Cientistas descobrem que para elas o gás carbônico é vital e planejam acelerar esse processo de absorção para aliviar a poluição
A natureza surpreende a ciência. Alguns gases, para nós, são a morte. Esses mesmos gases, para pedras e rochas, são a vida - e funcionam como alimento essencial para o seu crescimento. Essa é a constatação de cientistas americanos da Universidade de Colúmbia que acabam de descobrir o potencial de determinadas cordilheiras conhecidas como peridotito, ricas nos minerais olivina e serpentina - elas absorvem, porque precisam absorver para sobreviver, enormes quantidades de gás carbônico (CO2), o principal causador do efeito estufa.
Melhor do que isso, novamente para nós, é saber que o mundo está repleto dessas rochas e pedras. Em um amplo mapeamento feito na semana passada, os pesquisadores apontam que só nos EUA são 15,5 mil quilômetros de peridotitos que "respiram" toneladas de CO2. Em outros lugares do mundo como as ilhasdo Pacífico, Grécia e Arábia existem aproximadamente 46 mil quilômetros desse material geológico. Somente em Omã, por exemplo, uma área do tamanho do Estado de Alagoas é ocupada por peridotitos que, antes de chegarem à superfície, crescem sob a crosta terrestre alimentando-se de nossa poluição - e dela precisando.
O estudo foi publicado na revista americana PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences) e já está sendo indicado por muitos cientistas como uma das prováveis alternativas ao aquecimento global. Segundo eles, o fenômeno começa na região conhecida como manto terrestre, isso a 20 quilômetros de profundidade. Ali, quando a rocha está em fase de crescimento, algumas lascas de peridotito se desprendem e são empurradas pela pressão dos gases internos para a crosta terrestre, absorvendo o gás carbônico que reage com os minerais. Forma-se então um carbonato sólido tal como mármore ou calcário. Naturalmente, esse processo absorve cerca de 100 mil toneladas de poluentes por ano. "Isso é pouco para ajudar o planeta, mas podemos fazer com que muito mais CO2 seja absorvido", diz o coordenador do estudo, o geólogo Sam Krevor.
Em laboratório, ele e sua equipe aceleraram esse processo moendo rochas e acrescentando um catalisador (citrato de sódio) para dissolvê- las. "Imediatamente as rochas voltaram a se formar e tudo aconteceu em questão de minutos com a absorção do gás carbônico", diz Krevor.Para que esse ambicioso plano dê certo, os cientistas sugerem a perfuração do solo e a injeção de água quente com gás carbônico pressurizado. A ideia é armazenar em cilindros, por exemplo, o gás poluente de uma indústria e, então, pressurizá-lo. O calor acelera a reação, fraturando grandes volumes de rochas, forçando-as sucessivamente a reagir com mais água enriquecida com CO2.
Os cientistas afirmam que as pedras localizadas em Omã podem absorver anualmente algo em torno de quatro bilhões de toneladas do carbono que estão na atmosfera - uma parte substancial dos 30 bilhões de toneladas emitidos sobretudo pela queima de combustíveis fósseis. Entupir o interior da Terra com poluentes, formando um aterro de CO2 pode, no entanto, gerar problemas que são ressaltados pelos próprios pesquisadores. Com a formação de grandes quantidades de sólidos no subsolo corre-se o risco de se produzir fendas que darão origem a pequenos terremotos. Como tudo na natureza, há prós e contras. E não é diferente com a formação de pedras, rochas e cordilheiras específicas que precisam de gás carbônico para existir.
A revista americana Science divulgou na semana passada um estudo coordenado pela Universidade de Leeds, na Inglaterra, afirmando que a seca de 2005 na Amazônia teve um impacto de cinco bilhões de toneladas extras de dióxido de carbono na atmosfera - o que supera as emissões anuais da Europa e do Japão. Segundo os cientistas, o fenômeno excepcional reverteu drasticamente o processo de absorção de carbono pela floresta, que vinha ocorrendo há pelo menos 25 anos e auxiliava na redução dos efeitos das mudanças climáticas. A Amazônia absorve anualmente dois bilhões de toneladas de dióxido de carbono. Devido à morte de árvores, alerta a pesquisa, a seca de 2005 fez com que essa quantidade de gás permanecesse na atmosfera. E ainda levou a floresta a gerar três bilhões de toneladas extras de poluentes
A natureza surpreende a ciência. Alguns gases, para nós, são a morte. Esses mesmos gases, para pedras e rochas, são a vida - e funcionam como alimento essencial para o seu crescimento. Essa é a constatação de cientistas americanos da Universidade de Colúmbia que acabam de descobrir o potencial de determinadas cordilheiras conhecidas como peridotito, ricas nos minerais olivina e serpentina - elas absorvem, porque precisam absorver para sobreviver, enormes quantidades de gás carbônico (CO2), o principal causador do efeito estufa.
