domingo, 11 de março de 2018

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

POEIRA DO SAARA ATRAVESSA OCEANO E VIAJA ATÉ A AMAZÔNIA


Satélite da Nasa registra poeira do deserto do Saara sendo levada pelo vento. Em média, 182 milhões de toneladas de pó deixam a África a cada ano. Desse montante, cerca de 27 milhões de toneladas são depositadas na bacia amazônica Nasa
O que conecta o deserto mais quente da Terra à sua maior floresta tropical?
O deserto do Saara é uma faixa marrom quase ininterrupta de areia e mato que cobre um terço do norte da África. A Amazônia é uma massa verde densa de floresta úmida que cobre o nordeste da América do Sul. Mas, depois de fortes ventos varrerem o Saara, uma nuvem de areia sobe no ar, passa pelos continentes, e une o deserto e a selva.

Pela primeira vez, um satélite da Nasa calculou em três dimensões a quantidade de poeira que faz esta viagem transatlântica. Os cientistas não só mediram o volume de poeira, como também calcularam quanto fósforo -- remanescente das areias saarianas -- é levado através do oceano.

Um novo estudo, publicado em 24 de fevereiro na revista "Geophysical Research Letters", forneceu a primeira estimativa deste transporte de fósforo ao longo de vários anos, segundo Hongbin Yu, cientista atmosférico da Universidade de Maryland, que trabalha no Goddard Space Flight Center da Nasa em Greenbelt, em Maryland, EUA.

Esta viagem transcontinental de poeira é importante por conta do que está no pó, disse Yu. Em especial, o pó da depressão Bodélé, no Chade, onde havia um grande lago e, agora, minerais de rochas compostas de microrganismos mortos são carregados com o fósforo. Este é um nutriente essencial para as proteínas vegetais e para o crescimento das plantas, essencial para a floresta amazônica florescer.

Os nutrientes -- os mesmos encontrados em fertilizantes comerciais -- estão em falta em solos da Amazônia. Entretanto, eles estão presos nas próprias plantas. Quando caem, a decomposição das folhas e matéria orgânica fornece a maioria dos nutrientes ao solo, que são rapidamente absorvidos pelas outras plantas e árvores. Mas, alguns nutrientes, incluindo o fósforo, são lavados pela chuva em córregos e rios.

Estima-se que 22 mil toneladas do fósforo da areia do Saara atinja o solo amazônico por ano. É quase o mesmo montante perdido na chuva e inundações, disse Yu. A descoberta é parte de uma pesquisa maior para compreender o papel da poeira e aerossóis no meio ambiente, no clima local e global.

"Sabemos que a poeira é muito importante em muitos aspectos. É um componente essencial do sistema da Terra. A poeira vai afetar o clima e, ao mesmo tempo, as mudanças climáticas afetarão a poeira", disse Yu.

Para entender o que são estes efeitos é necessário responder a duas questões básicas. Quanta poeira é transportada? E qual é a relação entre a quantidade de transporte de poeira e os indicadores do clima?

Os dados coletados pelo satélite da Nasa, de 2007 até 2013,mostram que vento e o clima transportam, em média, 182 milhões de toneladas de pó a cada ano e o levam além da fronteira ocidental do Saara. Este volume é equivalente a 689.290 caminhões cheias de areia. A poeira, em seguida, viaja 2.574 km através do oceano Atlântico. Perto da costa leste da América do Sul, 132 milhões de toneladas permanecem no ar, e 27,7 milhões de toneladas -- o suficiente para encher 104.908 caminhões -- caem na superfície sobre a bacia amazônica. Cerca de 43 milhões de toneladas de poeira vão parar sobre o mar do Caribe.

Olhando os dados de cada ano, a quantidade de poeira se mostra variável. Houve uma mudança de 86% entre a maior quantidade de poeira transportada em 2007 e o menor em 2011, disse Yu.

Por que tanta variação? Os cientistas acreditam que isso tem a ver com as condições do Sahel, uma longa faixa de terra semi-árida na fronteira sul do Saara. Depois de comparar as alterações no transporte de poeira a uma variedade de fatores climáticos, Yu e seus colegas descobriram uma correlação com a precipitação em Sahel. Quando as chuvas aumentaram, o transporte de poeira do próximo ano foi menor.

Yu acredita que o aumento das chuvas significa mais vegetação e menos solo exposto à erosão eólica. Uma segunda explicação é que a quantidade de chuva está relacionada com a circulação dos ventos, que são o que finalmente varrem a poeira.

