Em 2007, investigadores canadenses descobriram que uma planta litorânea, chamada eruca-marítima, pode reconhecer seus irmãos – plantas que nasceram das sementes da mesma planta, ou mãe. Eles observaram que quando as sementes crescem ao lado das “irmãs” no solo, elas não competem desenvolvendo muitas raízes.
Caso uma das plantas seja enviada para um espaço desconhecido, ela começa a competir com as outras, deixando crescer mais raízes para pegar os nutrientes da água e o mineral do solo.
Os investigadores da Universidade de Delaware quiseram descobrir como as plantas podiam identificar seus parentes.
“As plantas não têm nenhum marcador sensorial visível e não funcionam longe de onde são plantadas”, afirma Harsh Bais, professor-assistente de Ciências da Planta e do Solo na Universidade de Delaware. “Isto se transforma então em uma busca para testar padrões mais complexos de reconhecimento.”
Bais e a doutoranda Meredith Biedrzycki começaram a realizar um estudo com populações selvagens de Arabidopsis thaliana, uma espécie de pequeno florescimento, usada frequentemente como modelo em pesquisas de plantas.
Eles resolveram utilizar populações selvagens ao invés das produzidas em laboratório porque esta última “tem sempre primos flutuando ao redor do laboratório”, disse Bais.
Em uma série de experiências, as sementes germinadas foram expostas ao líquido com secreções da raiz dos irmãos, dos desconhecidos (não-irmãos) ou somente de seus próprios líquidos.
O comprimento da raiz lateral mais longa e do hipocótilo – primeira parte que dá forma a planta –, foram medidos. Uma raiz lateral é a que se estende horizontalmente para fora da raiz preliminar, que cresce para baixo.
As plantas expostas aos desconhecidos tiveram uma formação lateral da raiz maior do que as que foram expostas aos irmãos. Com estes últimos, as folhas das plantas se tocarão frequentemente para se entrelaçar, quando plantas estranhas começarem a crescer, afirmam os estudos.
Bais agora pretende examinar o motivo das plantas crescidas com seus irmãos em grandes monoculturas, como o milho, serem afetadas, e se elas são mais suscetíveis aos micróbios patogênicos. Ele também busca responder como elas sobrevivem sem competir.
“Possivelmente, quando as famílias crescem juntas, a recepção de nutrientes pode ficar afetada e eles podem ser menos ávidos”, especula Bais.
MSNBC
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