Projeto acirra debate sobre neutralidade política
na escola
Propostas em tramitação na Câmara e em sete
estados pregam fim da 'doutrinação ideológica' nas salas de
aula
Nas aulas do Colégio Pedro II, no Rio, o conteúdo
extrapola equações e orações subordinadas. Nas salas e nos corredores, alunos e
professores abordam, sem restrições, os rumos de política, feminismo, homofobia
e outros temas que ganham destaque na agenda do país. Para educadores ouvidos
pelo GLOBO, no entanto, esse debate, corriqueiro no Pedro II, pode se tornar
inviável nas escolas brasileiras, se avançarem projetos de lei inspirados no
movimento Escola Sem Partido.
Além de uma proposta na Câmara, cuja análise
aguarda a indicação de integrantes para uma comissão especial, municípios de
todas as regiões e ao menos sete estados, entre eles Rio e São Paulo, além do
Distrito Federal, atualmente têm leis em tramitação que defendem a inclusão da
“neutralidade política, ideológica e religiosa” na Educação, o que significa,
para seus apoiadores, combater o que chamam de “doutrinação ideológica” por
professores.
No Paraná e em Goiás, as propostas foram
arquivadas. Em Alagoas, uma iniciativa similar, intitulada Escola Livre, foi
aprovada pela Assembleia Legislativa do estado. Alegando inconstitucionalidade,
o governador Renan Filho (PMDB) chegou a barrar o projeto, mas teve seu veto
derrubado, e agora tenta impedi-lo na Justiça.
Marlen Couto
10/07/2016 4:30 / Atualizado 10/07/2016
16:24
Nenhum comentário:
Postar um comentário