Além da poeira, a Amazônia é o lar de muitos outros tipos de aerossóis, como fumaça de incêndios, bactérias, fungos, pólen e esporos liberados pelas próprias plantas. No futuro, Yu e seus colegas planejam explorar os efeitos desses aerossóis em nuvens locais -- e como eles são influenciados pela poeira da África.

"Este é um mundo pequeno, e estamos todos ligados", disse Yu. (Com informações da Nasa)
https://noticias.uol.com.br/.../poeira-do-saara-atravessa-oceano-e-viaja-ate-a-amazonia

NEVE CHEGA A 1 METRO NO DESERTO DO SAARA



Deserto do Sahara desde o aviao
Neve cai no Deserto do Saara pela segunda vez na história



Ain Sefra está a mil metro acima do nível do mar e é cercada pela Montanhas Atlas

Depois de voltar a nevar no Saara, pouco antes do Natal, após 37 anos, o deserto no norte da África tem vivido dias "europeus". A neve se intensificou na região de Ain Sefra (Argélia). Na sexta-feira (20/1), a neve na região chegou a 1 metro de altura, conforme registrou no Twitter o fotógrafo Sekkouri Kamel.


"Começou a nevar no início da madrugada e chegou a um metro de profundidade em alguns locais. É absolutamente incrível ter tanta neve", disse Sekkouri, de acordo com o "Metro".

A precipitação mudou o cenário e o comportamento dos moradores do Saara. Muitas crianças estão construindo bonecos de neve e descendo as dunas como se estivessem praticando esporte de inverno.

Ain Sefra está a mil metro acima do nível do mar e é cercada pela Montanhas Atlas |

21.01.2017
oglobo.globo.com

PIV PRODUTO INTERNO VERDE AGORA É LEI

 
O presidente da República, Michel Temer, sancionou a lei que prevê o cálculo anual do Produto Interno Verde (PIV). De acordo com a Lei nº 13.493, publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), órgão responsável pelo cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), divulgará também, se possível anualmente, o PIV.

Além dos dados tradicionalmente utilizados, será considerado no cálculo do PIV o patrimônio ecológico nacional, levando em conta iniciativas nacionais e internacionais semelhantes. Com isso, será possível a convergência com sistemas de contas econômicas ambientais adotados em outros países. A lei estabelece, ainda, ampla discussão da metodologia de cálculo do PIV com a sociedade e com instituições públicas, incluindo o Congresso Nacional.

“As riquezas ambientais do Brasil agora serão contabilizadas, como ocorre em outros países mais avançados. Isso é muito importante porque o Brasil tem diferenciais enormes na área ambiental. Temos a maior parte da nossa cobertura vegetal, temos a maior floresta tropical do mundo, a Amazônia, que está razoavelmente preservada, e que agora tivemos a oportunidade de dar os números da queda do desmatamento graças às ações que efetivamos, graças à recomposição do orçamento”, comemorou o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho. “O Brasil sairá ganhando com o PIV e temos absoluta certeza que esse diferencial será devidamente aproveitado para as discussões internacionais”, completou.

O projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional foi apresentado pela Câmara dos Deputados, em 2011, depois de um amplo debate que envolveu especialistas, a sociedade civil e a Frente Parlamentar Ambientalista.

O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, que nos últimos anos esteve à frente dos debates sobre o tema, como coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista e na Comissão do Meio Ambiente e de Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados, afirma que a iniciativa se baseia nos princípios da economia verde, ao contabilizar as variáveis relacionadas à sustentabilidade social e ambiental. “A contabilidade ambiental é complexa, mas é um passo necessário e importante”, defendeu o ministro.

“Pelo indicador PIV há o benefício de atribuir valor econômico a serviços ambientais prestados pelos ecossistemas. Desse modo, esses valores podem ser incorporados à contabilidade do setor produtivo”, esclareceu Sarney Filho. Dessa forma, o país passaria a contar com um indicador conjunto dos processos econômicos, da sustentabilidade ambiental e do bem-estar da sociedade.

Para o ministro, com o cálculo do PIV, será possível identificar se o país está produzindo riqueza ou se está apenas consumindo o patrimônio ecológico nacional existente, bem como avaliar se as políticas públicas em curso estão produzindo passivo ambiental a ser enfrentado pelas gerações futuras.

