segunda-feira, 11 de julho de 2016

ÚLTIMAS MENSAGENS POSTADAS 11 07 2016

EDUCAÇÃO NEUTRALIDADE POLÍTICA, IDEOLÓGICA E RELIGIOSA DA EDUCAÇÃO NA ESCOLA
EDUCAÇÃO ONDE HÁ PROJETOS DE LEI INSPIRADOS NA ESCOLA SEM PARTIDO
EDUCAÇÃO PROFESSORES E DOUTRINADORES MARXISTAS DA RECEBEM AULA DE DEMOCRACIA
AGRICULTURA BIODINÂMICA
AGRICULTURA SINTROPIA  SOMOS PARTE DE UM SISTEMA INTELIGENTE
BURACO NA CAMADA DE OZÔNIO SOBRE A ANTÁRTIDA ESTÁ DIMINUINDO
GASES DE EFEITO ESTUFA TRANSFORMANDO C02 EM PEDRA

INSTITUTOS SENAI DE TECNOLOGIA

PROFESSORES E DOUTRINADORES MARXISTAS RECEBEM AULA DE DEMOCRACIA

Deputado Rogério Marinho



Enfrenta professores militantes profissionais do PT PSOL e PCdoB e diz que a Ideologia Comunista tem que ser jogada no lixo. Desmascara professores contrários ao projeto 'Escola Sem Partido' durante a Comissão de Educação que discute a Base Nacional Comum Curricular. Professores de esquerda recebem aula de democracia na Comissão de Educação

ONDE HÁ PROJETOS DE LEI INSPIRADOS NA ESCOLA SEM PARTIDO


Projetos: Aprovado* Em tramitação Arquivado

No fim de maio, o tema ganhou visibilidade, quando o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), recebeu em seu gabinete o ator Alexandre Frota e membros do grupo Revoltados Online. Uma das reivindicações levadas a Mendonça, segundo os ativistas, foi o fim da “doutrinação” em sala de aula. 

Questionado pelo GLOBO sobre a posição da pasta em relação ao Escola Sem Partido, o ministério ressaltou em nota que esse é um debate travado pela sociedade e em discussão no Congresso. O MEC diz que, na educação, “mais importante do que discutir rótulos e slogans é debater e executar políticas públicas focadas na equidade social, na qualidade do ensino e na pluralidade de ideias” e que “vai atuar sempre na busca de diálogo e de consenso para políticas públicas seguindo esses princípios”.

O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) convocou uma audiência pública na Comissão de Educação do Senado, antes mesmo de o projeto de lei chegar à Casa. Para ele, o Escola Sem Partido pode ser uma brecha para a censura.

— Não posso apoiar um projeto que quer fazer uma escola fora do mundo. No Brasil, a gente vê a escola aberta a todas as maneiras de pensar. Não acredito em doutrinação — afirma o senador.

O coordenador do Fórum Nacional de Educação, Heleno Araújo Filho, fala em onda conservadora no país. Alerta para o risco de a escola se tornar menos acolhedora à diferença; e de se ampliarem a evasão e a manutenção de desigualdades educacionais e socioeconômicas.

— Avançamos na sociedade brasileira, e esse tipo de projeto inicia um processo de perseguição. Pode-se ampliar a violência. Não existe neutralidade nenhuma. A ideia é manter as ações de quem é hegemônico — diz.

NEUTRALIDADE POLÍTICA IDEOLÓGICA E RELIGIOSA DA EDUCAÇÃO NA ESCOLA

Projeto acirra debate sobre neutralidade política na escola
 
Propostas em tramitação na Câmara e em sete estados pregam fim da 'doutrinação ideológica' nas salas de aula
 
Nas aulas do Colégio Pedro II, no Rio, o conteúdo extrapola equações e orações subordinadas. Nas salas e nos corredores, alunos e professores abordam, sem restrições, os rumos de política, feminismo, homofobia e outros temas que ganham destaque na agenda do país. Para educadores ouvidos pelo GLOBO, no entanto, esse debate, corriqueiro no Pedro II, pode se tornar inviável nas escolas brasileiras, se avançarem projetos de lei inspirados no movimento Escola Sem Partido.
 
