Diferente do que se pensa, a arquitetura do futuro não será feita apenas de sensores e dispositivos ultrainteligentes. Ter uma horta cobrindo a fachada e comer no almoço a produção que cresce nas paredes poderá ser parte do cotidiano de muitos prédios de escritórios.
As "plantações verticais" foram uma das ideias discutidas em uma recente conferência do Conselho Britânico para Escritórios (British Council for Offices), em Londres. A proposta deriva de um dos principais conceitos discutidos no evento: a adaptação do ambiente de trabalho às necessidades das pessoas.
Para Derek Clements-Croome, da Univesidade de Reading, "haverá [no futuro] um aumento na personalização [dos prédios]". "Você estará no controle do meio ambiente e será capaz de colocá-lo a serviço de suas necessidades", disse ele
E isso levaria em conta não apenas a utilização de material ultramoderno, mas de plantas, por exemplo. "Mas não se trata apenas de automação. Um iglu pode ser um prédio inteligente também", disse Clements-Croone.
Sean Affleck, da Make Architects, é um dos defensores das chamadas "plantações verticais", o conceito de cobrir edifícios com plantas que absorvem CO2, transformando-o em oxigênio.
"Fachadas vivas pode refrescar as cidades como uma floresta, por causa da evaporação", diz.
Mas além de plantas já usadas corriqueiramente em projetos semelhantes, há quem aposte no uso de algas na fachada.
"As algas são 200% melhor em absorver CO2 para produzir biomassa", diz. Ele defende a adoção de tubos envoltos de algas, para os quais seriam bombeados gases residuais do edifício, que por sua vez seriam filtrados e reutilizados, com fonte de energia.
A tecnologia já é usada na usina de Red Hawk, no Arizona, nos Estados Unidos. Por lá, o CO2 resultante da produção de energia local passa por tubos envoltos de alga, que absorvem 80% dos gases e os transformam em oxigênio.
Mas se a intenção não for transformar seu edifício em uma usina de energia, Affleck cita o exemplo de um edifício em Mumbai, que está colhendo as algas que crescem em suas fachadas para transformá-las em cosméticos.
E por que não usar algas e outras plantas na culinária? Os arquitetos acham plausível que, no futuro, as cantinas das empresas possam usar produtos colhidos da própria fachada.
Na conferência, foi sugerido ainda que as raízes de plantas que crescem na fachada de prédios possam ajudar na sustentação destes. Se a ideia parece ridícula, os arquitetos que a defendem lembram que árvores em geral resistem a terremotos. Prédios de escritórios muitas vezes não.
A tecnologia que permite uma espécie de interação do edifício com as pessoas e com o ambiente ao redor é conhecida como nano-coating. Ela permite, por exemplo, que sua mesa seja iluminada assim que você chegar ao trabalho. Ou que sua sala se adapte à temperatura de acordo com as necessidades específicas de cada um.
O próprio edifício pode interagir com o ambiente em que está localizado, como, por exemplo, o prédio da Air France no Aeorporto Charles de Gaulle, perto de Paris. Ele é construído com concreto "autolimpante", que usa dióxido de titânio para diluir a poluição que em outros tempos iria aderir à superfície.
O grande desafio dos arquitetos, no entanto, é encontrar quem queira levar adiante tais ideias. "Muitas ideias precisam que alguém se submeta a um alto risco", diz Andrew Hunter, diretor de projetos da construtora Skanska. "Perde-se muito dinheiro e o resto (dos arquitetos) se aproveita (do experimento)", diz.
Especialistas apontam, entretanto, para possíveis vantagens como a economia resultante de edifícios inteligentes. A construção e a manutenção de escritórios é, em geral, o segundo maior gasto das empresas, atrás apenas da folha de pagamento. A economia com redução no uso de energia e na produção de resíduos e com a reutilização de água pode ser considerável.
Outra questão colocada na conferência foi a própria existência de tantos escritórios no futuro, dada a tendência crescente de se trabalhar em casa.
