinge cerca de 30 centímetros, arranca-se o pé e se extrai uma batata para consumo alimentar. Tem gosto de rábano, próximo do rabanete, A seiva e a batata, tem todas as vitaminas da plantas em concentração. Essa batata pode ser comida em saladas ou refogados. Ou mesmo em sucos de frutas ou legumes. Após esse período de 30 dias a batata desaparece e transforma-se na raiz da planta.

ORNAMENTAL 
Em muitos países se planta a Moringa como ornamental pois ela produz flores o ano inteiro, sendo a única planta conhecida com essa capacidade.

CELULOSE 
Sua madeira é mole, mas é excelente para produzir celulose para fabricação de papel.

ALIMENTAÇÃO HUMANA 
Por suas propriedades alimentícias, pode ser utilizada em tratamentos de desnutrição, pois é rica em proteína, vitaminas e sais minerais. Também pode ser utilizada no combate à obesidade e ao colesterol elevado, substituindo com nutrição equivalente, mas com muito mais vitaminas e sais minerais, a carne e vários outros alimentos que engordam ou que são ricos em gorduras saturadas.

ALIMENTAÇÃO ANIMAL 
Pode, ainda, ser plantada como forrageira, para alimentar carneiros, cabritos, coelhos, galinhas caipiras, vacas leiteiras. Planta-se as sementes a cada 80 centímetros. Quando a planta atinge 80 centímetros de altura, corta-se os ponteiros. Após nova brotação, vão surgir vários brotos. Quando eles atingirem 30 centímetros, corta-se novamente todos os ponteiros, para que haja uma nova brotação. Assim a planta fica mais encorpada. Após essa segunda quebra de ponteiros, pode-se cortar os brotos e retirar as folhas para servir como alimento. Pela sua concentração de vitaminas e sais minerais, é um alimento nobre que ajuda a reduzir o custo da criação.

USO MEDICINAL 
Na África, com milhões de pessoas com o vírus HIV e AIDS, tem sido uma arma no combate aos efeitos debilitadores dessa doença, por ser rica em proteínas, vitaminas e sais minerais, assim como é poderosa arma contra a desnutrição crônica em muitas regiões daquele continente.

Resultados positivos ocorreram no tratamento de prostatite, câncer da próstata, reumatismo, tumores, lúpus eritematoso, artrites e outras doenças auto-imunes, hipertensão arterial, hepatite, mobilidade gastrintestinal, vírus Epstein-Barr, epilepsia, fadiga crônica, males causados pelo tratamento de câncer, tratamento pré-natal, de glaucoma, de má nutrição de adultos e crianças, de redução  da obesidade, cura de irritação gastro-intestinal,  de dermatoses, de bronquites e de inflamações de mucosas em lactentes. As raízes são laxativas. A planta produz efeito renovador das células epiteliais, dos órgãos sexuais e do cérebro.

Estudos demonstraram sua eficiência em dezenas de doenças: é anti-diarréica, anti-inflamatória, anti-microbiana, anti-espasmódica, anti-diabética, diurética, vermífuga (flores e sementes).

Existe citação do uso dessa planta com essa finalidade na bíblia, em Exodus 15:20-25. Ela é considerada  um milagre da natureza, uma verdadeira farmácia natural.
Existem centenas de sites divulgando esta planta e seus produtos em todo o mundo. Existem institutos de pesquisas pesquisando esta planta e divulgando os resultados. Basta citar na pesquisa  “Moringa Oleífera”, que milhares de resultados aparecerão, em muitas línguas.

O apoio da ONU/UNICEF ocorre em campanhas para o seu plantio e uso. No Senegal foi instalada uma indústria para extração de produtos, com compromisso de compra das sementes, preço em dólar. A campanha resultou no plantio de oito milhões de arvores, em algumas semanas. 

Como usar a semente de moringa para purificar a água
Lave bem as mãos, limpando com cuidado as unhas.
Separe três sementes de moringa para cada litro d’água que você deseja purificar.
Para uma lata grande de vinte litros d’água, use sessenta sementes de moringa.
Retire as cascas das sementes, coloque o miolo em um pilão e amasse.
Jogue o conteúdo do pilão na água que você quer purificar 
Mexa lentamente o líquido durante 5 minutos. 
Cubra a lata e espere durante duas horas até que a água fique bem limpa 
A água está pronta para ser usada na cozinha ou mesmo para beber.

http://www.granjaparaiso.com.br

MORINGA OLEÍFERA EFICIÊNCIA DA “ÁRVORE DA VIDA” NO TRATAMENTO DE ÁGUAS

Tese mostra eficiência da ‘árvore da vida’ no tratamento de águas
Estudo comprova que moringa tem grande potencial como coagulante primário

A Moringa oleifera (denominação científica) é uma árvore originária da Índia, que atinge cinco a seis metros de altura, tem flores brancas de extremidades amarelas e produz uma vagem com cerca de 40 cm de comprimento. Os inúmeros estudos relacionados a ela obedecem a duas vertentes principais: suas propriedades alimentícias e terapêuticas e sua utilização no tratamento de águas superficiais inadequadas para consumo ou de águas residuárias provenientes de atividades industriais.