Além de uma proposta na Câmara, cuja análise aguarda a indicação de integrantes para uma comissão especial, municípios de todas as regiões e ao menos sete estados, entre eles Rio e São Paulo, além do Distrito Federal, atualmente têm leis em tramitação que defendem a inclusão da “neutralidade política, ideológica e religiosa” na Educação, o que significa, para seus apoiadores, combater o que chamam de “doutrinação ideológica” por professores.
 
No Paraná e em Goiás, as propostas foram arquivadas. Em Alagoas, uma iniciativa similar, intitulada Escola Livre, foi aprovada pela Assembleia Legislativa do estado. Alegando inconstitucionalidade, o governador Renan Filho (PMDB) chegou a barrar o projeto, mas teve seu veto derrubado, e agora tenta impedi-lo na Justiça.
 
Marlen Couto
10/07/2016 4:30 / Atualizado 10/07/2016 16:24
 

sábado, 9 de julho de 2016

INSTITUTOS SENAI DE TECNOLOGIA

 
Os Institutos SENAI de Tecnologia (IST) são unidades do SENAI com infraestrutura física e pessoas qualificadas para a prestação de serviços técnicos especializados, de metrologia e consultoria, com o objetivo de aumentar a competitividade de indústrias de todos os portes. Os institutos desenvolvem soluções com base nas tecnologias existentes para criar novos processos e novos produtos.
 
Até o fim de 2015, 42 institutos já estavam em operação, com uma equipe total de 1.168 especialistas e consultores atuando. O número total de institutos será de 57 até 2017. As unidades estão localizados em regiões de grande densidade industrial e alinham-se entre si, compartilhando competências, portfólio, laboratórios e especialistas, para atender demandas de todo o Brasil.
 
Em 2015, os Institutos SENAI de Inovação executaram mais de 92 mil serviços, atentendendo a mais de 14 mil empresas e gerando mais de R$ 112 milhões.;
 
Com a missão de atuar em transferência de tecnologia e inovação para aumentar a
competitividade da indústria brasileira, o SENAI pretende ser reconhecido como a maior rede
privada de prestação de serviços em tecnologia e inovação no Brasil, agregando valor aos processos e produtos das industrias, das micro e pequenas empresas e dos microempreendedores individuais.
 

BURACO NA CAMADA DE OZÔNIO SOBRE A ANTÁRTIDA ESTÁ DIMINUINDO

Descoberta é de cientistas da Universidade de Leeds, liderados pelo professor Susan Solomon, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (Foto: Nasa);

O buraco na camada de ozônio sobre a Antártida está diminuindo, disseram pesquisadores nesta quinta-feira (30). Um estudo revelou que o tamanho foi reduzido em cerca de quatro milhões de quilômetros quadrados - uma área do tamanho da Índia - desde 2000.

Essa é uma boa notícia para o meio ambiente, quase 30 anos após o Protocolo de Montreal ser assinado para eliminar progressivamente a emissão de certos poluentes (CFCs), como retificaram os mesmos cientistas.
"É uma grande surpresa", disse a autora principal, Susan Solomon, uma química atmosférica no Massachusetts Institute of Technology (MIT), em uma entrevista à revista científica americana "Science". "Eu não achei que isso iria acontecer tão cedo", acrescentou.

O estudo atribuiu a recuperação da camada de ozônio ao "declínio contínuo do cloro atmosférico proveniente de clorofluorcarbonetos (CFCs)", ou componentes químicos que eram emitidos por limpeza a seco, geladeiras, spray de cabelos e outros aerossóis.

"Agora, podemos estar confiantes de que as coisas que fizemos colocaram o planeta no caminho para a recuperação", disse Solomon.
A coautora Anja Schmidt, pesquisadora em impactos vulcânicos na Universidade de Leeds, concordou e descreveu o Protocolo de Montreal como "uma verdadeira história de sucesso que proporcionou uma solução para um problema ambiental global".

O buraco na camada de ozônio foi descoberto na década de 1950, e alcançou um tamanho recorde em outubro de 2015. Solomon e seus colegas afirmam que o episódio aconteceu devido à erupção do vulcão chileno Calbuco naquele mesmo ano.

