segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

AS ABELHAS SURFAM

Cientistas descobrem que abelhas surfam

Novo estudo descobre característica única que esses insetos possuem — e que pode decidir entre a vida e morte

Um estudo divulgado ontem (18) revelou que, para escapar da água, abelhas criam pequenas ondas e surfam até conseguirem se desvencilhar e retomar o voo. A pesquisa foi publicada no periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences.

Quando uma abelha pousa na água, esta gruda em suas asas, impedindo-a de voar. No entanto, o inseto consegue usar essa aderência à água para “remar” nessa superfície, gerando pequenas ondas que a movimentam para frente. Assim, ela é capaz de se locomover — ou “surfar” — até algum lugar seco.

Durante o estudo, os cientistas do California Institute of Technology colocaram 33 insetos na água, individualmente, por alguns minutos, para testar a teoria. Ao analisar as filmagens gravadas, os pesquisadores perceberam que o movimento realizado pelas abelhas é semelhante àquele de um ser humano nadando na modalidade crawl: primeiro, as asas se curvam para baixo, gerando arranque; depois, viram para cima, impulsionando.

Apesar de exigir muito esforço, o movimento não é forte o suficiente para que o inseto consiga se libertar diretamente da superfície molhada. No entanto, basta para levá-lo até a beirada da poça, lago ou piscina, onde a abelha consegue se arrastar até um lugar seco, e voar.

De acordo com os cientistas, esse surfe é bem mais cansativo para o inseto do que voar. A estimativa é de que as abelhas consigam gerar ondas na água por no máximo 10 minutos, sem pausas.

Como nunca foi documentado em outros insetos, pode ser que o movimento seja uma adaptação única da espécie, afirmam os pesquisadores. Em dias quentes, colmeias requerem água para se resfriarem, e as abelhas operárias saem para buscar líquidos em vez de pólen. A adaptação, então, seria uma forma (obtida ao acaso e ao longo de milhares de anos) de permitir que esses animais não morram afogados durante suas recorrentes buscas por água.

Sabrina Brito - Atualizado em 19 nov 2019, 10h21 - Publicado em 19 nov 2019, 10h17
Revista Veja

ANIMAIS CONSTRUTORES CASTOR

GORILA PROTEGE A SUA FAMÍLIA

AS CORRENTES QUE NOS IMPEDEM DE SER LIVRES, SÃO MAIS MENTAIS DO QUE FÍSICAS

Mahatma Gandhi

“Algemas de ouro são muito piores que algemas de ferro" 

"A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência. ” 

"No momento em que o escravo decide que não quer ser escravo, suas correntes caem ao solo. Se liberta e mostra aos outros como fazê-lo. A liberdade e a escravidão são estados mentais" 

Site O Pensador

ALFABETO INTEIRO FOTOGRAFADO EM ASAS DE BORBOLETAS

A natureza não para de nos surpreender. As asas das borboletas possuem uma diversidade enorme de padrões de desenho. Enquanto a maioria delas apresenta apenas formas indefinidas e coloridas – embora muito bonitas -, é possível encontrar elementos surpreendentes nos insetos.


Esta é a prova de que, quando se procura algo com afinco na natureza, acha-se coisas quase inimagináveis. O fotógrafo norueguês especialista em natureza Kjell Bloch Sandved acumulou uma enorme coleção de fotografia de asas de borboleta e de mariposa, tendo capturado uma série de padrões incomuns. Usando esses desenhos raros, ele reuniu um alfabeto composto inteiramente por letras encontradas em borboletas.


Este é apenas um dos alfabetos identificados e compilados por Sandved – ele ainda possui um segundo ensaio realizado com borboletas diferentes que também formam o alfabeto completo e um outro alfabeto composto por mais variados elementos da natureza – além dos números cardinais de 0 até 9. Sandved tem cartazes dos alfabetos disponíveis em sua página na internet, além de vender estampas personalizadas que permitem que o comprador componha nomes ou mensagens utilizando as letras das asas das borboletas. 

Hypescience

VACINA PARA PREVENIR QUEIMADAS FLORESTAIS

Pesquisadores dos EUA criaram “vacina” para prevenir queimadas

Pesquisadores dos Estados Unidos desenvolveram um gel que funciona como se fosse uma “vacina” para prevenir incêndios florestais. A composição da invenção tem como base o polímero celulose, material derivado de plantas que gruda na vegetação mesmo na chuva ou vento.