Já na antiguidade a moringa teria sido utilizada como alimento e remédio. Escritos sânscritos a mencionariam como planta medicinal e textos hindus fariam referência aos seus usos. Romanos, gregos e egípcios a utilizariam pelas propriedades terapêuticas e também para proteger a pele e purificar a água de beber.

Em Êxodo 15, 22-25 haveria referência a esta circunstância: “Moisés fez partir os israelitas do mar Vermelho e os dirigiu para o deserto de Sur. Caminharam três dias no deserto, sem encontrar água. Chegaram a Mara, onde não puderam beber de sua água, porque era amarga, de onde o nome da Mara que deram a esse lugar. Então o povo murmurou contra Moisés: ‘Que havemos de beber?’ Moisés clamou ao Senhor, e o Senhor indicou-lhe um madeiro que ele jogou na água. E esta se tornou doce. Foi o lugar que o Senhor deu ao povo preceitos e leis, e ali o provou”.

Estudos acadêmicos mais recentes revelam grandes concentrações em suas folhas e sementes de vitamina C, cálcio, ferro e proteínas, além da presença de vitaminas A, B, E e sais minerais de cromo, cobre, magnésio, manganês, potássio, zinco, selênio e fósforo. Ela é considerada uma riqueza da natureza e esperança de combate à desnutrição no mundo, e por isso chamada árvore da vida. Campanhas para o seu plantio e uso têm recebido apoio da ONU/Unicef. No comércio existem cápsulas produzidas a partir de suas folhas, casca, raízes, sementes e também mel oriundo de suas flores. Existe ainda uma ampla culinária de doces e salgados que a utilização em suas composições.

Outra vertente de estudos está relacionada à utilização da moringa oleífera (grafia em português) na potabilidade de águas superficiais não adequadas ao consumo devido a causas naturais ou antrópicas e à possibilidade de tratamento de águas residuárias provenientes de atividades industriais, como laticínios e curtumes, com vistas ao seu reúso ou descarte, de forma a proteger a saúde humana e preservar o meio ambiente.

Nessa direção se desenvolveu a pesquisa do engenheiro civil Heber Martins de Paula, professor do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás, Regional Catalão, em tese orientada pela professora Marina Sangoi de Oliveira Ilha, no Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) da Unicamp.

O estudo concentrou-se no uso de suspensões preparadas a partir de sementes de moringa oleífera associada a coagulantes químicos no tratamento da água residuária de usinas de concreto. O pesquisador explica que a operação de usinas de concreto gera água residuária que necessita de tratamento antes da disposição ou reúso. O processo tradicional de coagulação/floculação com a utilização de coagulantes químicos associados à decantação pode gerar resíduos nocivos à saúde humana. Em vista disso, o trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência da moringa como coagulante natural no tratamento da água residual do concreto produzido em usinas.

A partir de ampla revisão da literatura nacional e internacional e das observações do que ocorre em usinas de concreto instaladas no Brasil, Heber constatou que cerca de 50% da água utilizada nas usinas de concreto é destinada a lavagem de betoneiras e de pátios. Uma usina de pequeno porte utiliza em torno de 540 m3 de água mensalmente, contabilizada a produção do concreto e as operações que demandam água como a lavagem de veículos, o que corresponde a dez residências com quatro pessoas.

Ele considera que não é recomendável que essas águas residuárias sejam despejadas diretamente no solo ou em redes públicas sem tratamento face a elevada alcalinidade, pH , e grande teor de sólidos suspensos e dissolvidos, em que predomina o carbonato de cálcio. Além disso, quando submetidas a tratamento adequado, essas águas podem ser reutilizadas na produção ou na lavagem de pátios ou veículos na própria usina, contribuindo para a conservação desse importante insumo que é a água.

O autor esclarece que nos processos de tratamento da água residuária proveniente das usinas de concreto empregam-se usualmente apenas câmaras de decantação e que a inserção do processo de coagulação, que agrega as partículas dissolvidas e suspensas formando flocos sedimentáveis, pode melhorar consideravelmente a qualidade da água tratada.

O coagulante mais usado, nos tratamentos convencionais, é o sulfato de alumínio, que produz resíduos nocivos à saúde, que em contato com a pele, os olhos e as vias respiratórias podem causar irritação local e aparecimento de sintomas endêmicos. Para minimizar esses problemas tem sido indicado o tratamento de águas superficiais resíduas com coagulantes naturais como a moringa oleífera. A introdução do conceito de “usinas de concreto verdes” permitirá o reúso da água e da maior parte dos resíduos gerados.

Na literatura a maioria dos estudos relata o uso da moringa oleífera para tratamento de águas superficiais e poucos trabalhos consideram o seu emprego para tratamento de águas residuárias, em que os resultados já obtidos se revelam auspiciosos para a remoção de sólidos suspensos, redução da turbidez e a retomada de seu aspecto incolor. O melhor potencial de coagulação/floculação, em relação às várias partes da planta, é conseguido com a utilização de suas sementes descascadas. Esse efeito decorre da presença entre seus componentes ativos de uma proteína capaz de promover a coagulação.

