“Ficamos
muito felizes em anunciar o sucesso da missão da LightSail 2”, disse Bruce
Betts, gerente do projeto e cientista-chefe da Sociedade Planetária. “Nosso
critério era demonstrar a navegação solar controlada em um CubeSat, alterando a
órbita da espaçonave usando apenas a pressão da luz do sol, algo que nunca foi
feito antes”.
Para
cima
Levaram
dez anos e sete milhões de dólares em financiamento para o LightSail 2 se
tornar realidade.
Lançada
há quase um mês, a sonda abriu suas velas solares com sucesso semana passada e,
desde então, subiu sua órbita em 1,7 quilômetros impulsionada apenas pelos
fótons do sol que se refletem nelas.
Segundo
Dave Spencer, um dos cientistas da missão, a LightSail 2 é controlada
autonomamente por um algoritmo a bordo da sonda. Ela pode mudar de ângulo em 90
graus a cada 50 minutos, o que permite que receba energia suficiente do sol não
importa em qual direção esteja.
Avanços
A
LightSail não é exatamente a primeira espaçonave a ser propulsionada por energia
solar – este feito cabe à sonda japonesa IKAROS, lançada em 2010.
No
entanto, ela é a primeira a ser capaz de se direcionar e levantar órbita usando
suas velas solares. Em comparação, a IKAROS era bem mais limitada – só podia
mudar de ângulo em quatro ou cinco graus.
É
claro, a LightSail ainda pode melhorar. Seu algoritmo continua sendo
atualizado. Um dos desafios dos cientistas da missão, por exemplo, era refinar
o momentum da sonda, controlado por uma roda.
Esta
roda é usada para alterar a orientação da sonda e acelera algumas vezes por
dia. Quando isso acontece, precisa ser desacelerada, o que é feito com hastes
de torque eletromagnético. Em um loop dramático, isso tira temporariamente a
espaçonave de sua orientação correta. Logo, os cientistas estão tentando
corrigir este processo e acabaram de
baixar uma atualização no software da sonda com este propósito.
Aplicações
Por
enquanto, não há como prever com exatidão quão longe a sonda ainda pode
aumentar sua órbita. A densidade atmosférica nessas altitudes é muito variável
e os pesquisadores da missão não sabem dizer em que ponto o arrasto atmosférico
vai “vencer” a capacidade da sonda de continuar orbitando.
“Estamos
aprendendo muito com a LightSail 2 agora. Embora tenhamos declarado o sucesso
da missão, a LightSail 2 voará por quase mais um ano e vamos para aprender
muito sobre o controle da espaçonave e o desempenho das velas nos próximos
meses”, explicou Bill Nye, CEO da Sociedade Planetária, em uma coletiva de
imprensa.
As
lições da LightSail terão um valor científico enorme. Isso porque, devido as
excelentes vantagens da tecnologia – sem a necessidade de combustível, corta-se
também a necessidade de sistemas para controlar, armazenar e gerenciar esse
combustível -, suas aplicações são inúmeras.
Por
exemplo, sondas solares podem ser usadas na busca por vida alienígena, para
monitorar o clima do sol e até como sistema de alerta para possíveis impactos
com asteroides.
“Esta
tecnologia nos permite levar as coisas para destinos extraordinários no sistema
solar e talvez até além, de uma maneira que nunca foi possível antes”,
complementou Nye.
A
NASA também tem uma missão que leva energia solar planejada para lançamento em
2020: a “Near-Earth Asteroid Scout”, que deve usar uma vela solar e um 6U
CubeSat para coletar dados sobre asteroides próximos à Terra.
O
CubeSat é uma sonda muito pequena. No passado, a energia solar era almejada
para espaçonaves maiores, mas Nye crê que seu potencial mais interessante é
justamente fazer parte de uma “revolução” para impulsionar minúsculos robôs
espaço afora.
ScienceAlert
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