Cientistas
descobrem que abelhas surfam
Novo
estudo descobre característica única que esses insetos possuem — e que pode
decidir entre a vida e morte
Um
estudo divulgado ontem (18) revelou que, para escapar da água, abelhas criam
pequenas ondas e surfam até conseguirem se desvencilhar e retomar o voo. A
pesquisa foi publicada no periódico científico Proceedings of the National
Academy of Sciences.
Quando
uma abelha pousa na água, esta gruda em suas asas, impedindo-a de voar. No
entanto, o inseto consegue usar essa aderência à água para “remar” nessa
superfície, gerando pequenas ondas que a movimentam para frente. Assim, ela é
capaz de se locomover — ou “surfar” — até algum lugar seco.
Durante
o estudo, os cientistas do California Institute of Technology colocaram 33 insetos
na água, individualmente, por alguns minutos, para testar a teoria. Ao analisar
as filmagens gravadas, os pesquisadores perceberam que o movimento realizado
pelas abelhas é semelhante àquele de um ser humano nadando na modalidade crawl:
primeiro, as asas se curvam para baixo, gerando arranque; depois, viram para
cima, impulsionando.
Apesar
de exigir muito esforço, o movimento não é forte o suficiente para que o inseto
consiga se libertar diretamente da superfície molhada. No entanto, basta para
levá-lo até a beirada da poça, lago ou piscina, onde a abelha consegue se
arrastar até um lugar seco, e voar.
De
acordo com os cientistas, esse surfe é bem mais cansativo para o inseto do que
voar. A estimativa é de que as abelhas consigam gerar ondas na água por no
máximo 10 minutos, sem pausas.
Como
nunca foi documentado em outros insetos, pode ser que o movimento seja uma
adaptação única da espécie, afirmam os pesquisadores. Em dias quentes, colmeias
requerem água para se resfriarem, e as abelhas operárias saem para buscar
líquidos em vez de pólen. A adaptação, então, seria uma forma (obtida ao acaso
e ao longo de milhares de anos) de permitir que esses animais não morram
afogados durante suas recorrentes buscas por água.
Sabrina
Brito - Atualizado em 19 nov 2019, 10h21 - Publicado em 19 nov 2019, 10h17
Revista
Veja
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