Pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e da UFAM
(Universidade Federal do Amazonas) desenvolveram uma rede de sensores sem fios
capaz de monitorar, em tempo real, a temperatura ambiente, a umidade relativa do
ar e a pressão atmosférica.
Marcel Salvioni e Fabiano Fruett tiveram como foco o monitoramento da
Floresta Amazônica, onde foram realizados vários testes com a tecnologia.
Salvioni explica que, embora o monitoramento da Amazônia já aconteça, ele é
feito por sensores com fios, de difícil transporte e montagem. Além disso, os
sistemas e equipamentos usados atualmente são importados e possuem custo
elevado.
Já a rede de sensores sem fios permite criar um sistema de monitoramento de baixo custo, fácil instalação e capaz de disponibilizar as medidas dos sensores na internet, em tempo real.
O protótipo é composto por quatro nós sensores e um nó coordenador -
enquanto os nós disponíveis no mercado chegam a custar US$446,00 cada um (cerca
de R$1.800,00 com impostos), os protótipos desenvolvidos custaram
aproximadamente R$400,00.
"Temos todo o controle de hardware e software do nó. Podemos abri-lo,
melhorá-lo constantemente, incorporando novas funções," disse o professor
Fruett.
Além disso, aponta o pesquisador, os sensores desenvolvidos por eles
possuem potencial de adaptação para os mais diversos fins, bastando apenas
variar os sensores instalados em cada nó.
Já existem redes de sensores, por exemplo, projetadas para monitorar a
irrigação e o comportamento de culturas agrícolas, além da integridade
estrutural de aviões e até o funcionamento de fábricas.
Nacionalização
Lembrando os casos recentes de espionagem feita pelos EUA e Grã-Bretanha, o
professor Fruett enfatiza a importância de se proteger não apenas os bens
naturais do Brasil, mas também os dados ambientais coletados aqui.
"A gente acaba comprando estações meteorológicas importadas e será que elas
garantem que os dados coletados estão servindo somente a nós?", argumenta.
O objetivo da equipe é nacionalizar todos os componentes importados usados
no protótipo com vistas à comercialização da rede de sensores.
Outra possibilidade, já em estudos pelo grupo do qual os pesquisadores
fazem parte, é a criação de mecanismos de colheita de energia, que permitam que
os nós e sensores captem a energia para seu funcionamento do próprio ambiente,
dispensando as baterias.
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