No
cantinho da propriedade de Ivanildo Alves dos Santos, nos arredores de Manaus,
há um espaço reservado para várias colmeias. As “caixinhas” são responsáveis
pelo aumento e melhora na produção de frutas como abacaxi, urucum, açaí,
graviola e coco. Só na cultura de açaí, a produção foi quase dobrada.
As
abelhas nativas sem ferrão do gênero Melipona , típicas da região, estão entre
os principais polinizadores da floresta amazônica. ” A produção de frutas
aumentou e a qualidade também melhorou, elas estão mais doces”, disse ao iG
Santos, dono de uma pequena propriedade rural de 13 hectares.
Além
das frutas mais doces, o orçamento também foi engordado com a venda do mel.
Diferente do mel comum, oriundo da abelha africana (Apis
mellifera) e conhecido em todo o Brasil, o mel da abelha nativa produz um
mel mais doce e mais nutritivo e também mais caro. Santos produz por ano 40
litros de mel, vendidos em Manaus por 50 reais o litro. A produção é baixa, pois
estima-se que as abelhas sem ferrão produzam somente 10% que a abelha africana
produz.
Sousa
está seguindo uma nova tendência na região do entorno de Manaus. De acordo com o
presidente da Associação de Melipolicultura de Manaus, o agricultor Sérgio
Souza, são 80 associados e outros tantos produtores não associados.
“A
produção de mel não é a atividade número um de cada produtor, mas é algo que
está dando dinheiro e melhorando as outras culturas das pequenas propriedades”,
disse Souza. O uso das abelhas ajuda a reverter os impactos do desmatamento. Ao
voar de flor em flor, elas promovem o transporte do pólen e a reprodução das
plantas.
Caixas
para evitar a derrubada de árvore – Souza produz as colmeias, as mesmas usadas
na propriedade de Santos. Isto porque naturalmente as abelhas nativas não
constroem colmeias, elas produzem o mel nos troncos das árvores e para retirar o
produto, seria preciso derrubá-las.
Mas
uma caixa, que faz as vezes de colmeia, resolveu este problema. Na verdade é uma
engenhoca com cinco caixinhas colocadas umas sobre as outras. Em cada
compartimento fica depositado, o mel, as abelhas, o ninho e a lixeira, com fezes
e abelhas mortas. Souza vende cada colmeia a R$ 200.
Um
projeto coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas e com o apoio
do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam) foi
desenvolvido para incentivar o uso da meliponicultura na região. As colmeias
desenvolvidas pelos pesquisadores do Inpa, ficaram conhecidas pelo nome do
instituto e são até vendidas pela internet.
Portal iG
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