BIODIVERSIDADE

Ao apresentar o PLC 38/2011, o autor da proposta, deputado federal Otavio Leite (PSDB-RJ), justificou que os critérios tradicionais para o cálculo do PIB, observados pelo IBGE, em consonância com padrões internacionais, deixavam de lado uma das maiores riquezas do país: seu patrimônio ambiental. “Nesse contexto do debate sobre o mundo que queremos para a presente e para as futuras gerações, é fundamental a revisão dos critérios utilizados no cálculo das riquezas das nações”, afirmou.

“Com a proposta do “PIB Verde”, nosso objetivo foi suprir tal lacuna. Com efeito, a modificação vem ao encontro dos anseios mais recentes, tanto no âmbito nacional, quanto internacional”, disse o parlamentar.

Em 2012, quando o projeto já estava tramitando na Câmara, foi realizada no Brasil a “Rio+20” – Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. A importância da proposta pautou os eventos que antecederam o evento, realizado no Rio de Janeiro. O objetivo da Rio+20 foi assegurar o comprometimento político renovado com o desenvolvimento sustentável, avaliar o progresso feito até o momento e as lacunas que ainda existiam na implementação dos resultados dos principais encontros sobre desenvolvimento sustentável, além de abordar os novos desafios emergentes.

Ainda na justificativa do projeto, o deputado Otávio Leite citou o economista, cientista social e professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) em São Paulo Eduardo Giannetti da Fonseca, um dos entusiastas do até então chamado “PIB Verde”.

“As pessoas não têm noção de como a contabilidade usada para o registro dos fatos econômicos é parcial e equivocada. Se uma comunidade tem água potável disponível, isso não é registrado nas contas nacionais. Se todas as fontes forem poluídas e tivermos de purificar, engarrafar, distribuir e transportar a água, o PIB aumenta. É algo que passa a ser mediado pelo sistema de preços e entra com sinal positivo na conta. Essa comunidade passou a trabalhar mais para ter acesso à água potável e, aparentemente, se tornou mais próspera. Essa sociedade empobreceu, e não enriqueceu”, defende Giannetti.

NO SENADO

Depois de aprovado na Câmara, o projeto foi discutido no Senado e aprovado no Plenário, no dia 20 de setembro. Foi acatada emenda que trocou a expressão “PIB Verde” por “Produto Interno Verde – PIV”. Outra mudança, sugerida pelo IBGE, foi a substituição do termo “índices” por “sistema de contas economicamente ambientais”. Para o senador Flexa Ribeiro, relator de Plenário da proposta, as emendas aperfeiçoam o projeto, que torna mais efetiva a possibilidade de enfrentar o dilema do desenvolvimento econômico sustentável, com transparência e governança ambiental.
 
www.mma.gov.br/index.php/comunicacao/agencia-informma?view=blog&id.
 

TODAS AS LÍNGUAS FALADAS NO MUNDO ESTÃO CONECTADAS

Esta incrível árvore mostra como todas as línguas estão conectadas e mudará a forma como você vê o mundo

Você sabia que a maioria das diferentes línguas faladas no mundo todo tem origem em apenas um de dois grandes grupos?

Essa (e outras curiosidades) é o que a ilustradora Minna Sundberg tentou capturar em um infográfico incrível que revela as conexões fascinantes entre diversas línguas.

Usando os dados de pesquisa do portal Ethnologue, que possui informações sobre mais de 7 mil línguas usadas no globo inteiro, Minna usou a metáfora de uma árvore para ilustrar como todos esses idiomas – mesmo que pareçam não relacionados à primeira vista – podem ser agrupados em “famílias” por vezes inusitadas.

Árvore linguística incrível, mas não completa
No infográfico, os galhos maiores representam línguas com mais falantes nativos. Minna procurou incluir o maior número de línguas possíveis, mas mesmo esta imagem detalhada não abrange a imensa variedade que existe no mundo.

A artista explicou que a maioria das pequenas línguas não entrou no gráfico, especialmente as pouco faladas que não têm status oficial em algum lugar.

De onde vêm o português?
Os dois grandes troncos linguísticos são o indo-europeu e o urálico. O tronco indo-europeu possui um ramo europeu, que por sua vez se divide em outros três: eslavo, românico e germânico.

As línguas românicas possuem esse nome por terem surgido do latim, usado principalmente pelos povos romanos desde antes de Cristo. Atualmente, o latim é considerado uma língua morta e utilizado somente para nomenclatura científica e terminologias de outras áreas do conhecimento.

Entre as línguas românicas mais conhecidas estão o português, espanhol, francês, italiano e galego. Mas mesmo esses idiomas podem ser divididos em subgrupos. O português, o espanhol e o galego, por exemplo, são línguas ibero-românicas, enquanto o italiano é ítalo-dalmático, e o francês galo-ibérico.