O vulcão atrasou ligeiramente a recuperação do ozônio, que é sensível ao cloro, à temperatura e à luz do sol. "Injeções vulcânicas de partículas causam uma destruição maior que o normal no ozônio", disse Schmidt.
"Essas erupções são uma fonte esporádica de minúsculas partículas no ar que fornecem as condições químicas necessárias para que o cloro dos CFCs introduzido na atmosfera reaja eficientemente com o ozônio na atmosfera sobre a Antártida", completou.

O ozônio passa por um ciclo regular a cada ano, com sua redução começando em agosto, no final do inverno escuro da Antártida. O buraco normalmente atinge seu tamanho máximo em outubro.

A tendência geral em direção à recuperação se tornou evidente quando os cientistas estudaram as medições feitas por satélites, instrumentos terrestres e balões meteorológicos no mês de setembro, em vez de outubro.

"Eu acho que as pessoas, eu inclusive, estiveram focadas demais em outubro, porque é quando o buraco de ozônio é enorme", disse Solomon, ressaltando que o mês está, porém, sujeito a outras variáveis, como pequenas alterações meteorológicas.

O coautor Ryan Neely, professor de ciência atmosférica em Leeds, disse que o escopo do estudo permitiu à equipe "quantificar os impactos separados de poluentes emitidos pelo homem, de mudanças na temperatura e nos ventos, e de vulcões no tamanho e na magnitude do buraco de ozônio da Antártida".

"Observações e modelos de computador concordam. A cura do ozônio da Antártida começou", completou.

30/06/2016 20h40 - Atualizado em 30/06/2016 20h42
g1.globo.com/.../buraco-na-camada-de-ozonio-sobre-antartida-esta-diminuindo

SINTROPIA SISTEMA INTELIGENTE

Modelo de sistema agroflorestal, a “Sintropia” ou Agricultura Sintrópica de Ernst Götsch, em Piraí do Norte, Baixo Sul da Bahia, está há 40 anos produzindo vida: percebendo a inteligência da floresta, a sucessão vegetativa e incluindo a produção de alimentos dentro da dinâmica florestal.

Ernst Götsch, 68, agricultor e pesquisador suíço, desenvolveu seus primeiros estudos sobre sistemas complexos de plantio na Suíça e na Alemanha, na década de 1970, trabalhando com consórcio entre espécies e experimentação de associações não tradicionais na época. Assim, dos clássicos milho com feijão, surgiram trigo com ervilha, com framboesa, com maçã e com cereja.

Do sucesso dos seus experimentos e da percepção sobre a organicidade e cooperação entre as espécies dos cultivares, assim como Catie e Capra, desenvolveu os princípios do pensamento da Sintropia em cima da abordagem sistêmica e dos Sistemas Agroflorestais Sucessionais.

Depois de realizar trabalhos de recuperação de solos com implantação de Sistemas Agroflorestais produtivos na Costa Rica, Ernst migrou para o Brasil no começo da década de 1980, estabelecendo-se na Microrregião do Baixo Sul da Bahia.

Em Piraí do Norte, adquiriu 500 hectares de terras degradadas, a Fazenda Fugidos da Terra Seca. Eram terras improdutivas pelas práticas de corte de madeira, formação de pastagens pelo fogo, ciclos repetidos de cultivo de mandioca em encostas e criação de suínos nas baixadas.

Hoje, 40 anos depois da utilização de técnicas de recuperação de solos com métodos de plantio que imitam a regeneração natural de florestas, a “Fazenda Olhos d’Água”, como se chama atualmente, é um modelo de viabilidade da produção de alimentos integrada à dinâmica das florestas.

Partindo dos sistemas mais simples aos mais complexos, este conjunto de princípios e técnicas constitui a Agricultura Sintrópica de Götsch.
As técnicas promoveram a recomposição de 410 hectares de Floresta Atlântica, dos quais, 350 hectares foram transformados numa Reserva Particular do Patrimônio Natural e 120 hectares em Reserva Legal.

