A maior parte do conhecimento e da informação científica que existe sobre a Amazônia é produzida por países alheios à região, uma realidade que a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) está disposta a mudar.
“É uma grande deficiência que se deve resolver, pois sabemos da Amazônia do ponto de vista e dos interesses deles”, disse o diplomata surinamês Robby Ramlakhan, secretário-geral da OTCA, que é formada por Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
Segundo dados em poder desse organismo regional, 70% de todos os estudos científicos sobre a Amazônia são produzidos pelos Estados Unidos, países da União Europeia (UE) e outros alheios à região.
Dos 30% restantes, a maioria é produzido no Brasil, mas em grandes centros urbanos distantes da região amazônica, onde ficam instituições científicas que são responsáveis por somente 3% dos estudos.
Essa geração de conhecimento nos países mais desenvolvidos favorece em muitos casos grandes laboratórios transnacionais, que se valem dessa informação para patentear produtos baseados nas propriedades da flora amazônica, que são obtidos com comunidades locais que não ganham nada em troca.
Para dar uma reviravolta nessa realidade, Ramlakhan explicou que os países-membros da OTCA se comprometeram a reforçar a ação desse organismo através da criação de um Observatório regional e uma rede de institutos científicos que serão destinados a estudar a região do ponto de vista “próprio”.
A decisão foi tomada em reunião de chanceleres e autoridades da OTCA realizada no dia 3 de maio na cidade de Coca, no coração da selva equatoriana, e segundo Ramlakhan representa um compromisso com “a identidade e a soberania” amazônica.
A informação gerada pelo Observatório, que pretende ser uma referência em assuntos de biodiversidade e recursos naturais, servirá para definir ações a favor da proteção do “conhecimento tradicional” e também será a base para elaborar políticas públicas para a região, explicou o diplomata surinamês.
Na reunião de Coca também foi acertado fortalecer o orçamento da OTCA, que atualmente é de US$ 1,6 milhão anuais e só dá para cobrir as despesas básicas de funcionamento.
Segundo Ramlakhan, a ideia é que o orçamento permita custear os diversos projetos que esse organismo desenvolve, que até agora são financiados totalmente pelos países mais desenvolvidos, entre os quais citou Alemanha e Holanda.
“Se se fala de soberania não se pode depender de financiamento externo”, argumentou o secretário-geral da OTCA.
Nesse sentido, os países amazônicos encorajarão suas empresas públicas e privadas a participar do financiamento de projetos de pesquisa e proteção do ecossistema, mas também de inclusão e desenvolvimento social.
“A população amazônica quer emprego e melhorar sua renda, e para isso é necessário incorporar à agenda regional planos de combate à pobreza e de inclusão produtiva, que incorporem a Amazônia às economias nacionais”, disse Ramlakhan.
O primeiro passo nessa direção foi dado pelo Brasil, que através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) doou US$ 12 milhões para a instalação de um sistema de controle da cobertura florestal, que facilitará as ações contra o desmatamento.
“Esse exemplo deve ser seguido pelos outros países amazônicos, que em maior ou menor medida também estão em condições de fazer aportes financeiros para proteger um ecossistema que é de todos”, concluiu Ramlakhan.
Fonte Terra
“É uma grande deficiência que se deve resolver, pois sabemos da Amazônia do ponto de vista e dos interesses deles”, disse o diplomata surinamês Robby Ramlakhan, secretário-geral da OTCA, que é formada por Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
Segundo dados em poder desse organismo regional, 70% de todos os estudos científicos sobre a Amazônia são produzidos pelos Estados Unidos, países da União Europeia (UE) e outros alheios à região.
Dos 30% restantes, a maioria é produzido no Brasil, mas em grandes centros urbanos distantes da região amazônica, onde ficam instituições científicas que são responsáveis por somente 3% dos estudos.
Essa geração de conhecimento nos países mais desenvolvidos favorece em muitos casos grandes laboratórios transnacionais, que se valem dessa informação para patentear produtos baseados nas propriedades da flora amazônica, que são obtidos com comunidades locais que não ganham nada em troca.
Para dar uma reviravolta nessa realidade, Ramlakhan explicou que os países-membros da OTCA se comprometeram a reforçar a ação desse organismo através da criação de um Observatório regional e uma rede de institutos científicos que serão destinados a estudar a região do ponto de vista “próprio”.
A decisão foi tomada em reunião de chanceleres e autoridades da OTCA realizada no dia 3 de maio na cidade de Coca, no coração da selva equatoriana, e segundo Ramlakhan representa um compromisso com “a identidade e a soberania” amazônica.
A informação gerada pelo Observatório, que pretende ser uma referência em assuntos de biodiversidade e recursos naturais, servirá para definir ações a favor da proteção do “conhecimento tradicional” e também será a base para elaborar políticas públicas para a região, explicou o diplomata surinamês.
Na reunião de Coca também foi acertado fortalecer o orçamento da OTCA, que atualmente é de US$ 1,6 milhão anuais e só dá para cobrir as despesas básicas de funcionamento.
Segundo Ramlakhan, a ideia é que o orçamento permita custear os diversos projetos que esse organismo desenvolve, que até agora são financiados totalmente pelos países mais desenvolvidos, entre os quais citou Alemanha e Holanda.
“Se se fala de soberania não se pode depender de financiamento externo”, argumentou o secretário-geral da OTCA.
Nesse sentido, os países amazônicos encorajarão suas empresas públicas e privadas a participar do financiamento de projetos de pesquisa e proteção do ecossistema, mas também de inclusão e desenvolvimento social.
“A população amazônica quer emprego e melhorar sua renda, e para isso é necessário incorporar à agenda regional planos de combate à pobreza e de inclusão produtiva, que incorporem a Amazônia às economias nacionais”, disse Ramlakhan.
O primeiro passo nessa direção foi dado pelo Brasil, que através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) doou US$ 12 milhões para a instalação de um sistema de controle da cobertura florestal, que facilitará as ações contra o desmatamento.
“Esse exemplo deve ser seguido pelos outros países amazônicos, que em maior ou menor medida também estão em condições de fazer aportes financeiros para proteger um ecossistema que é de todos”, concluiu Ramlakhan.
Fonte Terra
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