Existem muitas outras línguas românicas menores, algumas usadas apenas por pequenos povos, como o sardo, o catalão e o rético.
Ramo europeu
No ramo europeu, uma relação bastante complicada entre as línguas eslavas é visível:
Ramo germânico
O inglês possui raízes germânicas, como o alemão:
Família urálica
Surpreendentemente, ao contrário dos seus vizinhos escandinavos, a língua finlandesa pertence à família urálica:
Ramo indo-iraniano
O ramo indo-iraniano revela as conexões entre hindus e urdus, bem como algumas línguas indianas regionais, como a língua rajastani: [BoredPanda, BastosMaia]
 
Natasha Romanzoti
25.09.2017

HypeScience.

ENERGIA SOLAR FOTOVOTAICA NO BRASIL E NO MUNDO

 
Palestrante Dr. Rodrigo Lopes Sauaia
Presidente Executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica 
 

CALOR DA INTERNET PARA AQUECER CASAS

Cidades ao redor do mundo estão pensando
em como reaproveitar o calor dos centros de dados
 
"A nuvem" é um lugar real. As fotos que você publica no Instagram, o feliz aniversário que escreve em um perfil do Facebook e os programas de TV a que assiste no Netflix não estão guardados em um conjunto de gotas no céu. Eles ficam armazenados em servidores que estão conectados e organizados em torres dentro de armazéns gigantes.

Poucas pessoas se aventuram nos centros de armazenamentos de dados. Na capital sueca de Estocolmo, a reportagem da BBC entrou nesses labirintos e descobriu que eles não estão apenas hospedando informação. Todo o calor que essas estruturas liberam está ajudando a aquecer casas na cidade, que tem mais de 900 mil habitantes.

Mas como essa estratégia funciona? Ela poderia criar um novo modelo de negócios para a indústria de tecnologia no mundo todo?

No labirinto
Ao caminhar dentro de um centro de dados, é possível perceber algumas coisas: o ar é frio e seco; todas as superfícies são muito limpas; as torres de servidores têm milhares de luzes que piscam sem parar e raramente há outras pessoas por ali. Em todos os lugares, no teto e debaixo das tábuas removíveis do chão, há cabos em todas as direções.

Mas, acima de tudo, o ambiente é muito barulhento. Isso acontece porque os computadores ficam quentes e são necessários muitos ventiladores para mantê-los refrigerados e operantes. Imagine o calor que seu laptop gera e multiplique isso pelas milhares de máquinas em um armazém: computadores conectados e ligados constantemente, fazendo tarefas complicadas, 24 horas por dia, sete dias por semana.

Para resfriar o ambiente, é preciso água fria e ventiladores, que fornecem ar fresco e sugam o ar quente. O calor geralmente é descartado como um resíduo do processo.

Em Estocolmo, o projeto é chamado de Stockholm Data Parks (Parques de Dados de Estocolmo, em tradução livre) e funciona em parceria com o governo da cidade, a Fortum Värme (agência local de aquecimento e refrigeração) e outras instituições.

Vários importantes centros de dados de Estocolmo participam da iniciativa e o número está crescendo à medida que mais empresas buscam reforçar uma reputação ambientalmente consciente, além de ganhar dinheiro com um novo modelo de negócios. Recentemente, o programa anunciou parcerias com centros de dados administrados por grandes empresas internacionais como a Ericsson (companhia de celulares que também ajuda a transmitir canais de TV da BBC) e a cadeia de roupas H&M.

O esquema de manutenção da temperatura e transporte do calor é simples. A água fria entra nos centros de dados por meio de canos, e é usada para criar o ar frio que evita o superaquecimento dos servidores. Depois, a mesma água, que acabou sendo aquecida no processo, volta para os canos e segue para as dependências da agência Fortum, onde é distribuída para o aquecimento dos moradores.

A Suécia não é o único país a adotar essa ideia. O mesmo está acontecendo em projetos menores em nações como a Finlândia, onde o calor de centros de dados tem sido usado para aquecer residências de uma cidade pequena desde o ano passado. Também existem programas semelhantes nos EUA, Canadá e França.
Agência é responsável por receber calor dos centros de dados em Estocolmo

Mas a decisão da Suécia de aplicar essa prática em todo o país é uma experiência sem precedentes.