Para combater as queimadas, é costume usar retardantes de chamas, como o polifosfato de amônio, um sal inorgânico que produz água quando entra em combustão. Porém, o uso do sal não é eficaz a longo prazo, visto que em algum momento toda a água presente na substância evapora.

Com a nova invenção, os cientistas podem ter resolvido esse problema – misturando o polifosfato de amônio com o gel, eles conseguiram fazer com que 50% do retardante de chamas grudasse na vegetação por mais tempo. “O que é acontece é que os polímeros se ligam entre as partículas. Me refiro [ao gel] como se fosse um velcro molecular”, explicou Eric Appel, um dos pesquisadores, em comunicado.

Appel já desenvolvia diferentes tipos de gel para combater doenças como o HIV, mas essa foi a primeira vez que criou algo para aplicar no meio ambiente. Segundo ele, assim como ocorre com medicamentos, o gel deve ser seguro e não-tóxico.

Foram feitos testes iniciais com bactérias, que mostraram aos pesquisadores que a invenção não apresenta alta toxidade. Outros experimentos ainda devem ser feitos para garantir que o uso da “vacina” é seguro até que ela possa ser jogada em florestas a partir de máquinas e aeronaves.

Além de servir para evitar as queimadas, a substância pode ajudar a interromper as chamas no momento exato dos incêndios. Testes supervisionados pelo Departamento Florestal e de Proteção de Incêndios da Califórnia (CalFire) mostraram que a grama tratada com o gel não pegava fogo.

Revista Galileu

AS PÉTALAS DESTA CROTALÁRIA PARECEM BEIJA-FLORES

A flor que você vê na imagem acima é da espécie Crotalaria cunninghamii. Embora essa planta lembre vagamente pássaros aos olhos humanos, as pétalas deste exemplar em específico são incrivelmente parecidas com beija-flores.


Pertencente ao gênero conhecido como crotalária, a planta da foto é nativa do interior do norte da Austrália e nomeada em homenagem ao botânico Allan Cunningham. No Brasil, existem alguns arbustos desse gênero, conhecidos no nordeste como xique-xique ou chocalho.


A imagem curiosa da “flor beija-flor” foi postada na internet por um usuário da plataforma Reddit, conhecido como “OctopusPrime”. A foto fez muito sucesso (exatamente como deveria), mas também intrigou a comunidade online: o que estamos vendo, exatamente?

Na própria página do Reddit onde a imagem havia sido originalmente divulgada, outro usuário nomeado “SolitaryBee” respondeu às dúvidas do público: identificando-se como um estudante de pós-doutorado que pesquisa a evolução e ecologia das flores, ele afirmou que a flor se tratava de um exemplo de “simulacro”, ou mera semelhança.

Em resumo, esta crotalária é especial porque nós, seres humanos, vemos algo de especial nela: de certo ângulo, se parece com belíssimos e delicados beija-flores. Mas isso é provavelmente resultado de pareidolia, aquele fenômeno psicológico que nos faz enxergar formas familiares em objetos aleatórios.

Outros espécimes de Crotalaria cunninghamii, vistos de outros ângulos, podem não lembrar pássaros tanto assim, mas ainda são incríveis:

Hypescience

PLANTAS RECONHECEM RIVAIS E LUTAM

As plantas não podem ver ou ouvir, mas podem reconhecer seus irmãos. Segundo uma pesquisa recente, elas usam sinais químicos secretados de suas raízes.

Em 2007, investigadores canadenses descobriram que uma planta litorânea, chamada eruca-marítima, pode reconhecer seus irmãos – plantas que nasceram das sementes da mesma planta, ou mãe. Eles observaram que quando as sementes crescem ao lado das “irmãs” no solo, elas não competem desenvolvendo muitas raízes.


Caso uma das plantas seja enviada para um espaço desconhecido, ela começa a competir com as outras, deixando crescer mais raízes para pegar os nutrientes da água e o mineral do solo.


Os investigadores da Universidade de Delaware quiseram descobrir como as plantas podiam identificar seus parentes.


“As plantas não têm nenhum marcador sensorial visível e não funcionam longe de onde são plantadas”, afirma Harsh Bais, professor-assistente de Ciências da Planta e do Solo na Universidade de Delaware. “Isto se transforma então em uma busca para testar padrões mais complexos de reconhecimento.”


Bais e a doutoranda Meredith Biedrzycki começaram a realizar um estudo com populações selvagens de Arabidopsis thaliana, uma espécie de pequeno florescimento, usada frequentemente como modelo em pesquisas de plantas.


Eles resolveram utilizar populações selvagens ao invés das produzidas em laboratório porque esta última “tem sempre primos flutuando ao redor do laboratório”, disse Bais.


Em uma série de experiências, as sementes germinadas foram expostas ao líquido com secreções da raiz dos irmãos, dos desconhecidos (não-irmãos) ou somente de seus próprios líquidos.


O comprimento da raiz lateral mais longa e do hipocótilo – primeira parte que dá forma a planta –, foram medidos. Uma raiz lateral é a que se estende horizontalmente para fora da raiz preliminar, que cresce para baixo.


As plantas expostas aos desconhecidos tiveram uma formação lateral da raiz maior do que as que foram expostas aos irmãos. Com estes últimos, as folhas das plantas se tocarão frequentemente para se entrelaçar, quando plantas estranhas começarem a crescer, afirmam os estudos.


Bais agora pretende examinar o motivo das plantas crescidas com seus irmãos em grandes monoculturas, como o milho, serem afetadas, e se elas são mais suscetíveis aos micróbios patogênicos. Ele também busca responder como elas sobrevivem sem competir.


“Possivelmente, quando as famílias crescem juntas, a recepção de nutrientes pode ficar afetada e eles podem ser menos ávidos”, especula Bais. 


MSNBC

ALGAS PODEM LIMPAR LOCAIS CONTAMINADOS POR RADIAÇÃO

Sempre que ocorre um acidente nuclear de grande porte, como o que se seguiu ao tsunami no noroeste do Japão no mês passado, a ciência revê seus métodos de como consertas estragos e limpar locais contaminados da radiação. Há algumas maneiras mais eficazes para isso, outras menos, mas pesquisadores da Universidade do Noroeste do Japão parecem ter encontrado um novo e revolucionário meio: as algas.

Usar algas para fins científicos avançados já é um procedimento corrente na ciência. Mas esta novidade surgiu quando um dos cientistas da universidade descobriu que existe uma alga, chamada de Closterium moniliferum, que é capaz de capturar átomos de Estrôncio das superfícies. Com isso, poderia servir para remover um dos elementos radioativos presentes em acidentes nucleares, o Estrôncio-90.

O perigo do Estrôncio é sua semelhança química com o cálcio. Em um local contaminado, pode perfeitamente penetrar em ossos, no leite e no sangue das pessoas ou de animais consumidos por nós. Em áreas amplas onde o risco de contaminação é alto, isso se transforma em uma bola de neve. E a função da Closterium moniliferum é justamente capturar esse Estrôncio.

A alga em questão, na verdade, está atrás de Bário, outro elemento, mas também acaba retendo Estrôncio no processo. Por isso, os cientistas consideram que se coloque Bário junto com as algas, em locais contaminados, para acelerar o processo. Com isso, calculam os cientistas, pode-se limpar grandes áreas de conteúdo radioativo em questão de minutos. É uma segura economia de tempo e dinheiro para países que sofrem acidentes nucleares. 

Hyéscience

PAINÉIS COM PLANTAS MINÚSCULAS PODEM LIMPAR O AR POLUÍDO 100 VEZES A QUANTIDADE DE UMA ÚNICA ÁRVORE

Londres é uma das cidades com o ar mais poluído do mundo. Em 2017, os níveis de poluição da capital inglesa superaram os de Pequim, na China. As coisas estão tão ruins por lá que a prefeitura da cidade acaba de aprovar uma das leis mais restritivas do mundo para conter a poluição, multando veículos antigos e poluentes que rodem pela cidade. Uma outra medida, porém, chama atenção pela simplicidade e eficácia. Londres testará o primeiro “BioSolar Leaf” do mundo (Folha BioSolar, em tradução livre), tecnologia que utiliza a fotossíntese de plantas microscópicas para purificar o ar, removendo os gases do efeito estufa do ambiente enquanto gera oxigênio respirável.



A iniciativa tem origem em uma parceria entre o Imperial College London a startup Arborea. A Arborea desenvolveu um sistema de cultivo inovador que facilita o crescimento de plantas minúsculas – como microalgas, diatomáceas e fitoplâncton – em grandes estruturas semelhantes a painéis solares. Estes podem então ser instalados em terrenos, edifícios e outros lugares para melhorar a qualidade do ar circundante.


A equipe diz que o sistema de cultivo da Arborea pode remover o dióxido de carbono e produzir oxigênio respirável a uma taxa equivalente a cem árvores a partir de um painel que ocupa a área de apenas uma única árvore. O sistema também produz uma fonte sustentável de biomassa orgânica da qual a Arborea extrai aditivos alimentares nutritivos para produtos alimentícios à base de plantas.

A Arborea foi fundada pelo ex-aluno do Imperial College London Julian Melchiorri, que completou dois mestrados em Engenharia de Projetos de Inovação em 2014, um curso administrado em conjunto pelo Imperial College London e o Royal College of Art. Em 2017, uma estrutura viva e respirante criada por Melchiorri, que purifica o ar em ambientes fechados usando microalgas, chamada “Lustre Biônico), tornou-se parte da coleção permanente do Museu Victoria And Albert, na capital inglesa.
Segundo matéria publicada no site da Universidade, o Imperial College fará parceria com a Arborea “como parte de seu compromisso para mitigar o impacto ambiental de seu desenvolvimento em White City (distrito de Londres onde o BioSolar Leaf será instalado). O Colégio fornecerá à empresa financiamento para facilitar o desenvolvimento de um piloto ao ar livre de seu sistema de cultivo BioSolar Leaf no White Park Campus South da Imperial City”, explica o texto.


“Estamos orgulhosos por fazer parte do distrito de inovação de classe mundial que está florescendo em White City e animados com esta nova colaboração com a Imperial. Em nossas cidades modernas em constante crescimento, a cooperação entre start-ups, instituições acadêmicas e órgãos governamentais é fundamental para possibilitar e acelerar a inovação sustentável que beneficia tanto a sociedade quanto o meio ambiente. Quando fundei o Arborea, meu objetivo era enfrentar as mudanças climáticas, abordando as questões críticas relacionadas ao sistema alimentar. Esta planta piloto produzirá aditivos alimentares saudáveis ​​e sustentáveis ​​enquanto purifica o ar, produz oxigênio e remove dióxido de carbono do ambiente circundante. Ela proporcionará a oportunidade de aproveitar totalmente a ação dupla BioSolar Leaf da Arborea em condições reais de operação e ajudar a liberar todo o potencial da tecnologia”, anima-se Melchiorri.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 4,2 milhões de pessoas morrem a cada ano em função da poluição do ar, e 91% da população mundial vive em lugares que excedem os limites das diretrizes da OMS, o que faz da poluição do ar a maior causa de morte no mundo, segundo um novo índice global de qualidade do ar revelado no ano passado.



“A poluição do ar é um dos desafios mais urgentes de Londres, e a Imperial está comprometida em encontrar soluções sustentáveis ​​e resilientes para essa ameaça. Esta colaboração com a Arborea é uma oportunidade excepcional para mostrar o poder da Cleantech no nosso Campus White City. Estamos apresentando soluções sustentáveis ​​que têm o potencial de melhorar os resultados ambientais no oeste de Londres, em todo o Reino Unido e em todo o mundo”, acredita Neil Alford, professor do Imperial College London. 

Good News NetworkFuturismImperial College London

SEGREDOS MATEMÁTICOS DOS PADRÕES DAS PLANTAS

Já reparou nas folhas das plantas? Até parece que elas crescem impulsiva e aleatoriamente, mas uma olhada mais de perto revelará que padrões curiosamente regulares existem em todo o mundo natural, da simetria equilibrada dos brotos de bambu às espirais hipnotizantes das suculentas.

Esses padrões são consistentes o suficiente para que a matemática possa prever seu crescimento orgânico razoavelmente bem.


Uma suposição que tem sido central no estudo da filotaxia, ou padrões foliares, é que as folhas protegem seu espaço pessoal. Com base na ideia de que as folhas já existentes têm uma influência inibidora sobre as novas, dando um sinal para evitar que outras cresçam nas proximidades, os cientistas desenvolveram modelos matemáticos que podem recriar com sucesso muitos dos designs da natureza.

A sempre fascinante sequência de Fibonacci, por exemplo, aparece em tudo, de arranjos de sementes de girassol a conchas de náutilos a pinhas. O consenso atual é que os movimentos do hormônio do crescimento auxina e as proteínas que o transportam através de uma planta são responsáveis ​​por tais padrões.
IMAGEM: O arranjo foliar com uma folha por nó é chamado de filotaxia alternada, enquanto o arranjo com duas ou mais folhas por nó é chamado de filotaxia espiralada. Os tipos alternados comuns são a filotaxia distópica (bambu) e a filotaxia em espiral de Fibonacci (suculenta-espiral), e tipos espiralados comuns são a filotaxia decussata (manjericão ou menta) e tricussa (oleandro, às vezes conhecido como loureiro-rosa).

Uma equipe liderada por pesquisadores da Universidade de Tóquio (Japão) estudando um arbusto conhecido como Orixa japonica (imagem abaixo) descobriu que as equações anteriores não conseguiam recriar a estrutura incomum da planta. Então, decidiram repensar o modelo em si.
“Na maioria das plantas, os padrões filotáticos têm simetria – em espiral ou radial”, disse a fisiologista da Universidade de Tóquio Munetaka Sugiyama, principal autora do novo estudo. “Mas nesta planta especial, o padrão filotático não é simétrico, o que é muito interessante. Mais de 10 anos atrás, uma ideia me ocorreu de que algumas mudanças no poder inibitório de cada primórdio foliar poderiam explicar esse padrão peculiar”.


Ângulos e equações

Botânicos usam ângulos de divergência, ou ângulos entre folhas consecutivas, para definir a filotaxia de uma planta. Enquanto a maioria dos arranjos de folhas mantém um ângulo de divergência constante, a O. japonica cresce folhas em uma série alternada de quatro ângulos, depois repetidos: 180 graus, 90 graus, 180 graus novamente, depois 270 graus.

Esse padrão, que os pesquisadores apelidaram de filotaxia “orixada”, não é uma anomalia, já que plantas de outros táxons (como o lírio-tocha ou Kniphofia uvaria e a extremosa ou Lagerstroemia indica) alternam suas folhas na mesma proporção complicada.
AGEM: folhas em um ramo de Orixa japonica e um diagrama esquemático da filotaxia orixata. Uma imagem de microscópio eletrônico de varredura (centro e parte inferior esquerda) mostra um botão de O. japonica, onde as folhas começam a crescer.

Como esse arranjo de folhas aparece em diferentes pontos evolucionários da árvore genealógica das plantas, os cientistas concluíram que a similaridade deveria vir de algum mecanismo comum que ainda precisava ser estudado.

Depois de testar as equações de Douady e Couder com diferentes parâmetros, os pesquisadores puderam produzir padrões próximos ao arranjo orixativo alternado, mas nenhuma das plantas simuladas coincidiu perfeitamente com as amostras de O. japonica estudadas.

Então, a equipe construiu um novo modelo adicionando outra variável às equações: idade da folha. 

Os modelos anteriores presumiam que o poder inibitório das folhas permanecia o mesmo ao longo do tempo, mas essa constante “não era natural, do ponto de vista da biologia”, segundo Sugiyama. Em vez disso, a equipe incluiu a possibilidade de que a força desses sinais de “afastamento” mudasse ao longo do tempo.


Os modelos resultantes, chamados pela equipe de “modelos expandidos de Douady e Couder” (EDC1 e EDC2), conseguiram recriar, através de simulações computacionais, os intricados arranjos de folhas de O. japonica.

Além dessa façanha, as equações expandidas também produziram todos os outros padrões de folhagens comuns e previram as frequências naturais dessas variedades com mais precisão do que os modelos anteriores.
IMAGEM: uma visão de cima dos padrões de arranjos foliares na filotaxia orixata. Folhas novas (semicírculos vermelhos) formam-se a partir do círculo preto central e crescem para fora.

Especialmente no caso de plantas com padrões espirais, o novo modelo EDC2 previu a “superdominância” da espiral de Fibonacci em comparação a outros arranjos, enquanto modelos anteriores não conseguiam explicar por que essa forma particular parece brotar em todos os lugares na natureza.

Os cientistas não sabem o que exatamente faz com que a idade da folha afete esses padrões de crescimento, embora Sugiyama especule que tenha a ver com mudanças no sistema de transporte da auxina ao longo do desenvolvimento de uma planta. O novo modelo fornece um primeiro passo interessante para uma melhor compreensão da filotaxia e deixa espaço para outros botânicos preencherem as lacunas com análises de plantas.

A equipe de Sugiyama está agora trabalhando para refinar ainda mais seu modelo e fazer com que ele gere todos os padrões filotáticos conhecidos. Um padrão de folha “misterioso”, uma espiral com um pequeno ângulo de divergência, ainda escapa à previsão computacional, embora Sugiyama ache que estão próximos de decifrar o código foliar. “Esperamos que isso contribua para nossa compreensão da beleza simétrica na natureza”, resume.

