Um cientista da Universidade de Portland (Oregon,
EUA), Enrico Uva, resolveu fazer um experimento para mostrar, de maneira simples
e prática, que a água é azul, e não transparente. Quase todos pensam na água
como transparente, ainda que seja possível observar tonalidades azuis na neve,
em geleiras e em qualquer quantidade significativa de
água.
Toda essa questão, segundo ele, se resume a como
interpretamos a incidência da luz sobre a água. Acompanhe o experimento de
Enrico: primeiro, ele pegou uma tigela média, usada em receitas, da cor branca.
Ao encher um quarto da tigela, a água continuava parecendo transparente,
exatamente como havia saído da torneira. Continuou enchendo, e aos três quartos
já era perfeitamente visível enxergá-la em um tom azul
pálido.
O motivo, segundo ele, é a cor branca da tigela. O
branco reflete, como se sabe, toda a luz que incide sobre ele. A opacidade de um
objeto (que na água é nula) e a quantidade de luz são duas variáveis que
influenciam na intensidade da cor. Quanto mais transparente o objeto for, mais
ele permite que a luz incida e torne a cor refletida mais intensa, porque as
moléculas internas vibram mais. No caso da água, uma tigela branca aguça
praticamente ao máximo a vibração das moléculas, e com isso a água absorve o
espectro de luz vermelho e mostra o máximo de seu azul natural (parte do
espectro de luz vermelha é oposto ao da tonalidade azul, por isso a relação de
absorção-reflexo).
Enrico afirma que alguém poderia argumentar que a água
da torneira não é pura, já que vários fatores podem adicionar alguma coloração à
água. Para refutar essa possibilidade, ele repetiu a mesma operação com água
destilada, e o resultado foi o mesmo.
Existem métodos, conforme apurou o cientista, ainda
mais eficazes para demonstrar que a água de fato é azul. Um deles consiste em
colocar a água em um tubo comprido (3 metros de comprimento e 4 centímetros de
largura) de alumínio, com um vidro tampando o recipiente, para evidenciar a
coloração. Enrico conseguiu tal efeito, e a cor aparece claramente na fotografia
que ele tirou.
Para modificar a cor intrínseca da água, conforme ele
explica, seria necessário alterar suas moléculas. A primeira vez em que um
cientista indicou a água como sendo de fato azul foi em 1983, mas ainda há
atualmente pessoas que a consideram como sendo naturalmente sem
cor.
Science2.0
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