A expedição Amazon Source 96 localizou a origem do rio Amazonas no desfiladeiro de Apacheta, a mais de 5.000 metros de altura. O grupo era chefiado pelo investigador polonês Jacek Palkiewicz e tinha integrantes da Sociedade Geográfica de Lima.
O presidente da Sociedade, Zaniel Novoa, disse que neste ano entregará considerações técnicas às autoridades da província de Caylloma, e do governo regional de Arequipa, onde Apacheta está localizado, para que eles façam a solicitação formal ao governo central.
O estudo técnico deve conter argumentos de importância geográfica e cultural, e falar da necessidade de preservar a área da atividade mineradora, considerou Novoa.
Para ele, a declaração de área protegida "se justifica porque representa a origem do maior rio do planeta e do maior sistema hidrográfico do mundo".
As autoridades de Caylloma esperam que o estado declare como área natural de proteção um terreno de 47,5 mil hectares, com um conjunto de nevados da cordilheira Chila, lombadas, vales glaciais e lagoas.
Os representantes da mineradora Bateas, filial da canadense Fortuna Silver Mines, que tem lotes nos arredores, afirmaram que não explorarão a área depois que a situação do local for definida.
Palkiewicz lembrou que sua pesquisa foi confirmada no ano passado com a informação do satélite coreano KOMPSAT-2, que verificou a ausência de saída de água na lagoa ao pé do nevado de Mismi, uma teoria sobre a origem do rio Amazonas defendida pela revista "National Geografic".
Os expedicionários visitaram a região no último fim de semana, para participar da inauguração de um monumento que marca o início do rio Amazonas no desfiladeiro de Apacheta, organizada pelas comunidades camponesas do local.
Novoa também acredita que a declaração de área protegida permitirá aos habitantes locais, dedicados atualmente à pecuária, se incorporem à atividade turística, já que o lugar deve fazer parte do circuito de visitas estrangeiras.
Jornal Folha de São Paulo
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