As abelhas vivem em uma perfeita sociedade “industrial”, onde cada inseto conhece sua função e todos trabalham em prol da coletividade. Um dispositivo, até então desconhecido, torna o trabalho das abelhas ainda mais eficiente. Pesquisadores ingleses descobriram que elas são capazes de calcular a menor rota possível entre as flores durante a coleta do pólen.
As abelhas possuem, ao que parece, um mecanismo sensorial que funciona como um GPS. Ainda não se sabe o motivo, e é isso que cientistas da Universidade de Londres estão investigando. Esse atributo das abelhas economiza energia, minimizando a que se gasta para coletar pólen das flores. Com um cérebro de apenas 950 mil neurônios (cem mil vezes menos do que nós), as abelhas solucionam problemas de trajetória que exigem complicados cálculos matemáticos de um ser humano.
Os pesquisadores fizeram um teste curioso. Colocaram seis flores artificiais em um ambiente, dispostas de uma maneira não natural. No total, era possível fazer 720 rotas entre elas. Do modo como as flores estavam distribuídas, uma rota que fosse sempre de uma flor até a vizinha mais próxima não seria o trajeto mais rápido. Seria necessário, portanto, calcular a rota mais inteligente a se fazer.
Hora da ação: os pesquisadores soltaram abelhas no ambiente e passaram a tomar nota das rotas. Para se orientar, conforme foi observado, as abelhas usam uma série de indicadores ambientais, tais como posição do sol, pontos de referência no terreno, memória das distâncias percorridas e da direção escolhida. Após 80 tentativas, as abelhas foram capazes de achar o trajeto mais curto possível. A cada erro de escolha, elas aprendiam algo a não ser feito na rota, o que eliminava algumas possíveis rotas e as aproximava do acerto.
O que não se compreende, no entanto, é como exatamente elas conseguem fazer isso. Os cientistas tentam entender o cérebro das abelhas como uma espécie de computador. Seria possível, segundo eles, aperfeiçoar os atuais sistemas de GPS e localização, se entendêssemos o “algoritmo” que os pequenos insetos produtores de mel usam para se situar no terreno.
LiveScience
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