Quando o vapor de água foi descoberto, em 2001, ao redor da CW Leonis, os astrônomos acreditaram que ele se originaria de uma densa população de cometas. Essa hipótese agora foi descartada.[Imagem: Nasa]
Astrônomos encontraram uma nova explicação para a presença de vapor de água ao redor de uma estrela gigante vermelha quase no final de sua vida. O vapor de água, a uma temperatura de cerca de 700º C, foi detectado em 2001 ao redor da estrela CW Leonis, rica em carbono, algo até então inédito.
A melhor explicação então encontrada foi que a estrela deveria ser circundada por uma grande quantidade de cometas e asteroides, de onde se originaria a água - uma hipótese difícil de verificar para uma estrela que está a 650 anos-luz da Terra.
Agora, um grupo de pesquisadores europeus decidiu estudar a mesma estrela usando imagens do telescópio espacial Herschel, lançado em maio de 2009 pela Agência Espacial Europeia (ESA). Eles identificaram dezenas de linhas de vapor de água no espectro eletromagnético da CW Leonis - também conhecida como IRC+10216 - uma gigante vermelha.
Embora tenha uma massa de apenas 8 a 9 vezes a massa do Sol, a estrela é centenas de vezes maior - se fosse colocada no lugar do Sol, a CW Leonis se estenderia até além da órbita de Marte.
Segundo os cientistas, algumas das linhas espectrais são produzidas por transições de estados altamente excitados que, ao serem analisados, indicaram temperaturas que variam entre -200º C e 800º C.
Isso significa que a água não deriva da vaporização de gelo de outros corpos celestes, como cometas, e que ela está se formando em regiões muito próximas da estrela, onde cometas não poderiam existir de forma estável.
Os cientistas sugerem que uma explicação possível para a presença de vapor é a produção fotoquímica de água por meio da ação de fótons ultravioleta, provavelmente vindos do espaço interestelar. [Imagem: ESA]
Assim, o vapor de água deve estar presente no chamado envelope interno da estrela.Os cientistas sugerem que uma explicação possível para a presença
de vapor é a produção fotoquímica de água por meio da ação de fótons
ultravioleta, caso o envelope da estrela tenha uma estrutura que permita a
penetração da luz até as regiões mais próximas em seu entorno. Esses
fótons ultravioleta se originariam da própria estrela ou, mais provavelmente,
do espaço interestelar.
A descoberta expõe o fato de que o conhecimento sobre a química das estrelas mais velhas "ainda é rudimentar", dizem os astrônomos A rigor, a presença de vapor de água em temperatura tão elevada ao redor de uma estrela altera o conhecimento atual sobre química estelar, uma vez que em um ambiente com muita presença de carbono, em equilíbrio termodinâmico, não se esperava que moléculas cheias de oxigênio (com exceção de monóxido de carbono) estivessem próximas.
A descoberta também contradiz a ideia de que vapor de água não poderia se
originar dos entornos de uma estrela, mas apenas a partir de regiões mais
frias e distantes. Fapesp
Astrônomos encontraram uma nova explicação para a presença de vapor de água ao redor de uma estrela gigante vermelha quase no final de sua vida. O vapor de água, a uma temperatura de cerca de 700º C, foi detectado em 2001 ao redor da estrela CW Leonis, rica em carbono, algo até então inédito.
A melhor explicação então encontrada foi que a estrela deveria ser circundada por uma grande quantidade de cometas e asteroides, de onde se originaria a água - uma hipótese difícil de verificar para uma estrela que está a 650 anos-luz da Terra.
Agora, um grupo de pesquisadores europeus decidiu estudar a mesma estrela usando imagens do telescópio espacial Herschel, lançado em maio de 2009 pela Agência Espacial Europeia (ESA). Eles identificaram dezenas de linhas de vapor de água no espectro eletromagnético da CW Leonis - também conhecida como IRC+10216 - uma gigante vermelha.
Embora tenha uma massa de apenas 8 a 9 vezes a massa do Sol, a estrela é centenas de vezes maior - se fosse colocada no lugar do Sol, a CW Leonis se estenderia até além da órbita de Marte.
Segundo os cientistas, algumas das linhas espectrais são produzidas por transições de estados altamente excitados que, ao serem analisados, indicaram temperaturas que variam entre -200º C e 800º C.
Isso significa que a água não deriva da vaporização de gelo de outros corpos celestes, como cometas, e que ela está se formando em regiões muito próximas da estrela, onde cometas não poderiam existir de forma estável.
Os cientistas sugerem que uma explicação possível para a presença de vapor é a produção fotoquímica de água por meio da ação de fótons ultravioleta, provavelmente vindos do espaço interestelar. [Imagem: ESA]
Assim, o vapor de água deve estar presente no chamado envelope interno da estrela.Os cientistas sugerem que uma explicação possível para a presença
de vapor é a produção fotoquímica de água por meio da ação de fótons
ultravioleta, caso o envelope da estrela tenha uma estrutura que permita a
penetração da luz até as regiões mais próximas em seu entorno. Esses
fótons ultravioleta se originariam da própria estrela ou, mais provavelmente,
do espaço interestelar.
A descoberta expõe o fato de que o conhecimento sobre a química das estrelas mais velhas "ainda é rudimentar", dizem os astrônomos A rigor, a presença de vapor de água em temperatura tão elevada ao redor de uma estrela altera o conhecimento atual sobre química estelar, uma vez que em um ambiente com muita presença de carbono, em equilíbrio termodinâmico, não se esperava que moléculas cheias de oxigênio (com exceção de monóxido de carbono) estivessem próximas.
A descoberta também contradiz a ideia de que vapor de água não poderia se
originar dos entornos de uma estrela, mas apenas a partir de regiões mais
frias e distantes. Fapesp
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