Ao considerar a importância do trabalho, o autor destaca que em boa parte das usinas de concreto brasileiras não existe um sistema de gestão da água residuária que minimize o desperdício e o impacto ambiental. Elas se valem de câmaras de decantação em que as partículas sólidas se depositam por gravidade, sem qualquer tratamento. Parte dessa água é reusada na lavagem de caminhões e parte dispersa no solo embora, mesmo no último estágio do processo de decantação, ainda apresente qualidade inadequada para despejo em galerias de águas pluviais e reutilização em sistemas prediais. O estudo desenvolvido mostra que é possível reutilizar parte da água residuária, no próprio sistema, em usos que prescindam de água potável, como bacias sanitárias, lavagem de veículos e a própria produção de concreto. O trabalho se mostra ainda pertinente em decorrência do considerável aumento nos últimos anos do consumo de cimento e automático aumento e ampliação das usinas produtoras de concreto.

A pesquisa foi contemplada com o primeiro lugar, em 2014, na 20ª edição do Prêmio CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil) da Inovação e Sustentatibilidade – Concurso Facão Bauer, na Categoria Pesquisa, da qual participaram mais de 80 candidatos. A iniciativa da CBIC, considerada uma das principais premiações da construção civil no Brasil, tem como objetivo incentivar pesquisas de produtos e sistemas inovadores que contribuam para a modernização do processo construtivo.

A pesquisa se deu em cinco etapas. A primeira, que se ateve à caracterização da qualidade da água residuária coletada em uma usina de concreto em Catalão, Goiás, que permitiu, por exemplo, a verificação do seu nível de turbidez, alcalinidade, pH etc. Na segunda etapa, já realizada em laboratório, foi avaliada a eficiência do uso combinado do sulfato de alumínio e moringa oleífera, em várias proporções, ambos adicionados em pó na água residuária do concreto coletada em campo. Durante esse procedimento o pesquisador constatou que havia necessidade de certa quantidade mínima de sulfato de alumínio para redução do pH de forma a garantir um processo de coagulação eficiente. A remoção máxima obtida foi de 96%, e se verificou quando a mistura adicionada era composta de 80% de sulfato de alumínio e 20% de moringa.

Já na terceira fase, também em laboratório, o pesquisador utilizou a moringa combinada aos pares com os coagulantes sulfato de alumínio e cloreto de ferro, todos em suspensões aquosas (com concentração da solução de 5% massa/volume), pensando inclusive na praticidade de aplicação em campo. Os resultados indicaram que os coagulantes na forma solúvel, principalmente ao associar o sulfato de alumínio e a moringa, foram mais eficientes na remoção da turbidez; isso pode ser atribuído a melhor extração da proteína da moringa.

Já no tratamento combinando o cloreto férrico e a moringa, a água tratada apresentou certa concentração de cloreto que poderia inviabilizar sua reutilização na produção de concreto por questões de corrosão nas armaduras. Na quarta etapa Heber procurou otimizar o processo e eliminar o problema.

Para a otimização das dosagens de moringa e dos dois coagulantes químicos ele adotou o Delineamento de Composto Central Rotacional (DCCR), com vistas a ampliar a avalição do espaço experimental e reduzir o número de experimentos. As faixas ótimas de dosagem dos coagulantes foram definidas através da Metodologia de Superfície de Resposta associada à ferramenta de Desejabilidade global. Com o emprego dessas técnicas ele chegou à proporção ótima em que deveriam ser adicionados os três coagulantes. A moringa oleífera passou a constituir 46,5% da mistura e o índice de remoção atingiu 99,9%.

Por fim, o pesquisador realizou a avalição da eficiência do tratamento proposto, considerando as dosagens ótimas determinadas anteriormente, em amostras coletadas no início e no final da semana de produção da usina, por um período de um mês.

Para Heber o trabalho mostra que a moringa tem grande aplicabilidade como coagulante primário ou auxiliar no tratamento das águas residuárias de usinas de concreto. A sua associação aos coagulantes químicos potencializa a remoção de turbidez, apresenta um efeito sinérgico superior à utilização do pó ou do extrato de sementes de moringa como único coagulante.

Além disso, a inclusão de um coagulante natural contribui para o desenvolvimento de um ciclo sustentável na produção do concreto, reduzindo o consumo de água e minimizando os resíduos gerados. Os resultados apontam ainda para a possibilidade de reúso da água tratada em diferentes atividades, como lavagem de veículos, rega de jardins, descargas de bacias sanitárias e na própria produção de concreto.

Tese
“Uso de suspensões preparadas com sementes de Moringa Oleifera  associada a coagulantes químicos no tratamento da água residuária de usinas de concreto”

Autor: Heber Martins de Paula
Orientadora: Marina Sangoi de Oliveira Ilha
Unidade: Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC)