A geléia real é um alimento especial, consumido pelas larvas de abelhas para se tornarem rainhas. Apenas aquelas que comem a geléia ganham os “poderes” reais, como o direito de ter filhos (as operárias são inférteis) e uma colméia para chamar de sua. As que não têm direito à comida VIP precisam se contentar em serem operárias inférteis.
Até hoje, o segredo da geléia real segue um mistério. Os cientistas não sabem exatamente o que a torna tão especial. Mas, agora, a equipe da Universidade Nacional da Austrália, conseguiu, ao menos, entender o que ela faz.
Quando a larva se alimenta, a geléia real age no genoma e “desliga” uma série de genes, através de um processo conhecido como “metilação de DNA”, que já havia sido observado em mamíferos. A metilação é como um botão de "desligar" do gene –- na verdade, uma molécula que se liga a ele e altera o seu funcionamento.
“As rainhas e as operárias são geneticamente idênticas, mas a geléia é capaz de reprogramar a expressão genética global e, assim, mudar a sua função”, explicou o líder do estudo, Ryszard Malezkat.
Para testar a descoberta, os pesquisadores desligaram o gene sem a ajuda da geléia real, com a engenharia genética. O resultado: as abelhas se tornaram rainhas, férteis e saudáveis.
Agora, o grupo vai se dedicar a descobrir outras áreas do genoma da abelha em que o alimento pode atuar. “A geléria real afeta a expressão de muitos genes, especialmente os ligados ao controle do crescimento e ao metabolismo”, afirmou Malezkat.
Além da importante descoberta sobre a genética das abelhas, o estudo, publicado na revista “Science” desta semana, também desvenda um pouco melhor o impacto que os fatores ambientais têm na genética.
G1
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