sábado, 19 de dezembro de 2009

DESERTO SAARA FORNECE ADUBO PARA A FLORESTA AMAZÔNICA


Analisando dados do satélite MODIS, da NASA, os cientistas descobriram que o deserto do Saara é a maior fonte de uma espécie de "adubo" que mantém a Amazônia viva. Os minerais e nutrientes são trazidos pelo vento, na forma de poeira. [Imagem: Koren et al./Environmental Research Letters.

Adubo da floresta amazônica

O que têm em comum a Floresta Amazônica, com toda a sua imagem de vida e biodiversidade, e o deserto do Saara, talvez o mais bem acabado retrato terrestre de uma região inóspita e da ausência de vida?

Analisando dados do satélite MODIS, da NASA, os cientistas descobriram que o deserto do Saara é a maior fonte de uma espécie de "adubo" que mantém a Amazônia viva.

A areia de uma região específica do Saara, chamada Depressão Bodélé, localizada no Chade, é a grande responsável pelo ressuprimento dos nutrientes e minerais no solo de toda a região da floresta amazônica.

Fonte de poeira

"A Bodélé é conhecida como a maior fonte de poeira do mundo, mas até agora ninguém tinha uma idéia de quanta poeira ela emitia e que porção chegava até a Amazônia. Utilizando dados de satélite, nós calculamos que ela fornece uma média de 700 mil toneladas de poeira a cada dia (...). Ela é mais ativa durante o inverno e a primavera, ao contrário da maioria das outras áreas do Saara que emitem poeira. Isto se deve à alteração sazonal nos ventos superficiais do Saara," explica o Dr. Ilan Koren.

A Depressão Bodélé tem apenas 0,5% da área da Amazônia, mas contribui anualmente com cerca de metade da poeira necessária para reabastecer o solo da floresta com nutrientes. Os nutrientes chegam até o solo principalmente pela ação das chuvas, que dissolvem a poeira trazida pelo vento e liberam os minerais que serão assimilados pelas plantas da floresta.

Bibliografia:

Artigo: The Bodélé depression: a single spot in the Sahara that provides most of the mineral dust to the Amazon forest
Autores: Ilan Koren, Yoram J Kaufman, Richard Washington, Martin C Todd, Yinon Rudich, J Vanderlei Martins, Daniel Rosenfeld
Revista: Environmental Research Letters
Vol.: 1 014005 (5pp)
DOI: 10.1088/1748-9326/1/1/014005

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