Quando se pensa em empregos verdes e empreendimentos que tenham o DNA da sustentabilidade, é comum imaginar organizações ligadas a produtos da natureza e da biodiversidade. No entanto, esta é uma visão ainda estigmatizada do desenvolvimento sustentável. Uma parte importante da economia sustentável está baseada em educação, ciência, conhecimento e desenvolvimento de novas tecnologias
Alguns anos atrás um livro me chamou a atenção, por mostrar o processo de globalização sob um novo ângulo. Escrito pelo jornalista norte-americano Thomas Friedman, “O Mundo é Plano – Uma breve história do século XXI” mostra como a tecnologia, a ciência e a educação estão transformando as relações de espaço no planeta.
O que mais me atraiu foi ver como processos produtivos baseados em conhecimento estão migrando dos países centrais para países em desenvolvimento. Um dos exemplos usados é a Índia, que mantém grandes centros de telemarketing e de desenvolvimento de softwares em seu território, com profissionais locais prestando serviços para empresas de todo o mundo. Um usuário de cartão de crédito em Nova York, ao ligar para o serviço de atendimento ao cliente, pode estar falando com um indiano com sotaque do Brooklin que vive em Bangalore, na Índia.
Bilhões de dólares estão circulando pelo mundo através da prestação de serviços em rede. Para isto basta aproximar empresas e organizações, que precisam de serviços que podem ser prestados via redes e tecnologia da informação, a centros educacionais e de pesquisas capazes de apoiar o desenvolvimento dos recursos humanos adequados para esses desafios. A tese do “Mundo Plano”, que permite que a Internet exporte empregos, vale para o Brasil, um país de dimensões continentais.
Regiões privilegiadas sob o ponto de vista da educação e de centros de desenvolvimento tecnológicos podem servir como ponto focal para o desenvolvimento de uma economia baseada em conhecimento. A expansão das redes de internet de alta velocidade é fundamental para o desenvolvimento de uma economia potencialmente sustentável, capaz de descentralizar atendimento de data-centers e desenvolvedores de softwares e construtores de sites e portais.
Empresas localizadas nos grandes centros do Sul e Sudeste podem se beneficiar com a expansão de redes virtuais de serviços para regiões sem vocação industrial ou agrícola, mas com muitos talentos jovens à espera de qualificação.
Ricardo Young
http://www.ricardoyoung.com.br
Envolverde
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