Enquanto cientistas e ambientalistas procuram se entender sobre as sacolas plásticas, pesquisadores da USP criaram uma nova técnica para reaproveitá-las.
Cibele Rosa Oliveira e Adilson Gonçalves misturaram os plásticos descartados no lixo doméstico com bagaço de cana, produzindo um biocompósito que pode ser usado em divisórias, mobiliários ou em painéis automotivos.
Um biocompósito é um material híbrido, que mescla componentes naturais e sintéticos. A porção natural garante uma melhor degradação do material quando este retorna à natureza.
Além das sacolas plásticas, a técnica utiliza os filmes plásticos, usados para embalar alimentos, e as embalagens plásticas flexíveis, como as utilizadas para biscoitos.
"Decidimos misturar esse plástico com fibras naturais, especialmente bagaço de cana, para obter biocompósitos, que têm uma boa resistência mecânica e são mais biodegradáveis que painéis plásticos convencionais, uma vez que possuem as fibras naturais", conta Adilson.
Ele afirma que as folhas plásticas, embalagens de biscoitos e sacolas plásticas não são recolhidas pelos catadores:
"Ele corresponde de 5% a 6% da massa do resíduo sólido municipal e causa impactos negativos nos aterros, pois não é degradável e impermeabiliza o solo onde o lixo for depositado."
Agora que demonstraram a viabilidade técnica do processo, os pesquisadores pretendem partir para uma etapa piloto, com a coleta do resíduo em maior escala e a construção de painéis grandes, para testes reais de aplicação.
Para isso, afirmam, será necessário que alguma empresa se interesse pela tecnologia, com vistas a levá-la ao mercado.
Site Inovação Tecnológica
Nenhum comentário:
Postar um comentário