Sintropia: a vida não conhece tempo, conhece fluxo
Com alta produtividade em grande variedade de espécies vegetais, especialmente o cacau e a banana, a pupunha e o açaí, a recuperação da mata com todas as características de flora e fauna, cerca de 14 nascentes e 7 córregos, a área influencia o clima da Microrregião e o ambiente do entorno.

Além da recuperação de áreas degradadas e dos estudos de sistemas de produção em unidades agroflorestais, a Agricultura Sintrópica envolve técnicas de implantação e manejo mecanizado, produção de hortifrutigranjeiros e grãos, prática da pecuária e produção de madeira com baixos insumos.

Um dos princípios da Sintropia é a utilização das podas como combustível das transformações, colocando o metabolismo do sistema para funcionar no máximo da eficiência, num aumento constante de recursos, água e solo. E é justamente o que a diferencia dos manejos convencionais, incluindo as produções orgânicas.
“Vida em Sintropia” é um curta do Agenda Gotsch. Edição feita para apresentações da COP21 em Paris, é um compilado de experiências expressivas em Agricultura Sintrópica, com imagens e entrevistas inéditas.

gmc-creative.com.br/sintropia-somos-parte-de-um-sistema-inteligente

sexta-feira, 8 de julho de 2016

AGRICULTURA BIODINÂMICA

Rudolf Steiner (1861-1925), fundador da Antroposofia, colocou, durante o Congresso de Pentecostes, em 1924, a pedra fundamentalespiritual do Movimento Biodinâmico, em forma de um ciclo de 8 palestras para agricultores (*). Esse congresso teve lugar no castelo Koberwitz perto de Wroclaw/Breslau, que hoje abriga a prefeitura de Kobierzyce, Polônia.

O impulso da Agricultura Biodinâmica, sendo uno com a Antroposofia, tem como conseqüência natural da renovação do manejo agrícola, o sanar do meio ambiente e a produção de alimentos realmente condignos ao ser humano.

Esse impulso quer devolver à agricultura sua força original criadora e fomentadora cultural e social, força que ela perdeu no caminho da industrialização direcionada à monocultura e da criação em massa de animais fora do seu ambiente natural.

A Agricultura Biodinâmica quer ajudar aqueles que lidam no campo a vencer a unilateralidade materialista na concepção da natureza, para que eles possam, cada um por si mesmo, achar uma relação espiritual/ética com o solo, com as plantas e os animais e com os coirmãos humanos.

A Biodinâmica quer lembrar todos os seres humanos que "A agricultura é o fundamento de toda cultura, ela tem algo a ver com todos"

O ponto central da Agricultura Biodinâmica é o ser humano que conclui a criação a partir de suas intenções espirituais baseadas numa verdadeira cognição da natureza. 

Ele quer transformar sua fazenda ou sítio em um organismo em si, concluso e maximamente diversificado; um organismo do qual a partir de si mesmo for capaz de produzir uma renovação. O sítio natural deve ser elevado a umaespécie de individualidade agrícola".

O fundamento para tal é a integração de todos os elementos ambientais agrícolas, 
tais como culturas do campo e da horta, pastos, fruticulturas e outras culturas permanentes, florestas, sebes e capões arbustivos, mananciais hídricas e várzeas etc.. Caso o organismo agrícola ordene-se em torno desses elementos, nasce uma fertilidade permanente e atinge-se a saúde do solo, das plantas, dos animais e dos seres humanos.

A partida e a continuidade desse desenvolvimento ascendente da totalidade do organismo/empresa é assegurado pelo manejo biodinâmico dos tratos culturais agrícolas e do uso de preparados apresentados pela primeira vez por Rudolf Steiner durante o Congresso de Pentecostes. 

Trata-se de preparados que incrementam e dinamizam a capacidade intrínseca da planta a ser produtora de nutrientes, seja por mobilização química, transmutação ou transubstanciação do mineral morto ou por harmonização e adequação na reciclagem das sobras da biomassa produzida. Esses preparados apóiam a planta a ser transmissor, receptor e acumulador do intercâmbio da Terra com o Cosmo.

