A equipe da Califórnia não achou evidências diretas de que a poluição esteja causando problemas de saúde na vida marinha.
Mas os pequenos fragmentos de plástico, resultado da degradação do lixo descartado em boa parte do mundo, estão causando uma mudança ambiental inesperada: a multiplicação de um inseto marinho que precisa de plataformas flutuantes.
A descoberta está descrita em estudo na revista científica "Biology Letters". A equipe liderada por Mirian Goldstein achou elevada quantidade de ovos do inseto Halobates sericeus em cima dos fragmentos de plástico. A poluição "fez bem para a população deles", declarou Goldstein à rede britânica BBC.
Normalmente, os animais precisam usar outro tipo de apoio para se reproduzir, como penas de aves marinhas boiando na água.
A massa de plástico é reunida no mar por causa do chamado giro do Pacífico Norte, um sistema de circulação da água que cria uma zona de convergência nas vizinhanças do Havaí e da Califórnia, por exemplo.
Outros dados, também obtidos pelo Scripps, mostram que peixes estão ingerindo os fragmentos. Mas o principal problema talvez não seja esse, afirma Goldstein.
O norte do Pacífico, diferentemente de outras regiões oceânicas, não é naturalmente dominado por superfícies flutuantes, como certas algas do Atlântico.
Os pedaços de plástico alteraram isso, o que pode ter repercussões no conjunto de seres vivos que habitam a área, diz a pesquisadora.
Jornal O Estado de São Paulo
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