Analisando
dados do satélite MODIS, da NASA, os cientistas descobriram que o deserto do
Saara é a maior fonte de uma espécie de "adubo" que mantém a Amazônia
viva. Os minerais e nutrientes são trazidos pelo vento, na forma de poeira. [Imagem:
Koren et al./Environmental Research Letters.
Adubo
da floresta amazônica
O
que têm em comum a Floresta Amazônica, com toda a sua imagem de vida e
biodiversidade, e o deserto do Saara, talvez o mais bem acabado retrato
terrestre de uma região inóspita e da ausência de vida?
Analisando
dados do satélite MODIS, da NASA, os cientistas descobriram que o deserto do
Saara é a maior fonte de uma espécie de "adubo" que mantém a Amazônia
viva.
A
areia de uma região específica do Saara, chamada Depressão Bodélé, localizada no
Chade, é a grande responsável pelo ressuprimento dos nutrientes e minerais no
solo de toda a região da floresta amazônica.
Fonte
de poeira
"A
Bodélé é conhecida como a maior fonte de poeira do mundo, mas até agora ninguém
tinha uma idéia de quanta poeira ela emitia e que porção chegava até a
Amazônia. Utilizando dados de satélite, nós calculamos que ela fornece uma
média de 700 mil toneladas de poeira a cada dia (...). Ela é mais ativa durante
o inverno e a primavera, ao contrário da maioria das outras áreas do Saara que
emitem poeira. Isto se deve à alteração sazonal nos ventos superficiais do
Saara," explica o Dr. Ilan Koren.
A
Depressão Bodélé tem apenas 0,5% da área da Amazônia, mas contribui anualmente
com cerca de metade da poeira necessária para reabastecer o solo da floresta
com nutrientes. Os nutrientes chegam até o solo principalmente pela ação das
chuvas, que dissolvem a poeira trazida pelo vento e liberam os minerais que
serão assimilados pelas plantas da floresta.
Bibliografia:
Artigo:
The Bodélé depression: a single spot in the Sahara that provides most of the
mineral dust to the Amazon forest
Autores:
Ilan Koren, Yoram J Kaufman, Richard Washington, Martin C Todd, Yinon Rudich, J
Vanderlei Martins, Daniel Rosenfeld
Revista:
Environmental Research Letters
Vol.:
1 014005 (5pp)
DOI:
10.1088/1748-9326/1/1/014005
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