Adubar na biodinâmica significa, portanto, aviventar ou vivificar o solo e não simplesmente fornecer nutrientes para as plantas. A grande preocupação que devemos ter é o que fazer para que isso aconteça. Nesse caso é possível abster-se de muito do que hoje em dia parece ser imprescindível. 

Na Agricultura Biodinâmica não se usam adubos nitrogenados minerais, pesticidas sintéticos, herbicidas, hormônios de crescimento, etc. A concepção do melhoramento biodinâmico dos cultivares ou das raças está em irrestrita oposição à tecnologia transgênica. A ração para os animais é produzida no próprio sítio ou fazenda e a quantidade dos animais mantidos está em relação com a capacidade natural da área ocupada.

O agricultor biodinâmico está empenhado em fazer somente aquilo pelo qual ele mesmo pode responsabilizar-se, a saber, o que serve ao desenvolvimento duradouro da "individualidade agrícola". Isso inclui o cultivo e a seleção das suas próprias sementes, como também a adaptação e a seleção própria de raças de animais. Além disso, significa uma orientação renovada na pesquisa, consultoria e formação profissional.

O agricultor biodinâmico aprende, dentro do processo de trabalho, a ser ele mesmo um pesquisador, aprende a participar e transmitir sua experiência a outros e a estabelecer dentro do seu estabelecimento um local de formação profissionalizante para gerações vindouras.

Uma renovação desta natureza desperta o interesse das pessoas que vivem nas cidades. Elas ligam-se com esta ou aquela fazenda ou sítio, apoiam e ajudam como podem, tornando-se fieis fregueses. Elas colaboram na formação de mercados regionais tornando-se associados solidários mútuos. Há iniciativas novas de importância fundamental em toda parte para que a agricultura possa enfrentar com sua autonomia regional a globalização do mercado mundial. Agricultura não é somente profissão para ganhar dinheiro, mas é principalmente encargo de vida, é vocação.

Em mais de 50 países a Agricultura Biodinâmica é praticada ao serviço do cultivo do meio ambiente e alimentação saudável do ser humano. No mundo inteiro os produtos biodinâmicos são uniformemente comercializados sob a marca DEMÉTER. A marca DEMÉTER garante uma cultura agrícola baseada em medidas novas nos campos culturais/espirituais, políticos/legais, econômicos e ecológicos.

Para o desenvolvimento da agricultura e da cultura em geral no Brasil será de maior significação, achar personalidades suficientes que tenham a coragem e a força de iniciativa de se colocar ao serviço dessa renovação da agricultura.

(*) Steiner, R. Fundamentos da Agricultura Biodinâmica. 8 palestras dadas en Korberwitz, 7-16/6/1924, GA (Gesamtausgabe, catálogo geral) 327. Trad. Gerard Bannwart. São Paulo: Editora Antroposófica, 1993.
Bernardo Thomas Sixel. (Original de 2003; última revisão de V.W.Setzer em 13/3/10)

www.sab.org.br/portal/agricultura-biodinamica/45-o-que-e-a-agricultura-biodinamica

GASES DE EFEITO ESTUFA TRANSFORMANDO C02 EM PEDRA

Cientistas acreditam ter encontrado uma maneira inteligente de reduzir as emissões de dióxido de carbono - apenas transformando-as em pedra.

Pesquisadores relataram um experimento na Islândia em que injetaram gás carbônico e água no interior de rochas vulcânicas.

Reações com os minerais nas camadas profundas de basalto converteram o dióxido de carbono em um sólido estável, com consistência de giz.

Outro resultado animador, como descreveu o grupo em artigo na revista "Science", foi a velocidade do processo: questão de meses.

"De 220 toneladas de gás carbônico injetado, 95% foi convertido em pedra calcária em menos de dois anos", afirma o coordenador da pesquisa, Juerg Matter, da Universidade de Southampton, no Reino Unido.

"Foi uma grande surpresa para todos os cientistas envolvidos no projeto, e pensamos: 'Uau, isso é realmente rápido!", lembrou Matter em entrevista ao programa de rádio Science In Action (Ciência em Ação), da BBC.
Com o aumento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera, e o consequente aquecimento do planeta, pesquisadores estão ansiosos para investigar as chamadas soluções de sequestro e conservação de carbono.