Um artigo sobre o estudo foi publicado na revista científica PLOS Computational Biology. [SmithsonianMag]

PLANTAS DÃO GRITOS ULTRASSÔNICOS QUANDO ESTRESSADAS


Uma nova pesquisa da Universidade de Tel Aviv, em Israel, descobriu que plantações de tomate e tabaco podem falar. Infelizmente, nós não conseguimos escutar.

Usando gravações, os cientistas concluíram que as plantas fazem sons ultrassônicos quando estressadas, seja por falta de água ou quando seu caule é cortado.

Esses sons estão em frequências que os humanos não podem ouvir, mas insetos, outras plantas e alguns mamíferos sim.

Pesquisas anteriores já descobriram que plantas podem se comunicar, são boas matemática, tem memória, reconhecem rivais e amigas.

Agora, o novo estudo descobriu que podem gritar também. Os pesquisadores colocaram microfones a dez centímetros de distância das plantas e eles pegaram sons ultrassônicos na faixa dos 20 a 100 kilohertz.

Em média, tomates estressados por falta de água fizeram 35 sons por hora, enquanto as plantas de tabaco fizeram 11. Sem o caule, tomates fizeram 25 sons por hora, e o tabaco 15. Plantas não estressadas fizeram menos de um som por hora, em média.

Os cientistas também puderam diferenciar a causa do estresse (água ou caule) usando um modelo computacional. Os dois sons foram distintos do vento, chuva e outros na estufa, bem como tinham intensidade e frequência diferente.


Embora os cientistas tenham estudado apenas tomate e tabaco, eles acreditam que outras plantas podem emitir sons quando estressadas também.

Uma nova pesquisa da Universidade de Tel Aviv, em Israel, descobriu que plantações de tomate e tabaco podem falar. Infelizmente, nós não conseguimos escutar.

Usando gravações, os cientistas concluíram que as plantas fazem sons ultrassônicos quando estressadas, seja por falta de água ou quando seu caule é cortado.

Esses sons estão em frequências que os humanos não podem ouvir, mas insetos, outras plantas 
e alguns mamíferos sim.

Pesquisas anteriores já descobriram que plantas podem se comunicar, são boas matemática, tem memória, reconhecem rivais e amigas.

Agora, o novo estudo descobriu que podem gritar também. Os pesquisadores colocaram microfones a dez centímetros de distância das plantas e eles pegaram sons ultrassônicos na faixa dos 20 a 100 kilohertz.

Em média, tomates estressados por falta de água fizeram 35 sons por hora, enquanto as plantas de tabaco fizeram 11. Sem o caule, tomates fizeram 25 sons por hora, e o tabaco 15. Plantas não estressadas fizeram menos de um som por hora, em média.

Os cientistas também puderam diferenciar a causa do estresse (água ou caule) usando um modelo computacional. Os dois sons foram distintos do vento, chuva e outros na estufa, bem como tinham intensidade e frequência diferente.


Embora os cientistas tenham estudado apenas tomate e tabaco, eles acreditam que outras plantas podem emitir sons quando estressadas também.

Em experimentos preliminares, sons ultrassônicos foram registrados em um cacto espinhoso (Mammillaria spinosissima) e em uma urtiga (Lamium amplexicaule).

De acordo com o estudo, os resultados podem ser interessantes para agricultores. Se houver uma maneira barata e eficaz de eles “escutarem” as plantas, podem em seguida responder de acordo, regando-as quando necessário, por exemplo.

“A sugestão de que os sons que as plantas estressadas pela seca produzam possam ser usados ​​na agricultura de precisão parece viável se não for muito caro configurar a gravação em uma situação de campo”, disse Anne Visscher do Royal Botanic Gardens Kew, no Reino Unido.

Os pesquisadores israelitas sugeriram que insetos como mariposas poderiam ouvir esses gritos ultrassônicos, e decidir não botar ovos nas plantas estressadas, por exemplo.

Outras plantas também poderiam escutar e reagir aos lamentos de suas colegas.

Como não houve experimentos para mostrar se qualquer animal pode ouvir e responder a esses sons, a ideia permanece especulativa por enquanto.

Edward Farmer, da Universidade de Lausanne, na Suíça, disse estar cético em relação às descobertas do novo estudo.

O cientista afirmou que mais experimentos com controles deveriam ser feitos, como gravar os sons do solo sem plantas.