Os membros da Associação Médica de Ontário afirmam que uma epidemia de obesidade está ameaçando a saúde da população da província canadense, e para combater o problema, o governo deveria impor uma combinação de impostos, restrições à publicidade, programas educativos e desagradáveis mensagens de alerta nas embalagens de alimentos e bebidas. Em seu artigo, Aplicando as lições aprendidas nas campanhas antitabaco à prevenção da obesidade, eles escreveram: “O tabaco e os produtos alimentícios são diferentes em muitos aspectos, mas ao contrário dos alimentos, não há níveis seguros para o consumo de tabaco. No entanto, ainda há lições que podemos aprender com a redução significativa do número de fumantes e com as metodologias empregadas para atingir esse resultado”.
Uma úlcera no pé de um diabético em uma lata de refrigerante? Hum! É claro que a indústria alimentícia ficou indignada, segundo artigo de The Globe and Mail: “Comida não é tabaco. O tabaco não tem lugar em um estilo de vida equilibrado e saudável. Um novo imposto sobre alimentos e bebidas nada mais é que uma taxação abusiva, que prejudicará principalmente a classe média e baixa de Ontário”, afirmou a vice-presidente da FCPC [Food & Consumer Products of Canada] Phyllis Tanaka, em um comunicado que enfatiza sua formação como nutricionista.
No entanto, o presidente da Associação Médica de Ontário, Doug Weir, defende sua posição. “As pessoas ainda poderão comer junk food. Não faremos nada que as impeça”, argumenta Weir. “Mas queremos que saibam o que estão fazendo”.
Confira as principais recomendações da Associação Médica de Ontário: 1. As lições aprendidas com as estratégia do movimento antitabagista devem ser aplicadas à luta conta a obesidade.
2. Aumentar os impostos em produtos alimentícios pouco nutritivos e ricos em açúcar e gordura, já que impostos maiores geraram mais impacto sobre a demanda por tabaco.
3. Fornecer informações nas embalagens sobre os riscos à saúde associados ao consumo excessivo de alimentos ricos em açúcar e gordura com pouco valor nutricional, e identificar oportunidades de inclusão de mensagens de alerta.
4. Prateleiras de supermercados com alimentos ricos em açúcar e gordura com pouco valor nutricional devem conter informações visíveis, alertando os consumidores sobre os riscos associados ao consumo excessivo de tais alimentos.
5. Deve-se criar restrições a todo tipo de publicidade dirigida a crianças, incluindo anúncios nas embalagens e patrocínios.
6. Se a publicidade infantil de alimentos ricos em açúcar e gordura com pouco valor nutricional continuar, devem ser criadas campanhas educativas sobre os efeitos prejudiciais desses alimentos, a exemplo das campanhas antitabagistas, para neutralizar as promoções e anúncios publicitários da indústria.
7. Como próximo passo da Política Escolar Sobre Alimentos e Bebidas de Ontário, que restringe o consumo de junk food em escolas, quadras de esportes e outros locais recreativos frequentados por jovens devem conter avisos sobre alimentos e bebidas ricos em açúcar e com baixo valor nutricional.
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