Melhor do que isso, novamente para nós, é saber que o mundo está repleto dessas rochas e pedras. Em um amplo mapeamento feito na semana passada, os pesquisadores apontam que só nos EUA são 15,5 mil quilômetros de peridotitos que "respiram" toneladas de CO2. Em outros lugares do mundo como as ilhasdo Pacífico, Grécia e Arábia existem aproximadamente 46 mil quilômetros desse material geológico. Somente em Omã, por exemplo, uma área do tamanho do Estado de Alagoas é ocupada por peridotitos que, antes de chegarem à superfície, crescem sob a crosta terrestre alimentando-se de nossa poluição - e dela precisando.
O estudo foi publicado na revista americana PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences) e já está sendo indicado por muitos cientistas como uma das prováveis alternativas ao aquecimento global. Segundo eles, o fenômeno começa na região conhecida como manto terrestre, isso a 20 quilômetros de profundidade. Ali, quando a rocha está em fase de crescimento, algumas lascas de peridotito se desprendem e são empurradas pela pressão dos gases internos para a crosta terrestre, absorvendo o gás carbônico que reage com os minerais. Forma-se então um carbonato sólido tal como mármore ou calcário. Naturalmente, esse processo absorve cerca de 100 mil toneladas de poluentes por ano. "Isso é pouco para ajudar o planeta, mas podemos fazer com que muito mais CO2 seja absorvido", diz o coordenador do estudo, o geólogo Sam Krevor.
Em laboratório, ele e sua equipe aceleraram esse processo moendo rochas e acrescentando um catalisador (citrato de sódio) para dissolvê- las. "Imediatamente as rochas voltaram a se formar e tudo aconteceu em questão de minutos com a absorção do gás carbônico", diz Krevor.Para que esse ambicioso plano dê certo, os cientistas sugerem a perfuração do solo e a injeção de água quente com gás carbônico pressurizado. A ideia é armazenar em cilindros, por exemplo, o gás poluente de uma indústria e, então, pressurizá-lo. O calor acelera a reação, fraturando grandes volumes de rochas, forçando-as sucessivamente a reagir com mais água enriquecida com CO2.
Os cientistas afirmam que as pedras localizadas em Omã podem absorver anualmente algo em torno de quatro bilhões de toneladas do carbono que estão na atmosfera - uma parte substancial dos 30 bilhões de toneladas emitidos sobretudo pela queima de combustíveis fósseis. Entupir o interior da Terra com poluentes, formando um aterro de CO2 pode, no entanto, gerar problemas que são ressaltados pelos próprios pesquisadores. Com a formação de grandes quantidades de sólidos no subsolo corre-se o risco de se produzir fendas que darão origem a pequenos terremotos. Como tudo na natureza, há prós e contras. E não é diferente com a formação de pedras, rochas e cordilheiras específicas que precisam de gás carbônico para existir.
A revista americana Science divulgou na semana passada um estudo coordenado pela Universidade de Leeds, na Inglaterra, afirmando que a seca de 2005 na Amazônia teve um impacto de cinco bilhões de toneladas extras de dióxido de carbono na atmosfera - o que supera as emissões anuais da Europa e do Japão. Segundo os cientistas, o fenômeno excepcional reverteu drasticamente o processo de absorção de carbono pela floresta, que vinha ocorrendo há pelo menos 25 anos e auxiliava na redução dos efeitos das mudanças climáticas. A Amazônia absorve anualmente dois bilhões de toneladas de dióxido de carbono. Devido à morte de árvores, alerta a pesquisa, a seca de 2005 fez com que essa quantidade de gás permanecesse na atmosfera. E ainda levou a floresta a gerar três bilhões de toneladas extras de poluentes
Ivana Maria, enviou esta Mensagem
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