Experimentos anteriores injetaram gás carbônico puro em arenito, ou aquíferos profundos de água salgada.

As locações escolhidas - que incluíram poços desativados de petróleo e gás - se valiam de camadas impermeáveis de rochas resistentes para conter o dióxido de carbono. Mas o temor era que o gás sempre encontraria um jeito de voltar à atmosfera.

O chamado Projeto Carbfix na Islândia, por outro lado, busca solidificar o carbono indesejado.

Trabalhando com a usina geotérmica de Hellisheidi, no entorno de Reykjavik, a iniciativa combinou gás carbônico e água para produzir um líquido levemente ácido, injetado centenas de metros até as rochas basálticas que compõem grande parte dessa ilha do Norte do Atlântico.

A água de baixo pH (3.2) serviu para dissolver os íons de cálcio e magnésio nas camadas de basalto, que reagiram com o dióxido de carbono para gerar os carbonatos de cálcio e magnésio. Tubos inseridos no local dos testes coletaram pedras com os característicos carbonatos brancos ocupando os poros das rochas.
Os pesquisadores também "marcaram" o CO2 com carbono-14, uma forma radioativa do elemento. Desta maneira puderam verificar se parte do CO2 injetado estava voltando à superfície ou escoando por algum curso d'água. Nenhum vazamento foi detectado.

"Isso significa que podemos bombear grandes quantidades de CO2 e armazená-lo de maneira bem segura e em um curto período de tempo", disse o coautor do estudo Martin Stute, do Observatório Terrestre de Lamont-Doherty, da Universidade de Columbia, nos EUA.

"No futuro, podemos imaginar o uso disso em usinas de energia em locais com muito basalto - e há muitos locais assim."
Matter acrescentou: "Você pode encontrar basaltos em todo continente, e certamente em alto-mar, porque a crosta oceânica, abaixo do leito oceânico, é todo de rocha basáltica. Não há problemas em termos de disponibilidade de basalto para dar conta das emissões globais de CO2."
No gráfico à esquerda, experimentos que injetaram CO2 puro em rochas sedimentares, onde o gás fica preso abaixo de uma camada de rochas impermeáveis. No CarbFix (à direita), o CO2 é dissolvido em água e reações químicas no subsolo asseguram que nada volte à superfície (Foto: P.HUEY/SCIENCE/AAAS)

Ainda há, no entanto, o problema do custo. Capturar CO2 em usinas e outros complexos industriais é caro - sem incentivos, o processo estaria condenado ao prejuízo. Outro ponto a ser considerado é a infraestrutura necessária para bombear gás até o local em questão.

No caso do Projeto Carbfix, há necessidade de um volume significativo de água. Apenas 5% da massa bombeada terra abaixo é CO2.

Christopher Rochelle é um especialista em sequestro e conservação de carbono no Serviço Geológico Britânico, e não se envolveu com o experimento na Islândia.

Para ele, o Projeto Carbfix destaca a importância de ir além dos modelos e estudos de laboratório. Apenas com demonstrações reais, afirma, é possível verificar se a tecnologia é aplicável.
A usina geotérmica de Hellisheidi continua a bombear CO2 nas 
profundezas da Islândia (Foto: Lamont-Doherty Earth Observatory)

Precisamos de mais testes como esse da Islândia para entender melhor os tipos de processos que estão em curso e quão rápido eles atuam", afirmou Rochelle.

"Aqui eles injetaram (CO2) em rochas reativas e os minerais se precipitaram de maneira relativamente rápida, e não puderam mais se mover a lugar algum. Isso é ótimo, mas as rochas abaixo da Islândia são diferentes daquelas abaixo do Mar do Norte, por exemplo. Então o enfoque dependerá de onde você estiver. Precisaremos de um portfólio de técnicas."

A usina geotérmica de Hellisheidi agora já avançou para além do experimento descrito na revista Science, e está injetando CO2 rotineiramente no subsolo, e em grandes volumes.

A companhia também está enterrado sulfeto de hidrogênio - outro subproduto da usina. Isso ajuda moradores que tiveram que conviver com o eventual cheiro de ovo podre invadindo suas propriedades.

www.bbc.com