O Stockholm Data Parks espera gerar calor para aquecer 2.500 apartamentos até 2018, mas o objetivo de longo prazo é atender a 10% da demanda de aquecimento
da cidade até 2035.

De acordo com os Data Centers By Sweden - que está lançando projetos parecidos ao de Estocolmo em todo território -, apenas 10 MW (megawatt) de energia são necessários para aquecer 20 mil apartamentos modernos. Um típico centro de dados do Facebook, por exemplo, usa 120 MW.

Incentivos financeiros
Um dos principais incentivos para as empresas se juntarem ao programa é financeiro - elas vendem o calor residual. Além disso, a Fortum fornece água gelada para o resfriamento dos armazéns gratuitamente.

Na Interxion, uma empresa cujos centros de dados suportam aplicativos de jogos de celular e outros softwares baseados em nuvem, a análise de custo e benefício foi tão promissora que levou à construção de mais instalações para a captura de calor.

"Não é filantropia", diz Mats Nilsson Hahne, gerente de desenvolvimento de negócios da Interxion. Muito pelo contrário, diz Peder Bank, diretor administrativo do braço nórdico da empresa: "Estamos tentando transformar (a estratégia) em um negócio secundário".

Apesar de seus objetivos financeiros, a Interxion está publicamente compartilhando seus planos para o novo modelo comercial com qualquer centro de dados que deseje se estabelecer em Estocolmo. Questionado quanto ao motivo de oferecer essa vantagem competitiva, Bank reforça a típica atitude sueca ante as mudanças climáticas: "Há um propósito mais elevado nisso do que a concorrência. Um objetivo global", diz ele.

"Se eu puder defender a agenda (ambiental) e fazer meu negócio, devo fazer isso. Se eu for capaz de atrair negócios para a região, devo fazer isso e competir depois. Não vejo uma incompatibilidade. Todos vivemos no mesmo planeta."

Países verdes
A Suécia há tempos adota ideias pró-energia mais ecológica. De acordo com o gerente de clima da cidade de Estocolmo, Björn Hugosson, isso acontece porque o país tem poucos recursos naturais. "Não temos nenhum recurso fóssil na nossa terra. Não temos poços de petróleo ou minas de carvão", diz.

Hoje, a Suécia possui 2.057 usinas hidrelétricas, de acordo com o Conselho Mundial da Energia, que representam 40% do consumo de energia. O resto provém principalmente da energia nuclear, que está em processo progressivo de eliminação, e um pouco do carvão, que é importado da Rússia para a única planta do tipo no país. A última alternativa deve ser eliminada nos próximos cinco anos (provavelmente até 2020). O país espera tornar-se 100% livre de combustíveis fósseis até 2040.

A Suécia também tem quase zero desperdício na forma de lixo. Seus cidadãos reciclam mais de 99% do lixo doméstico e apenas 3% acaba em aterros sanitários. O país queima cerca de 70% de seus resíduos para produzir energia e importa lixo de nações vizinhas para ajudar a atender a demanda de energia criada desde o início do programa de incineração.

Dito isso, é importante ressaltar que os suecos não são os maiores usuários de energia ecológica do mundo. Esse título pertence à Islândia, onde 86% de todo o uso de energia vem de recursos renováveis. E embora a Suécia consiga ficar 100% livre de combustíveis fósseis em determinados dias em que as condições meteorológicas estão favoráveis, a vizinha Dinamarca atinge esse objetivo com mais regularidade graças à enorme quantidade de energia produzida em moinhos de vento - tanto que a Dinamarca vende seu excedente.

Expansão do projeto
Com boas ações de sustentabilidade pelo mundo, será que o plano sueco de reutilização de calor da poderia decolar em novos lugares? Talvez, desde que o projeto seja precedido de mudanças. A estratégia funciona na Suécia porque os cidadãos dependem do governo para receber a água quente que usam no aquecimento doméstico.

Chamada de "aquecimento distrital", essa prática começou em Estocolmo na década de 1950, quando as residências eram em boa parte aquecidas por petróleo. Primeiro, a Fortum Värme começou a fornecer água quente a hospitais. Quando a crise do petróleo explodiu, na década de 1970, o sistema se expandiu para moradias em todo o país.

Atualmente, a Fortum vende calor para cerca de 12 mil edifícios, o que corresponde a 90% de Estocolmo. No início, o calor que a agência distribuía provinha do carvão, mas hoje ele se origina principalmente de biocombustíveis: a polpa de madeira que sobra na produção da indústria florestal e é levada a Estocolmo em navios. E já que os suecos reciclam tudo, eles também reutilizam a água quente que desce pelo ralo do banheiro.