Muitos arquitetos discordam e acham que as pessoas continuarão a ter a necessidade de se reunir e estar juntas. Nem que seja para dividir um prato de espaguete feito com algas crescidas na fachada.
BBC
As "plantações verticais" foram uma das ideias discutidas em uma recente conferência do Conselho Britânico para Escritórios (British Council for Offices), em Londres. A proposta deriva de um dos principais conceitos discutidos no evento: a adaptação do ambiente de trabalho às necessidades das pessoas.
Para Derek Clements-Croome, da Univesidade de Reading, "haverá [no futuro] um aumento na personalização [dos prédios]". "Você estará no controle do meio ambiente e será capaz de colocá-lo a serviço de suas necessidades", disse ele
E isso levaria em conta não apenas a utilização de material ultramoderno, mas de plantas, por exemplo. "Mas não se trata apenas de automação. Um iglu pode ser um prédio inteligente também", disse Clements-Croone.
Sean Affleck, da Make Architects, é um dos defensores das chamadas "plantações verticais", o conceito de cobrir edifícios com plantas que absorvem CO2, transformando-o em oxigênio.
"Fachadas vivas pode refrescar as cidades como uma floresta, por causa da evaporação", diz.
Mas além de plantas já usadas corriqueiramente em projetos semelhantes, há quem aposte no uso de algas na fachada.
"As algas são 200% melhor em absorver CO2 para produzir biomassa", diz. Ele defende a adoção de tubos envoltos de algas, para os quais seriam bombeados gases residuais do edifício, que por sua vez seriam filtrados e reutilizados, com fonte de energia.
A tecnologia já é usada na usina de Red Hawk, no Arizona, nos Estados Unidos. Por lá, o CO2 resultante da produção de energia local passa por tubos envoltos de alga, que absorvem 80% dos gases e os transformam em oxigênio.
Mas se a intenção não for transformar seu edifício em uma usina de energia, Affleck cita o exemplo de um edifício em Mumbai, que está colhendo as algas que crescem em suas fachadas para transformá-las em cosméticos.
E por que não usar algas e outras plantas na culinária? Os arquitetos acham plausível que, no futuro, as cantinas das empresas possam usar produtos colhidos da própria fachada.
Na conferência, foi sugerido ainda que as raízes de plantas que crescem na fachada de prédios possam ajudar na sustentação destes. Se a ideia parece ridícula, os arquitetos que a defendem lembram que árvores em geral resistem a terremotos. Prédios de escritórios muitas vezes não.
A tecnologia que permite uma espécie de interação do edifício com as pessoas e com o ambiente ao redor é conhecida como nano-coating. Ela permite, por exemplo, que sua mesa seja iluminada assim que você chegar ao trabalho. Ou que sua sala se adapte à temperatura de acordo com as necessidades específicas de cada um.
O próprio edifício pode interagir com o ambiente em que está localizado, como, por exemplo, o prédio da Air France no Aeorporto Charles de Gaulle, perto de Paris. Ele é construído com concreto "autolimpante", que usa dióxido de titânio para diluir a poluição que em outros tempos iria aderir à superfície.
O grande desafio dos arquitetos, no entanto, é encontrar quem queira levar adiante tais ideias. "Muitas ideias precisam que alguém se submeta a um alto risco", diz Andrew Hunter, diretor de projetos da construtora Skanska. "Perde-se muito dinheiro e o resto (dos arquitetos) se aproveita (do experimento)", diz.
Especialistas apontam, entretanto, para possíveis vantagens como a economia resultante de edifícios inteligentes. A construção e a manutenção de escritórios é, em geral, o segundo maior gasto das empresas, atrás apenas da folha de pagamento. A economia com redução no uso de energia e na produção de resíduos e com a reutilização de água pode ser considerável.
Outra questão colocada na conferência foi a própria existência de tantos escritórios no futuro, dada a tendência crescente de se trabalhar em casa.
Muitos arquitetos discordam e acham que as pessoas continuarão a ter a necessidade de se reunir e estar juntas. Nem que seja para dividir um prato de espaguete feito com algas crescidas na fachada.
BBC
Nenhum comentário:
Postar um comentário