Os golfinhos são capazes de dormir com uma metade do cérebro de cada vez. Desse modo, eles garantem que não morrem afogados (Yoshikazu Tsuno/AFP) .
Uma nova pesquisa publicada nesta quarta-feira na revista PLOS ONE mostrou que o golfinho é capaz de permanecer alerta por 15 dias seguidos, sem dar nenhum sinal de fadiga. E isso não quer dizer que o animal permaneça o tempo inteiro acordado. Na verdade, os golfinhos possuem uma habilidade conhecida como sono uni-hemisférico - eles são capazes de dormir com uma metade do cérebro de cada vez. Enquanto um hemisfério cerebral descansa, o outro permanece alerta.
Até agora, os pesquisadores pensavam que essa habilidade havia sido selecionada pela evolução para permitir que o golfinho fosse capaz de respirar enquanto descansa. Como o animal precisa subir até a superfície para respirar, ele poderia morrer afogado se dormisse de modo contínuo. Outros animais possuem a mesma habilidade, como botos, focas e até alguns pássaros, como o melro preto.
A nova pesquisa coordenada por Brian Branstetter, biólogo da Fundação Nacional de Mamíferos Marinhos dos Estados Unidos, sugere que a habilidade também está relacionada ao fato de manter o animal alerta – e protegido contra predadores - por boa parte do tempo.
Radar – Por conta da baixa visibilidade no mar, os golfinhos possuem uma habilidade conhecida com ecolocalização para investigar o ambiente à sua volta. Como se fosse um radar, o animal produz pequenos estalidos e escuta o eco que retorna do oceano, para determinar a localização e a identidade de objetos que estão ao seu redor.
A intenção do grupo de pesquisadores foi descobrir por quanto tempo essa habilidade permanece ativa, mostrando que o animal estava alerta. Para isso, eles estudaram dois golfinhos da espécie Tursiops truncatus, um macho e uma fêmea, que foram treinados para apertar um pedal cada vez que detectassem um objeto na água. De início, eles foram submetidos a três rodadas de teste, que duravam cinco dias ininterruptos. Mesmo com o passar dos dias, nenhum dos animais mostrou uma queda no rendimento. O golfinho macho detectou de modo preciso entre 75% e 86% dos alvos, e a fêmea detectou entre 97% e 99%.
Como teve melhor desempenho, os pesquisadores escolheram a fêmea para fazer um teste mais longo, com a intenção de avaliar sua habilidade de permanecer alerta ao longo de um mês. Na metade desse tempo, uma grande tempestade obrigou a interrupção do estudo. Mesmo assim, os pesquisadores conseguiram medir que, nesse período de quinze dias, não houve nenhuma piora no estado de alerta do animal.
Os pesquisadores concluíram que a necessidade de respirar pode realmente ter servido como o principal fator para a habilidade do sono uni-hemisférico ter sido selecionada entre os golfinhos. Mas a necessidade de permanecer vigilante contra o ataque de predadores – principalmente tubarões - pode ter exercido um papel secundário no desenvolvimento dessa característica.
Revista Veja
Uma nova pesquisa publicada nesta quarta-feira na revista PLOS ONE mostrou que o golfinho é capaz de permanecer alerta por 15 dias seguidos, sem dar nenhum sinal de fadiga. E isso não quer dizer que o animal permaneça o tempo inteiro acordado. Na verdade, os golfinhos possuem uma habilidade conhecida como sono uni-hemisférico - eles são capazes de dormir com uma metade do cérebro de cada vez. Enquanto um hemisfério cerebral descansa, o outro permanece alerta.
Até agora, os pesquisadores pensavam que essa habilidade havia sido selecionada pela evolução para permitir que o golfinho fosse capaz de respirar enquanto descansa. Como o animal precisa subir até a superfície para respirar, ele poderia morrer afogado se dormisse de modo contínuo. Outros animais possuem a mesma habilidade, como botos, focas e até alguns pássaros, como o melro preto.
A nova pesquisa coordenada por Brian Branstetter, biólogo da Fundação Nacional de Mamíferos Marinhos dos Estados Unidos, sugere que a habilidade também está relacionada ao fato de manter o animal alerta – e protegido contra predadores - por boa parte do tempo.
Radar – Por conta da baixa visibilidade no mar, os golfinhos possuem uma habilidade conhecida com ecolocalização para investigar o ambiente à sua volta. Como se fosse um radar, o animal produz pequenos estalidos e escuta o eco que retorna do oceano, para determinar a localização e a identidade de objetos que estão ao seu redor.
A intenção do grupo de pesquisadores foi descobrir por quanto tempo essa habilidade permanece ativa, mostrando que o animal estava alerta. Para isso, eles estudaram dois golfinhos da espécie Tursiops truncatus, um macho e uma fêmea, que foram treinados para apertar um pedal cada vez que detectassem um objeto na água. De início, eles foram submetidos a três rodadas de teste, que duravam cinco dias ininterruptos. Mesmo com o passar dos dias, nenhum dos animais mostrou uma queda no rendimento. O golfinho macho detectou de modo preciso entre 75% e 86% dos alvos, e a fêmea detectou entre 97% e 99%.
Como teve melhor desempenho, os pesquisadores escolheram a fêmea para fazer um teste mais longo, com a intenção de avaliar sua habilidade de permanecer alerta ao longo de um mês. Na metade desse tempo, uma grande tempestade obrigou a interrupção do estudo. Mesmo assim, os pesquisadores conseguiram medir que, nesse período de quinze dias, não houve nenhuma piora no estado de alerta do animal.
Os pesquisadores concluíram que a necessidade de respirar pode realmente ter servido como o principal fator para a habilidade do sono uni-hemisférico ter sido selecionada entre os golfinhos. Mas a necessidade de permanecer vigilante contra o ataque de predadores – principalmente tubarões - pode ter exercido um papel secundário no desenvolvimento dessa característica.
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