Dessa forma, se outras cidades desejassem seguir o exemplo de Estocolmo, precisariam ter uma infraestrutura de tubulação subterrânea e um modelo comercial de fornecimento de calor.

Isso não é impossível. Muitas cidades já estão fazendo o mesmo, incluindo Nova York, várias no Canadá e quase toda a Islândia.

Mas o consultor em energia ecológica Bo Normark adverte que o programa sueco pode não ser adaptável a todos os lugares. Eventualmente, ele pondera, o país não precisará que mais centros de dados participem da iniciativa.

"As pessoas estão superestimando a necessidade de calor. Teremos um excesso de oferta de calor. Podemos exportar eletricidade. Não podemos exportar calor", diz Normark. Mas ele acrescenta: "Em Estocolmo, (a medida) está funcionando porque a cidade está crescendo rapidamente. Há um valor monetário no calor".

Parques de dados
O trabalho dos Stockholm Data Parks se concentra em quatro grandes "parques de dados". Eles estão ligados à rede de energia limpa e são equipados para que as empresas integrantes se conectem no sistema de reciclagem de calor. O primeiro, já concluído, fica no "vale do silício" de Estocolmo, um bairro chamado Kista, e atualmente possui companhias como a Interxion. Mais dois devem se juntar ao sistema em 2018 e um quarto em 2019.

"Estamos mudando a economia de toda a indústria", diz Johan Börje, gerente de marketing de refrigeração de centros de dados e recuperação do calor na Fortum Varme.

O governo sueco, reconhecendo o benefício da iniciativa, reduziu recentemente o imposto sobre eletricidade nos centros de dados. A Suécia não quer que os centros tenham uma desculpa para se mudar para outros pontos da Europa.

Por enquanto, o mundo desenvolvido depende desses centros - e a demanda continuará a crescer. Sem eles, smartphones e computadores não funcionariam e nenhuma informação seria transportada pela rede. Isso significa que mais e mais dessas bibliotecas tecnológicas serão construídas em todo o planeta. E a Suécia mostra que elas podem manter o mundo digital em movimento enquanto fornecem energia limpa.

BBC Future

WARKA WATER INVENÇÃO GERA 100 LITROS DE ÁGUA POR DIA


Os arquitetos italianos Arturo Vittori e Andreas Vogler do estúdio Architecture and Vision desenvolveram uma inovadora torre coletora de água contida no orvalho. O projeto é voltado a populações rurais de países pobres, onde o abastecimento de água potável é problemático. Intitulado de Warka Water, a torre coleta as gotículas de orvalho e as deposita num recipiente.

Trata-se de uma torre de 10m de altura, que pesa apenas 60 kg e pode suprir cerca de 100 litros de água/dia. A torre é construída manualmente com materiais baratos existentes na natureza ou reciclados. Sua estrutura é feita principalmente em juncos ou bambu, e tem um revestimento interno de plástico reciclado (rede) no qual as gotículas de orvalho se depositam e escorrem para um recipiente de coleta.

Essa simples invenção já está sendo utilizada na Etiópia, trazendo benefícios à população. Na Etiópia, as mulheres e crianças andam quilometros para obter água.
A Warka custa aproximadamente US$ 500 e pode ser construída em menos de uma semana com uma equipa de quatro pessoas e materiais existentes localmente.


INVESTIDORES GARIMPAM ÁGUA A PRÓXIMA COMMODITY QUENTE

Visão aérea de um campo que pertence a Cadiz Inc., no deserto de Mojave
 
Contemplando da janela de um avião turboélice voando alto por sobre o principal ativo de sua companhia —13,6 mil hectares de terras no deserto do Mojave, com bilhões de galões de água fresca aprisionados por sob a areia e a vegetação rasteira—, Scott Slater descreve uma paisagem luxuriante, que vem atraindo investidores experientes há um quarto de século.
 
Sim, admite Slater, sua empresa, a Cadiz, não ganhou um centavo com a água. Ele admite abertamente que serão necessários pelo menos mais US$ 200 milhões para escavar poços, filtrar a água e transportá-la por 70 quilômetros de deserto em um novo aqueduto antes que o sedento sul da Califórnia possa beber a primeira gota. Mas obter dinheiro, em contraposição a encontrar água, nunca foi problema para a Cadiz. "Creio que haja muito dinheiro por aí", diz Slater.
 
