Um
novo estudo publicado na revista Nature Geoscience descobriu que as bactérias
que vivem no rio Amazonas podem digerir materiais lenhosos vindos da floresta
circundante, transformando esses pedaços de casca de árvore e galhos em dióxido
de carbono conforme chegam à água. O rio, por sua vez, respira o dióxido.
As
descobertas reforçam a reputação da bacia do Amazonas como sendo o pulmão do
planeta – e não a floresta amazônica -, absorvendo o dióxido de carbono e
liberando oxigênio.
Os
pesquisadores da Universidade de Washington (EUA) concluíram que as bactérias
no rio Amazonas podem quebrar quase todos os materiais de árvores e plantas na
água, e este processo é o grande gerador do dióxido de carbono respirado pelo
rio.
“Rios
já foram pensados como tubos passivos”, explica um dos coautores do estudo,
Jeffrey Richey, professor de oceanografia da Universidade de Washington em Seattle.
“O estudo mostra que eles estão mais para grandes centros metabólicos”.
Anteriormente,
acreditava-se que grande parte dessa matéria vegetal flutuava pelo rio Amazonas
até o oceano, onde, finalmente, ficava enterrada no fundo do mar.
Uma
década atrás, os cientistas da Universidade de Washington descobriram que os
rios exalavam grandes quantidades de dióxido de carbono na atmosfera, mas ainda
não se sabia se – ou como – as bactérias podiam quebrar tais materiais.
Um
composto chamado lignina constitui a parte principal do tecido lenhoso de uma
árvore, e é o segundo componente mais comum em plantas terrestres. Mas ao invés
de fluir para os oceanos e acabar no fundo do mar por séculos ou milênios, o
estudo observou que as bactérias no rio Amazonas podem quebrar lignina dentro
de duas semanas.
Segundo
os cientistas, apenas 5% do carbono à base de plantas da floresta amazônica
acaba chegando ao oceano.
Embora
estes resultados tenham implicações importantes para os modelos globais de
carbono, também lançam luz sobre a ecologia da Amazônia, bem como a de outros
ecossistemas fluviais.
“É
uma surpresa o mecanismo e o papel dos rios no ciclo global do carbono”, disse
Richey.
A
partir da análise dos pesquisadores, eles determinaram que cerca de 40% da
lignina da Amazônia cai nos solos, 55% é digerido por bactérias no sistema do
rio, e 5% é levado para os oceanos, onde se decompõe ou se acumulam no fundo.
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Science
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