Lucros reais podem ser mais escassos que neve na High Sierra, mas Wall Street, como é seu hábito, fareja ganhos enquanto a Califórnia enfrenta sua pior seca em décadas.
Scott S. Slater, presidente executivo da Cadiz Inc.


"Investir no setor de água é uma das grandes oportunidades das próximas décadas", disse Matthew Diserio, da Water Asset Management, empresa que é grande investidora na Cadiz. "A água é o recurso escasso que definirá o século 21, mais ou menos como o petróleo abundante definiu o século passado".

Até agora, porém, essa verdadeira corrida do ouro encontrou só ouro dos tolos. Nos 10 últimos anos, a Cadiz acumulou US$ 185 milhões em prejuízos, e a receita dos limoeiros e vinhedos que ela controla no Mojave mal representa uma garoa: US$ 7,1 milhões de 2005 para cá.

Para desenvolver o projeto, a empresa consome entre US$ 10 milhões e US$ 20 milhões anualmente, pagando por uma batalha interminável em tribunais e salas de conferência em toda a Califórnia a fim de obter licenças fundamentais do governo e cobrir os salários de seus 10 funcionários de tempo integral. A Cadiz gera esse dinheiro tomando empréstimos e realizando emissões regulares de novas ações, o que leva os céticos a imaginar que ela talvez nunca venha a encontrar água, quanto mais lucro.

É um jogo duro", disse John Dickerson, presidente-executivo da Summit Global Management, uma companhia criada 20 anos atrás em San Diego que investe em empresas de infraestrutura de água, distribuidoras locais de água e em direitos sobre a água, tanto nos Estados Unidos quanto no exterior.

"A Cadiz promoveu esse sonho e por anos Wall Street vem bombeando capital baseado no otimismo quanto à água", ele acrescentou. "Mas agora a questão difícil para eles é onde está a água de verdade, e quando será possível bebê-la?"
Trilhos de trem junto dos quais se planeja a construção de canos com água

Outros empreendimentos de água prometeram mais do que foram capazes de cumprir, pelo menos até agora. Há obstáculos em profusão, a começar por autoridades regulatórias céticas, clientes cautelosos e grupos ambientalistas implacavelmente opostos a esse tipo de projeto.

Alguns projetos estão por fim próximos de render frutos. Perto de San Diego, a Poseidon Water, uma empresa de capital fechado, está a ponto de colocar em ação uma usina de dessalinização que construiu, depois de 15 anos de luta contra processos de grupos ambientais e de espera por licenças conferidas por autoridades cautelosas. A seca, porém, não abrandou a oposição local à entrada de grupos de capital fechado como a Cadiz ou a Poseidon no mercado de água da Califórnia.
 
De fato, a despeito do medo de que Wall Street esteja lucrando com a seca, até agora o prejuízo ficou principalmente com os investidores na Poseidon. O primeiro retorno sobre o investimento que a empresa planeja oferecer só acontecerá no ano que vem, depois de anos de planejamento. Um projeto semelhante da Poseidon mais ao norte na costa, perto de Huntington Beach, continua atolado no processo de licenciamento.
 
"Foi necessária mais de uma década de batalha para que a Poseidon conseguisse licenciar seu projeto —uma experiência que não cria investidores felizes", disse Dickerson. "Isso bem pode desencorajar investidores em futuros projetos de dessalinização na Califórnia".
 
Mas para as pessoas com um horizonte de tempo longo, a água pode um dia se provar um bom investimento.
 
"A água é sempre considerada como algo automático, mas o acesso confiável a ela já não é garantido", disse Disque Deane Jr. veterano de Wall Street que comanda a Water Asset Management em companhia de Diserio. "Ela será uma categoria de ativos que constará de carteiras de investimento, em companhia de ações de companhias de saúde, de energia ou de imóveis".
 
A companhia deles agora administra mais de US$ 500 milhões em capital de planos de pensão, fundos nacionais de investimento de outros países e famílias ricas, e seu principal fundo em geral apresenta resultados superiores aos padrões do mercado mundial, desde que foi criado em 2006. Os ativos da Impax Asset Management, uma empresa de Londres cujo foco também é a água, dobraram para US$ 1,8 bilhão nos dois últimos anos.
 
Embora alguns projetos possam parecer mais audaciosos que outros, os especialistas envolvidos com o negócio insistem em que não há coisa alguma de errado em ganhar dinheiro vendendo água.
 
"É preciso dinheiro para processar, tratar e mover água, mas agora a água em si está se tornando cada vez mais valiosa no oeste", disse Steve Maxwell, veterano consultor do setor radicado em Boulder, Colorado.
 
"Não faz diferença que seja uma agência pública ou companhia privada que administre a água: os preços vão subir", ele disse. "Não é por incompetência dos administradores ou cobiça das empresas: é porque a água está acabando".

Muitos investidores estão em busca de maneiras menos arriscadas de ganhar dinheiro com a água. Em lugar de enfrentar batalhas dolorosas sobre os direitos de água ou desenvolver novas fontes de suprimento e enfrentar acusações de que estão lucrando com a seca, investidores como Simon Gottelier, da Impax, estão se concentrando em empresas que fornecem infraestrutura para empresas de água e usuários industriais, e não na água em si.


"Como investidores de longo prazo cujo foco é gerir um fundo que nos permita dormir à noite, somos reticentes quanto a companhias que lidam com direitos de água, porque essa questão pode se tornar muito emocional", disse Gottelier. "Não queremos fazer investimentos em empresas que se tornem alvo de ira dos agricultores ou gerem manchetes".


Para a Impax, isso significa que há apelo em ações como as da Xylem, fabricante de bombas, equipamento de filtragem e suprimentos para tratamento e teste de água. Outros investimentos da Impax incluem fabricantes de membranas de osmose reversa, como as que têm papel central na nova usina de dessalinização da Poseidon, visitada por Gottelier em junho. Ele considera a escassez de água na Califórnia como não só um propulsor de demanda para as empresas de sua carteira mas como incentivo para pessoas e instituições que desejem começar a investir em água mas não em projetos ambiciosos como o da Cadiz.

"Houve um crescimento dramático no apetite real e potencial dos investidores", disse Gottelier.

Boa parte do dinheiro que acorre ao caixa da Impax provém de investidores institucionais da Europa, onde sistemas de água operados com fins lucrativos têm um longo histórico, em contraste com os Estados Unidos.

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AGRICULTURA ORGÂNICA NO DESERTO WADI RUM

El valle de Wadi Rum, en el sur de Jordania, cerca de la frontera con Arabia Saudita, tiene un paisaje casi extraterrestre que es apodado el "Valle de la Luna". Las montañas de granito y piedra arenisca elevándose próximos al valle están llenos de arena roja. Una serie de gargantas estrechas, arcos naturales, imponentes acantilados, rampas, deslizamientos masivos y cavernas se encuentran dispersos en un área de 720 kilómetros cuadrados. La zona es de naturaleza árida, recibiendo poca precipitación anual y soportando sólo escasa vegetación. Es sorprendente que casi nada pueda crecer en la tierra que es cocinado por el sol, sin embargo, las regiones desérticas de Israel y Jordania han sido durante años objeto de numerosos proyectos agrícolas. Recientemente, los beduinos que viven en la región de Wadi Rum se han involucrado en proyectos agrícolas únicos que están empezando a tener éxito.
El desierto de Wadi Rum paso a ser el lugar del mayor cultivo mixto de Jordania -
 la Granja Rum. Rum se estableció en el año 1986, en medio del desierto de Wadi Rum en 2000 hectáreas de tierra. Si bien parecía una extraña elección de localización, comienzo a tener sentido cuando uno se entera que bajo el desierto de Wadi Rum, y cerca debajo del borde de las montañas y hasta bien dentro de Arabia Saudita, esta un gran acuífero. De hecho, gran parte del suministro de agua de este desierto de la nación depende solo de esta fuente de agua.

La Granja Rum se especializa en el cultivo de productos vegetales de campo abierto, granos y forraje, incluidas las berenjenas, repollo, higos y granadas, patatas, calabacines, tomates y otras verduras. Los cultivos de la Granja Orgánica Rum se cultivan usando técnicas de riego especiales y métodos de agricultura, que se dice que han estado en uso en la antigüedad por los pueblos como los antiguos egipcios y los nabateos.

El agua se extrae del acuífero subterráneo, a 30-400 metros de profundidad, y se riega en 78 hectáreas de campos circulares, mediante el uso de una rampa pivotante con boquillas de riego. Los especiales tubos de plástico de polietileno también se utilizan para ayudar a conservar el agua y para hacer frente a las temperaturas extremas del desierto.
Las técnicas de la empresa son tan exitosas que la granja produce ahora una gran parte del suministro de alimentos de Jordania, antes de ser transportada en camiones al norte a través de cientos de kilómetros de desierto a la capital de Ammán y otras localidades.
 
Imagens: dairyspecialistinrussia
Imagen: yannarthusbertrand2
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